Ex-participante do MasterChef 2019, da Band, André Rochadel preza pela saúde física e mental. O brasiliense é colunista do Metrópoles, onde costuma lançar diversos vídeos com receitas deliciosas. Ele atuou em cozinhas de Brasília e do Rio de Janeiro por oito anos, e foi chef em duas casas.

O expert em gastronomia já integrou as páginas das edições 2020 e 2022 do Calendário Metafísicos, anualmente estampado por pessoas que lançam metas para conquistar o corpo dos sonhos.

Comandar as caçarolas e ter que experimentar tudo o que prepara não tira o foco do brasiliense, que mantém uma rotina de exercícios regrada para preservar a saúde. Resultado disso é um corpo malhado. Ele garante que a aparência é consequência desses cuidados.

A seguir, o chef compartilha detalhes de como permitiu que as atividades físicas entrassem em sua vida para agregar:

De início, Rochadel afirma que chegou à beira da obesidade clínica quando era adolescente. No entanto, aos 19 anos, começou a emagrecer, mas de uma forma não saudável. “Eu fechei a boca e saí ‘andando pela cidade’. Eu andava, sei lá, 11 quilômetros por dia, e não comia nada. Então, comecei um acompanhamento com o nutricionista e perdi 30 quilos em três meses”, diz ele.

“A UnB estava em greve. Então, pensei: ‘será que eu consigo voltar da greve magro? E foi o que eu fiz”

André Rochadel

A virada de chave foi em março de 2005, momento em que o brasiliense incorporou a musculação em seu dia a dia. “Comecei a malhar e, desde então, tenho essa rotina”, fala. “De vez em quando, faço umas pausas na musculação, mas os exercícios e a alimentação sempre se mantêm”, acrescenta.

“Eu já tinha tentado emagrecer ‘trocentas’ vezes, mas nunca tinha conseguido. Dessa vez, por alguma razão, deu certo. Foi um desafio que eu coloquei para mim e acabou dando certo”, comenta o chef.

Treino

André Rochadel treina diariamente. Essa decisão foi tomada após um momento de reflexão: “Eu trabalhei 8, 9 anos em cozinha profissional. E lá, nós não temos fim de semana, isso não existe. Minha folga era sempre durante a semana”, conta. “Eu malhava cinco ou seis dias por semana, até que eu falei: ‘Cara, se minha rotina normal é de sete dias por semana, porque já não vou colocar também os exercícios sete dias por semana?’. Comecei a seguir isso”, completa o cozinheiro, que mantém essa frequência há mais de 10 anos.

O chef inicia as atividades com exercício aeróbico, seja uma caminhada ou uma corrida. “Faço a caminhada pela cabeça mesmo, coloco as ideias no lugar”, destaca.

No fim do dia, ele faz musculação. “Às vezes, eu inverto. Já teve época em que eu malhava ao acordar e fazia aeróbico depois do trabalho. Mas é sempre assim, dando um espaço de umas 12 horas entre os dois”, comenta.

De olho no prato

Além das atividades físicas, Rochadel aposta em uma alimentação regrada, mas confessa que não considera seus outros hábitos tão saudáveis assim. “Os exercícios são os que mantêm a minha sanidade”, revela. “Eu não faço ioga, essas coisas. Meus hábitos saudáveis para o corpo são só alimentação e exercícios constantes”, complementa.

Quanto ao ofício de cozinhar — e ter que provar dos preparos repetidamente —, o brasiliense entrega: “Eu já tive muita neurose com isso. Quando eu trabalhava no restaurante Bottarga, aqui em Brasília, era um negócio que eu não entendia, que era eu não engordar. Porque todo o prato que sai, nós temos que provar. E tinha dias que eu provava umas 60 colheradas de risoto. Mas isso nunca atrapalhou. Eu era muito regrado”, assegura.

Foco

Tudo corria bem, até que a pandemia de coronavírus chegou e alterou a rotina de Rochadel. “Nós começamos a permitir excessos para não bagunçar mais ainda a cabeça. E eu fui vendo que não influencia tanto assim. É claro que você não pode desregular completamente, mas tomar um vinhozinho mais de uma vez por semana, sair com os amigos e comer, se você mantém a rotina, não influencia”, declara.

“Eu sempre falo, para quem me pergunta, que o maior erro, quando você está em uma dieta, é ter uma festinha no trabalho, por exemplo, comer três brigadeiros e pensar que a dieta foi por água abaixo. Aí você come muito no almoço e no jantar. O que eu comecei a fazer sempre é provar um pedacinho, ou comer algo que ficou muito bom para o meu paladar. Na refeição seguinte, já volto a comer normalmente”, diz o chef.

Existe comida saudável e gostosa

Uma das máximas que o cozinheiro mais prega é que é possível, sim, se alimentar bem e com sabor. “É claro que gordura gera bastante sabor, mas também há ervas frescas, especiarias e temperos que não sejam a base de sódio. Eles não têm valor calórico alto e você consegue fazer uma variedade de sabores absurda”, dá a dica.

“É claro que você não vai comer fritura todo dia, mas você pode saltear. Toda a minha comida é salteada em azeite. Se eu vou assar algo, eu banho com azeite”

André Rochadel

Para o brasiliense, esses são alguns segredos para não criar uma relação ruim com a comida. “Eu acho que quase todo mundo, quando entra numa dieta, passa a ter raiva dela, pois come algo sem gosto”, afirma o chef, que se diz amante dos legumes.

Motivação

“Atualmente, eu tenho esse estilo de vida [exercícios e dieta], pois é o que mantém a minha sanidade. Se eu não gasto essa energia [por meio do treino], ela se converte em depressão, não tem jeito”, opina Rochadel.

Ele percebeu que, em seu caso, a depressão advinha de um acúmulo de energia que o sobrecarregava. “Eu percebi bem isso, porque se eu não faço esse gasto, fico mal e indisposto. É mais vantajoso, para mim, acordar mais cedo e fazer o aeróbico do que dormir esse tempo todo e ir trabalhar. Eu chego mais indisposto, cansado, e o dia rende menos”, confessa.

Relação com o corpo

Para a coluna, André Rochadel é uma inspiração de corpo definido. Durante a entrevista, o ex-participante do MasterChef assume que busca melhorar, diariamente, a forma como lida com o próprio corpo. “É algo que eu tenho que resolver comigo mesmo. Eu não deveria me sentir bem somente quando estou assim. Eu percebi que o corpo é consequência em nossa cabeça. Não pode ser o contrário, sabe?”, alega.

“No Carnaval, por exemplo, eu estava sem definição, pois tinha passado por um processo depressivo muito pesado. Senti muito isso. Mas não deveria. Não podemos pensar: ‘O meu corpo está assim, então vou ficar bem’. Temos que estar bem, e aí, isso condiz o físico”, aconselha.

O chef frisa a importância de respeitar a forma física de cada um e se policiar quanto aos comentários que as pessoas costumam fazer que, infelizmente, ofendem.

“Você não precisa dizer para alguém que ela está fora do padrão, pois ela sabe. Você não precisa comentar o corpo da outra pessoa a não ser que ela te pergunte. O pessoal acha que dizer que você está magro é um elogio. Quando você está fora do padrão, a novela te diz, seus pais te dizem, seus amigos, os desconhecidos, a moda… Você tem que pensar na saúde, e não no corpo. Tem pessoas que estão magras, ou que estão, ‘à vista’, saudáveis, não são saudáveis. Temos que mudar muito o conceito do que é ‘saudável’ e ‘aceitável”, salienta.

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