Evento que aborda combate ao abuso sexual infantil ocupa o Sesi Lab
Com apoio da Sejus-DF, o evento reuniu cerca de 200 pessoas para tratar sobre o combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes
atualizado
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No calendário brasileiro, o mês de maio é marcado pela campanha de combate ao abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes, representada pela cor laranja. A fim de garantir maior engajamento da sociedade civil com o tema, o Sesi Lab – Espaço de Arte, Ciência e Tecnologia recebeu, nessa terça-feira (21/5), o evento de abertura das ações do Governo do Distrito Federal (GDF) em prol do combate ao abuso sexual infatojuvenil.
Promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF), a titular da pasta, Marcela Passamani, abriu o painel do evento, intitulado O Panorama da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil. A solenidade contou com a presença de cerca de 200 pessoas, que incluiu autoridades do governo, políticos, juristas, ativistas e membros da sociedade civil. Ativista do tema, a empresária Luiza Brunet também esteve por lá.
“Na Sejus-DF, trabalhamos o ano inteiro com essa temática. Mas durante todo o mês de maio, em especial, é importante levar essa consciência para a população de uma forma geral – de que criança e adolescente é uma responsabilidade de todos nós. A partir da vontade mobilizar a comunidade do DF, escolhemos o SESI Lab para tratar a pauta da criança e do adolescente de forma lúdica e de acordo com a idade deles”, comenta Marcela Passamani.
Roda de conversa
Para aprofundar o debate, o evento contou com uma roda de conversa com autoridades no tema, como a presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer; o chefe de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Mário Volpi; e a cineasta premiada Adriana Yañez.
Trazendo dados alarmantes sobre o índice de violência contra crianças e adolescentes no país, a diretora-presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer compartilhou a necessidade da população brasileira discutir o assunto que segue como um tabu.
“Segundo o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a estimativa é de que 8,5% dos casos de abuso sexual infatojuvenil são notificados no Brasil. Os dados também mostram que 70% dos estupros de crianças acontecem dentro da casa, praticados por parentes. Estamos falando de uma violência muito terrível, com consequências terríveis. Enquanto não falarmos sobre isso, não vamos conseguir nem alertar crianças e nem prevenir essa violência”, reitera.
Voz às vítimas
Empresária e ativista na luta contra violência sexual e doméstica, Luiza Brunet compartilhou a própria história para ressaltar a importância de ouvir e dar voz às vítimas. “Eu sofri abuso sexual na pré-adolescência, entre 11 e 12 anos. Me envolver com a causa é, para mim, um dever como mulher e como vítima. Falar sobre o assunto estimula outras vítimas a denunciarem seus assediadores. Além disso, oferece munição para que pais e responsáveis prestem atenção aos sinais e mudanças de comportamento nas crianças”, destaca.
Como estratégia de defesa para as crianças e adolescentes, o chefe de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Mário Volpi, destacou a necessidade de uma abordagem educativa para prevenir a violência.
“A proteção não significa enclausurar a criança, mas informar sobre seus direitos e ensinar a diferença entre carinho e abuso. Isso deve ser feito de maneira progressiva e adequada à idade”, explica Volpi.
O painel O Panorama da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil continua até esta sexta-feira (24/5), com diversas atividades sobre o enfrentamento do abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Durante toda a programação, será exibido o documentário Um Crime Entre Nós, da cineasta Adriana Yañez.
“Filmamos em vários estados e trouxemos a perspectiva de mais 50 pessoas para entender melhor como o abuso sexual infantil poderia ser mapeado no nosso país. Trazer o tema para a sociedade civil é uma maneira de incentivarmos o diálogo”, comenta a cineasta.
Disque 100
Em casos de abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes, a denúncia pode ser feita por meio do serviço disque 100. O telefone funciona 24 horas e registra denúncias de violações, dissemina informações e orienta a sociedade sobre a política de direitos humanos.
Confira os cliques de Luh Fiuza:
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