Estudo descobre que dar amendoim às crianças evita alergia em 71%
Uma nova pesquisa descobriu que introduzir amendoim à dieta de uma criança desde o início pode ajudar a evitar que ela desenvolva alergia
atualizado
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Uma nova pesquisa descobriu que introduzir amendoim (ou outros produtos feitos com esse ingrediente) à dieta de uma criança desde o início pode ajudar a evitar que ela desenvolva uma alergia mais tarde na adolescência. O estudo, publicado recentemente no NEJM Evidence, mostrou que esse hábito, realizado de forma regular até os cinco anos de idade, reduziu a taxa de alergia ao amendoim na adolescência em 71%.
Para o National Institutes of Health (NIH), cujo National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID) patrocinou e cofinanciou a pesquisa, os resultados fornecem evidências conclusivas de que é possível alcançar a prevenção a longo prazo da alergia ao amendoim através do consumo precoce do alérgeno.
“As descobertas devem reforçar a confiança dos pais e cuidadores de que alimentar seus filhos pequenos com produtos de amendoim desde a infância”, disse a diretora do NIAID, Jeanne Marrazzo, em um comunicado à imprensa.
O estudo, nomeado de LEAP-Trio, foi realizado em decorrência de trabalhos anteriores feitos pelos mesmos pesquisadores.
Em um deles, metade dos participantes consumiu regularmente produtos de amendoim desde a infância até aos cinco anos de idade; a outra metade evitou produtos de amendoim no mesmo período.
Os cientistas perceberam que a introdução desses alimentos reduziu o risco de alergia ao amendoim aos cinco anos de idade em 81%. Na época, o então diretor do NIAID, Anthony Fauci, falou que os resultados teriam o potencial de transformar a forma como se aborda a prevenção da alergia alimentar.
Já no LEAP-Trio, os pesquisadores presaram por determinar se a proteção oferecida pelo consumo precoce de produtos de amendoim perduraria até à adolescência, mesmo que as crianças pudessem optar por comer amendoim tanto quanto quisessem.
Dos 640 participantes da investigação original, 508 foram inscritos novamente. 255 deles estavam no grupo de consumo de amendoim e 253 no grupo de não consumo, sendo 13 anos a idade média dos participantes no último estudo.
Os cientistas testaram os participantes dando-lhes quantidades gradualmente crescentes do alimento para ver se conseguiam comer com segurança pelo menos 5 gramas – pouco mais de 20 amendoins.
Entre os participantes do grupo que evitava o amendoim, mais de 15% tinham alergia ao amendoim aos 12 anos ou mais. Já entre o grupo de consumo, apenas 4,4% tinham alergia ao ingrediente.
Embora as crianças do grupo que consumiu amendoim comessem mais do alimento durante a infância do que as do grupo que o evitava, a frequência e a quantidade variaram em ambos os grupos; houve, inclusive, períodos em que os participantes não comeram amendoim.
“Isso demonstrou que o efeito protetor do consumo precoce de amendoim durou sem a necessidade de consumir produtos de amendoim de forma consistente durante toda a infância e início da adolescência”, relatou o NIH no comunicado à imprensa.
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