Especialista revela mitos e verdades incríveis sobre o café
É “espresso” ou “expresso”? Qual opção tem mais cafeína? O café atrapalha a absorção de ferro? Descubra isso e muito mais com a expert
atualizado
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Você já parou para pensar na influência que o café tem em sua vida? Muitos acreditam que é impossível ser produtivo no trabalho sem a bebida. Outros não ficam sem, pelo menos, três xícaras por dia. A verdade é que o item é queridinho dos brasileiros e se faz presente em momentos importantes, ao acordar, após o almoço e até mesmo no pré-treino.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), a bebida é a figurinha carimbada nas mesas de 98% das casas pelo Brasil. Além disso, o país é o maior exportador do produto e responsável por, aproximadamente, um terço da produção mundial (o que não é pouca coisa, certo?).
Muito mais que um ícone gastronômico, o café tornou-se um verdadeiro aliado para muitas pessoas. Se você é apaixonado ou adepto à bebida, vai gostar de saber algumas curiosidades. Quem conta tudo é a barista e torrefadora de café Maíra Teixeira.
Confira:
Escreve-se café “espresso” e não “expresso”? Verdade!
O correto é com S. O motivo? A origem do nome da bebida, que é italiana. Segundo o blog Villa Café, ela foi inventada por Luigi Bezzera e ganhou esse nome por ser um café “esprimido”, uma vez que seu método de preparo se baseia em “café moído e compactado, sob forte pressão da água. Isso lhe confere um sabor mais nítido, encorpado e com uma crema consistente, de coloração caramelo.”
Café espresso tem mais cafeína que o coado? Verdade!
Para Maíra Teixeira, alguns estudos mostram que o café espresso tem quase duas vezes mais cafeína do que o café coado em análises feitas em 60ml de cada tipo de bebida. “Isso se dá porque a quantidade de pó utilizada é praticamente o dobro do que é utilizado para o coado”, diz a especialista.
A barista explica que fatores como a pressão da água na máquina de espresso também influenciam no resultado, extraindo com mais força os compostos do café. “Métodos de extração por pressão extraem mais e mais rápido”, acrescenta.
Não se pode ferver a água do café? Mito!
“Primeiramente, assegure-se de que a água utilizada seja sempre filtrada, garantindo assim que não vá um gosto residual de cloro da água da torneira para o café”, recomenda Maíra. Quanto à fervura da água, principalmente em cafés de alta qualidade com torras claras a médias, o certo é a alta temperatura para se conseguir extrair todos os solúveis e compostos positivos do café. “Ou seja, pode sim ferver a sua água para o café. Ele vai ficar ainda melhor”, responde a profissional.
A torra do café influencia nos aromas e sabores? Verdade!
De acordo com a expert, é necessário entender que o café também pode ser apreciado, assim como o vinho e a cerveja. E ele pode ter diferentes tipos de aromas e sabores. “O café também nos proporciona uma experiência sensorial. O torrefador é o profissional capacitado para torrar café e desenvolver perfis de torras diferentes para o café verde (cru). É ele quem decide qual grau de torra é o ideal para o café escolhido”, esclarece.
Maíra lembra também que o café cru, assim como a uva do vinho, traz em si características do próprio local em que foi plantado (terroir), do microclima da região e do processamento pós-colheita. Isso faz com que o torrefador já tenha algumas informações importantes na hora do estudo de torra, trazendo ainda mais precisão.
Segundo a barista, a torra clara, por exemplo, traz ao café uma complexidade sensorial interessante, com mais acidez e notas aromáticas florais e frutadas. “É uma bebida suave no paladar, mas muito complexa no aroma. Agradável e sempre surpreendente”, ensina.
A torra de cor média é a preferida dos brasileiros, trazendo uma alta doçura, um pouco mais da intensidade do caramelo e chocolate. Geralmente, é uma bebida que o público em geral se identifica, boa para se tomar no dia a dia.
Já a torra escura, um padrão da marca Starbucks, por exemplo, é muito comum para os americanos. “Tem ainda mais intensidade e força, trazendo um amargor específico de torra”, fala a especialista.
“Um fator importante de se observar na torra escura é que ela precisa ser bem feita para se tornar mais agradável. Se passar do ponto, ela pode ser uma experiência negativa para quem toma, aquele famoso ‘gosto de queimado’, que, vale frisar, não é o gosto de café”, comenta Maíra Teixeira.
Café faz mal para a saúde? Mito!
Segundo a torrefadora, se não ingerido em excesso, o café pode ser um aliado à saúde. “Ele é rico em minerais como ferro, zinco, magnésio e potássio. O grão também conta com ácidos clorogênicos, que ajudam na redução da glicose e insulina, prevenindo a diabetes tipo 2”, salienta.
Café atrapalha a absorção de ferro? Verdade!
A cafeína e o tanino, presentes na composição do café, atrapalham a absorção do ferro no corpo. “Mas, calma aí. Não precisa parar de tomar café, até porque os benefícios são muitos!”, alerta Maíra. O ideal, para a profissional, é que pessoas com baixa taxa de ferro no corpo não consumam café logo após as refeições, visto que a probabilidade da bebida atrapalhar a absorção do nutriente é maior. “Espere duas horas depois da refeição”, sugere.
Quem não tem problema de falta de absorção de ferro pode tomar tranquilo seu cafezinho após a refeição. E, claro, é sempre bom reforçar que tudo em excesso faz mal. Então, foque na qualidade do café e não na quantidade
Maíra Teixeira, expert em cafés
A barista complementa com a informação de que café arábica possui menos cafeína que o canephora (café robusta e conilon). Portanto, o arábica “atrapalha” menos a absorção do ferro.
Posso consumir quanto café eu quiser? Mito!
Conforme a expert fala, consumido em excesso, o café pode causar agitação e insônia. A quantidade indicada para um adulto é de, no máximo, 400mg de cafeína por dia (3 xícaras, aproximadamente).
Café combina com queijo? Verdade!
Segundo Maíra, queijo é uma das melhores harmonizações com o café. “Quer um exemplo? Tente a combinação do café espresso com o grana padano. A harmonização, neste caso, acontece por similaridade [bebida potente, comida potente]. A força do sabor desse queijo evidencia as qualidades do espresso, aumentando doçura e acidez”, dá a dica.
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