Especialista lista 7 mentiras que te contaram sobre sono de qualidade
O psiquiatra João Gallinaro tem aprimoramento em medicina do sono pela Universidade de Pittsburgh (EUA)
atualizado
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Enquanto algumas pessoas adormecem somente ao fechar os olhos, outras se reviram na cama incontáveis vezes até “pegar” no sono. Segundo uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cerca de 65,5% da população brasileira não consegue dormir com qualidade. Entre as maiores reclamações de quem fica acordado estão a insônia, ronco, problemas com o colchão e os inúmeros despertares durante a noite.
Deu para notar que, para muitos brasileiros, ter uma ótima noite de sono é um sonho quase impossível. Ao tomar conhecimento da constatação averiguada pela Unifesp e USP, a Coluna Claudia Meireles resolveu ir atrás de um especialista na área, o psiquiatra João Gallinaro. O médico desvendou sete mitos associados com a hora de dormir, alguns impressionantes, a exemplo do corpo se acostumar com poucas horas de relaxamento.
De acordo com Gallinaro, uma noite bem dormida equilibra todas as funções vitais. Quando esse momento de repouso não é de qualidade, há perdas significativas na liberação dos hormônios, regulação do sistema imunológico e consolidação da memória. “Além de bagunçar a produção hormonal e prejudicar o sistema de defesa do organismo, um sono ruim está relacionado a doenças cardiovasculares e metabólicas”, salienta.
“Uma pessoa que não consegue dormir vai virar de um lado para o outro, ficar nervosa e, por consequência, entrar em estado de tensão, totalmente contrário ao necessário para relaxar”, sustenta o expert em sono pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Confira as inverdades listadas por João Gallinaro para conseguir pregar os olhos com tranquilidade e sair renovado após a soneca noturna!
1. Dormir em qualquer lugar não faz de você uma pessoa que dispõe de um repouso de qualidade, conforme argumenta o psiquiatra: “Quando a pessoa dorme bem muito rápido e em qualquer lugar ou situação, isso é uma fonte indício de que seu sono é de péssima qualidade”. O profissional destaca para o ponto “não importa o quanto o indivíduo durma, nunca se sentirá completamente recuperado”.
“Seu organismo nunca se regenerará o suficiente e a pessoa vai estar sempre querendo dormir”, evidencia o psiquiatra com aprimoramento em medicina do sono na Universidade de Pittsburgh (EUA).
2. Caso não consiga tirar a soneca, ficar na cama pode ser um grande equívoco. Na avaliação de Gallinaro, a maioria das pessoas vai dormir em condições desfavoráveis para o sono. Ele cita como exemplos: dirigir-se ao quarto quando o parceiro vai se deitar, acreditar que já está tarde ou após assistir um programa favorito. “Só deveríamos ir para a cama com sono porque forçá-lo é prejudicial e pode desencadear ansiedade e tensão”, aponta.
3. Quando ouvir que roncar não faz mal à saúde, lembre-se que é uma mentira. “O ruído está ligado a doenças cardiovasculares e metabólicas, pode ocasionar sonolência durante o dia, baixa libido e dores de cabeça ao acordar, sendo a necessária a investigação de um especialista”, justifica o psiquiatra.
Quem ronca, mas ainda não procurou ajuda profissional, João Gallinaro deixa claro que o barulho pode ser um sinal de apneia destrutiva do sono. Ele recomenda buscar o quanto antes um expert. O ruído resulta de um distúrbio provocado pela pausa na passagem de ar pelas vias aéreas superiores, assim, causa diversos despertares ao longo da noite e queda da quantidade de oxigênio.
4. Já ouviu a alegação a respeito de ser necessário dormir 8 horas por noite? Segundo o médico, um adulto requer de 7 a 9 horas de sono para ficar bem. “Se uma pessoa descansa por menos que 8 horas, mas acorda com disposição e sensação de reparação do corpo, isso já é suficiente”, detalha João Gallinaro.
5. Com o tempo, o corpo se acostuma a dormir menos do que precisa. Pode até ser verdade, contudo atrapalha o bom funcionamento do organismo, conforme elucida o psiquiatra: “Dormir menos traz inúmeros problemas consequentes da privação de sono, entre eles: sonolência, desatenção, mau humor e falta de concentração, além de prejudicar o sistema imunológico, aumentar o risco cardiovascular e as doenças metabólicas”.
Gallinaro reforça que uma criança precisa de mais horas de sono para se sentir bem em comparação com um adulto.
O médico sustenta que quando um indivíduo dorme pouco por um tempo prolongado, o organismo se adapta a viver com 60% de sua capacidade máxima de repouso, embora o corpo necessite dessa pausa.
6. Segue o lema de conseguir recuperar o sono perdido nos finais de semana? Se a resposta for sim, o psiquiatra faz o alerta: “Quando não se dorme o suficiente, hormônios deixam de ser produzidos e o corpo acaba não passando pelo sistema de reparação que ocorre à noite”.
“À noite, o organismo elimina algumas toxinas produzidas durante o dia. Quem não dorme bem perde esse processo”, endossa Gallinaro.
7. Já escutou que ingerir álcool antes de dormir tende a melhorar o sono? De acordo com o especialista, a resposta pode ser positiva, dependendo da quantidade. Entretanto, o lado negativo do consumo da substância é que afetará a qualidade do descanso. A pausa tende a ser fragmentada, tornando-a “conturbada para o corpo”.
“O álcool também relaxa a musculatura, inclusive as estruturas das vias aéreas, fazendo com que o ronco seja mais frequente e desencadeando outros distúrbios. Também há o aumento da incidência de pesadelos, a desestruturação do sono e leva à dependência”, conclui João Gallinaro, expert em sono pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
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