Escócia pega fogo! Como a acusação sexual de Andrew afeta a monarquia
Andrew e a ex-mulher, Sarah Ferguson, foram chamados para conversar com a rainha. A monarca está na casa de férias em Balmoral, na Escócia
atualizado
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A notícia da abertura do processo em que Virginia Giuffre acusa o príncipe Andrew de abuso sexual caiu como uma bomba na monarquia britânica. Ela foi uma das vítimas do pedófilo e explorador Jeffrey Epstein. Quando o caso veio à tona, o filho da rainha Elizabeth II optou por deixar a vida pública, em 2019. Mas, ele não esperava que a mulher de 38 anos movesse uma ação judicial, iniciada nessa terça-feira (10/8). Após a notícia estampar as manchetes, o integrante da realeza foi convocado para conversar com a mãe.
Como parte de uma estratégia minimamente pensada, a ex-mulher de Andrew, Sarah Ferguson, o acompanhou no encontro com a soberana. Fotógrafos flagraram o ex-casal na casa de férias de Elizabeth em Balmoral, na Escócia. Desde a notícia sobre a abertura do processo, o príncipe não fez comentários públicos. No documento, Virginia alega ter sido forçada a fazer sexo em três ocasiões com o duque de York, em 2001. À época, ela era menor de 18 anos.
Nessa terça-feira (10/8), o editor do The Mirror, Kevin Maguire, avaliou como o escândalo de Andrew pode afetar a realeza como um todo.
Na avaliação do jornalista, se a rainha não tomar a decisão certa, a acusação de Giuffre tem o poder de derrubar a monarquia. Conforme apurou o The Sun, o duque de York deverá enfrentar na Justiça mais um processo de abuso sexual, no caso, de outra vítima de Epstein, Johanna Sjoberg. Ela chegou a ser apalpada pelo filho da monarca quando tinha 21 anos.
“As nojentas acusações civis apresentadas em Nova York por Virginia Giuffre, incluindo alegações explosivas de que ela foi traficada aos 17 anos para ser abusada sexualmente em Londres pelo nono na fila do trono, exigem respostas detalhadas”, explicou Maguire no artigo. Ele completou a análise com: “O que acontecerá se os advogados de Giuffre abrirem uma nova frente pedindo à Polícia Metropolitana que investigue um suposto crime cometido em Londres?”.
Caso a vítima resolva pedir para a polícia britânica investigar o caso, agentes podem bater na porta do Palácio de Buckingham e do Castelo de Windsor. “[A situação] abasteceria de combustível o que pode se transformar em um pesadelo constitucional para uma viúva idosa, que recentemente perdeu o marido”, ressaltou o editor do The Mirror. Andrew convidou o amigo pedófilo, Jeffrey Epstein, e a namorada dele, Ghislaine Maxwell, para conhecerem algumas das propriedades reais.
Epstein cometeu suicídio na própria cela em agosto de 2019. Ele comandava o esquema de exploração sexual, enquanto Ghislaine supervisionava a rede e aliciava menores de idade, como Virginia Giuffre. “Uma família real que sobreviveu, graças à boa vontade e consentimento do público, é severamente prejudicada por suas novas respostas ‘sem comentários’ do Palácio [de Buckingham] e do príncipe, mesmo depois de negativas veementes anteriores”, destacou Kevin Maguire.
O duque de York refuta as acusações e qualquer contato com a jovem, à época. Entretanto, há provas que mostram o contrário, como uma foto do herdeiro da rainha Elizabeth II abraçado à Virginia Giuffre. Ela alega ter sido abusada sexualmente pelo príncipe em Londres, em Manhattan e no Caribe. Há outra evidência que mostra o envolvimento de Andrew na série de crimes de Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell. Um livro do pedófilo foi encontrado e 12 números de telefones diferentes eram usados para contatar o membro da realeza.
Como 61 anos, Andrew se afastou dos deveres reais em 2019, após a repercussão negativa de uma entrevista concedida à BBC. Na conversa, o príncipe se enrolou ao dizer a respeito da ligação com Epstein e negou conhecer Giuffre. Ele afirmou que a fotografia usada tirada ao lado da vítima teria sido editada. Desde o recuo da realeza, o duque de York só apareceu publicamente com os parentes no funeral do pai, o príncipe Philip, em abril.
Ex-mulher
Até 1996, Andrew estava casado com Sarah Ferguson. Eles tiveram duas filhas, as princesas Beatrice e Eugenie. Atendendo às ordens da rainha, o ex-casal dirigiu-se à propriedade onde Elizabeth II passa as férias de verão, no Castelo de Balmoral, na Escócia. Fotógrafos captaram os duques de York juntos no mesmo carro. Embora divorciados, a dupla mantém um relacionamento amigável e, inclusive, a escritora defende o ex-marido das acusações.
As his lawyers remain silent on Virginia Giuffre’s civil case filing (alleging Prince Andrew raped her aged 17—claims the royal has previously denied), @TheDukeOfYork and Sarah Ferguson have been photographed arriving at Balmoral Castle this evening to join the Queen and family. pic.twitter.com/hmEiEnYdYy
— Omid Scobie (@scobie) August 10, 2021
“Quaisquer que sejam os desafios que ele tiver, vou permanecer firme devido sermos os pais que somos. Acredito que ele é um gentil, bom homem e tem sido um pai fabuloso para [as princesas Beatrice e Eugenie]”, disse Sarah à revista People. No ponto de vista dos tabloides britânicos, Andrew viajou ao lado da ex-mulher para Balmoral com o intuito da mãe o “salvá-lo”. Considerado o filho da rainha, o duque de York precisará enfrentar a fúria de Elizabeth por ter sido atrapalhada durante o momento de relaxar.
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