Efeito sanfona? Nutricionista alerta para os perigos da dieta low carb
Para Cynthia Antonaccio, o principal erro cometido nesse plano alimentar, além de adotá-lo por conta própria, é cortar todos os carboidratos
atualizado
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Submeter-se a dietas restritivas tem sido uma prática cada vez mais comum. A alimentação é um fator essencial quando o assunto é saúde corporal, mas se engana quem acredita que métodos extremistas são a solução. Além do risco de não conseguir chegar aos objetivos, as dietas rigorosas podem produzir o famoso e temido “efeito sanfona”, como também levar à compulsão alimentar e à obesidade.
A julgar pelo altíssimo número de recomendações e dietas que restringem nutrientes, são necessárias explicações sobre o que é realmente uma alimentação balanceada e quais são as necessidades nutricionais para garantir o bom funcionamento do organismo. Só assim é possível entender o que torna um hábito alimentar saudável.
A dieta low carb, por exemplo, é um regime alimentar que reduz o consumo de carboidratos (açúcar), nutriente que fornece energia ao organismo. Em uma alimentação convencional, os carboidratos correspondem de 50% a 55% da ingestão diária. Para a nutricionista Cynthia Antonaccio, o principal erro cometido neste plano alimentar é cortar todos os carboidratos da alimentação e adotá-lo por conta própria.
“Ao submeter o corpo a uma privação extrema do nutriente, existe o risco de haver uma diminuição no metabolismo basal, pois o organismo vai entender que precisa ‘economizar’ suas reservas, inclusive a gordura”, explica a profissional, CEO da Equilibrium Latam, healthtech especializada em nutrição.
De acordo com a especialista, esse tipo de regime faz com que o organismo queime os aminoácidos presentes nos músculos, em vez de gastar tecido adiposo para produzir energia, o que dificulta o emagrecimento e gera a perda de massa magra. “Esse radicalismo pode trazer sintomas como dor de cabeça, tontura, enjoo, gosto metálico na boca, mau hálito e fraqueza”, afirma. Dessa forma, segundo a nutricionista, em um estado de cetose prolongado, esses efeitos desagradáveis podem fazer com que a pessoa desista da dieta.
Cynthia Antonaccio alerta para o efeito rebote que pode surgir durante a mudança no hábito alimentar. “Restringir a dieta a um só tipo ou grupo de alimentos pode até levar à perda rápida de peso no primeiro momento, mas, por falta de nutrientes importantes, pode gerar o efeito rebote que ocorre quando o metabolismo entre em ‘alerta’, diminuindo seu gasto calórico e estocando energia. Afinal, não se sabe quando e como será a próxima refeição”, ressalta a profissional.
Enquanto a dieta low carb prevê a diminuição do carboidrato, a carbo load salienta a importância de consumir o nutriente em diferentes períodos do dia, principalmente na hora da prática de atividades físicas. Em função disso, o segundo conceito é uma boa proposta a ser analisada.
Por que manter altas reservas de carboidratos?
Cynthia Antonaccio aponta algumas razões:
- São nutrientes básicos para fornecimento de energia (glicogênio muscular, glicogênio hepático e glicose sanguínea);
- Poupa a utilização de proteínas como fonte de energia;
- Mantém as reservas de glicogênio muscular e hepático;
- Mantém os níveis de glicose;
- Previne e retarda a fadiga muscular (compromete a contração muscular) e a fadiga central (diminui os comandos voluntários); e
- Atua na manutenção do sistema imunológico.
Para a especialista, o jeito mais eficaz de não sofrer essas consequências é evitar a perda de massa magra e priorizar a perda de gordura, conciliando atividade física com alimentação balanceada – que contemple todos os grupos alimentares na quantidade certa.
Dormir bem (cerca de oito horas por dia) também é fundamental. “Noites mal dormidas podem liberar pouco hormônio leptina, que ajuda a regular a fome e a manter o metabolismo ativo e, assim, a válvula de escape pode ser buscar combustível nos alimentos”, defende Cynthia.
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