Dupla desvenda o desafio de projetar um ambiente na CASACOR Brasília
A arquiteta Larissa Dias e o engenheiro Fernando Pauro compartilham detalhes da obra do ambiente Minha Casa, um dos maiores da mostra
atualizado
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Frequentar a CASACOR Brasília e visitar seus ambientes é sempre uma experiência única. O público, no entanto, não consegue mensurar o desafio de construir os espaços em tão pouco tempo. A arquiteta Larissa Dias, por exemplo, viu-se diante de uma missão, ao projetar um dos maiores ambientes da mostra, de 280 m². Batizado de Minha Casa, o local tomou forma com o auxílio do engenheiro Fernando Pauro. À frente da Grid Engenharia, o profissional não mediu esforços para fazer acontecer.
Amplo, moderno, mas, ao mesmo tempo, aconchegante, o spot foi inspirado na própria arquiteta, desde o início da construção. “Neste ano eu pensei em não fazer alguma coisa comercial, ou de alguém. Eu quis fazer como se fosse para mim, tanto que o nome do ambiente é Minha Casa”, explica Larissa Dias. Para isso, ela contou com elementos que utiliza em seus próprios projetos, como o metal, o concreto, a madeira e a cor cinza.
Outra peculiaridade do espaço é a contemplação das brasilidades, expostas de forma marcante no projeto. “Eu adoro o design e os artistas brasileiros”, compartilha a arquiteta. Na área do jantar, uma mesa desenhada por ela em parceria com Marcelo Bilac chama atenção. Peças assinadas por Jorge Zalszupin também valorizam o ambiente.
Também se destacam, no Minha Casa, a poltrona de balanço de Lina Bo Bardi, primeira grande arquiteta brasileira; os pendentes de madeira de Maneco Quinderé; e a cama de Aristeu Pires. O mobiliário é do Arquivo Contemporâneo.
Quem caminhar pelos cantos do projeto notará que o verde não fica fora de vista. “O verde traz vida, e a casa tem que ser viva, cheia de energia e utilizável”, opina Larissa, que arrojou uma sala que “convida e abraça”.
O espaço aberto é uma característica muito comum no escritório de Larissa. “Para mim, menos é mais, e tudo o que for dar amplitude é melhor. O piso e o teto, por exemplo, são contínuos”, fala a profissional.
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“O projeto não é uma escolha de móveis bonitos. Você deve pensar em um conjunto e, enfim, finalizar com essa escolha. Os elementos têm que conversar entre si, estarem harmônicas e serem inteligentes.”
Larissa Dias, arquiteta
Sob uma perspectiva estrutural
Fernando Pauro foi peça-chave para a realização do desejo de Larissa Dias. Segundo ele, foi um desafio muito grande fazer um projeto de grande porte, com muitos detalhes e perfeição, em 20 dias. “Foram muitos fornecedores, materiais, uma correria”, conta ele.
O engenheiro ressalta que o espaço foi estruturado com forro vinílico à base de PVC, o que demandou placas bem grandes e muitos reforços. Larissa acrescenta que essa estratégia vale ser explorada com mais frequência, pois é ecologicamente correta e a madeira está cara. “O Fernando foi quem montou esse esquema de instalação”, disse ela.
Para o profissional, a parte mais bacana do Minha Casa é o muro de pedras, outra singularidade que desafiou a todos os envolvidos no projeto. “Elas são totalmente brutas. Então foi um processo manual. Cortamos uma a uma. Fazer isso com perfeição é bem complicado”, comenta Fernando Pauro.
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Os pendentes de madeira também exigiram muitos esforços. “Eles chegaram no último dia de obra e nos pegaram de surpresa, pois cada um pesa 40 quilos”, diz o engenheiro, que precisou tirar o telhado do espaço, de madrugada, para pendurar o equipamento.
Apesar do grande trabalho, Larissa e Fernando não aceitavam ser práticos e simples. “Queríamos usar e abusar”, declara a dupla. Segundo eles, houve um dia em que mais de 100 pessoas estavam trabalhando ao mesmo tempo no espaço. Mas tudo ficou pronto a tempo para domingo, o dia de inauguração da CASACOR Brasília 2021. “Por mais que o processo seja rápido, tem que ser bem pensado”, completam.
Montagem do ambiente na CASACOR Brasília
De acordo com os profissionais responsáveis pelo espaço Minha Casa, todo o processo de montagem do ambiente levou em torno de três meses. “Após a abertura da mostra e a escolha do ambiente, temos um período de 15 dias. Dentro desse prazo, criamos o projeto em dois dias. É muito rápido, pois temos que correr atrás dos fornecedores”, fala Larissa Dias.
Segundo a arquiteta, a construção civil teve um boom em Brasília, o que aumentou a demora de chegada de materiais. “Tem que ver o que há disponível. O mobiliário, por exemplo, tivemos que trocar três vezes”, revela.
Parceria de sucesso
Fernando Pauro sempre desejou executar alguma obra de Larissa Dias. “Ela presta atenção nos mínimos detalhes, não faz qualquer coisa”, conta. “Até que um dia eu levei um projeto para ela e a nossa primeira obra juntos deu certo”, completa o engenheiro.
“O Fernando é criterioso, sério e rápido. Ele tem executado várias obras minhas e vice-versa”, agrega Larissa.
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“Executar alguma obra da Larissa é um desafio e um aprendizado, pois sempre há inovação e o jeitinho dela”, finaliza o engenheiro.
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