Do banheiro ao salão de baile: funcionária revela intimidade da rainha
Alicia Healey trabalhou no Palácio de Buckingham como empregada doméstica. Em entrevista, ela deu detalhes sobre o cargo real
atualizado
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Poucos súditos sabem realmente como é o interior do Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth II. Somente alguns colaboradores transitaram por todos os corredores da propriedade que é símbolo da monarquia britânica. Quem ficou por lá durante quatro anos foi a ex-funcionária Alicia Healey. À procura de um emprego quando saiu da universidade, a recém-formada em história da arte encontrou o anúncio da vaga para trabalhar na realeza.
A princípio, o aviso trazia que o contratado trabalharia na temporada de verão no Castelo de Balmoral. Healey decidiu se candidatar ao cargo de três meses, no qual atuaria como assistente de hospitalidade na residência real na Escócia. Ela tinha interesse em conservação de arte e edifícios históricos e, por isso, elegeu-se ao posto. Entretanto, foi convidada para uma entrevista com a governanta chefe do Palácio de Buckingham, conforme disse ao jornal The Telegraph.
Alicia Healey passou na avaliação da governanta-chefe e aceitou a proposta de trabalhar permanentemente como empregada doméstica no palácio, com início diário às 6h30. No teste, a colaboradora da rainha contou à candidata que “não seria só trabalho e nenhuma diversão”, além de ter feito a comparação do emprego como a “universidade, mas sem palestras”. Um detalhe é que, na propriedade, há um bar dos funcionários e eles podem assistir a bailes escoceses.
Healey descreveu o ofício como: “Ser capaz de tirar o pó de uma escultura de Antonio Canova em um minuto e limpar um banheiro real no minuto seguinte é realmente uma história de dois empregos”. A funcionária do Palácio de Buckingham lembrou de um episódio inesperado: “Eu e uma amiga estávamos aspirando uma grande escadaria antes de uma investidura. Um cinegrafista disse que poderíamos ir limpar a casa dele quando quiséssemos”.
A amiga de Alicia Healey, então, contestou: “Eu só limpo palácios”. Ao jornal britânico a funcionária revelou que a maioria das empregadas domésticas do local também eram graduadas. Elas escolheram o ofício devido ao prestígio de trabalhar para a família real: “Eu me sentia um pouco como uma viajante do tempo e apreciei a natureza única do papel”. Questionada se tinha gostado ou não do serviço, Healey frisou a respeito do lado prático do posto e de estar cercada de obras de arte de valor inestimável.
“Preferiria muito mais tirar o pó do palácio da rainha do que ficar presa atrás de um computador em uma mesa de trabalho de administração de um escritório de vidro”, confessou a funcionária ao The Telegraph. Pouco tempo depois de conquistar a vaga, ela recebeu a proposta de ser voluntária como estagiária de conservação de arte na Royal Collection no Palácio de St. James.
Inclusive, chegaram a liberar Alicia Healey para atuar como estagiária e funcionária de Buckingham. Ela acreditava que a dupla jornada poderia ajudá-la a encontrar o emprego dos sonhos após a graduação. Entretanto, optou por continuar o serviço na propriedade real e desistiu da posição de voluntária, após alguns meses, por ter abraçado o papel de “empregada humilde”.
Healey acompanhou a rainha Elizabeth II em diversas viagens para o Castelo de Windsor, Sandringham e Balmoral, e tornou-se uma funcionária doméstica de destaque. Dos quatro anos de trabalho, ela recorda como momento mais memorável a chance de dançar com o falecido príncipe Philip, marido da soberana britânica.
“Um destaque fora do serviço foi dançar valsa com o duque de Edimburgo no Baile Gillies, no Castelo de Balmoral. Uma memória com particular pungência agora”, enfatizou. Ao término do ofício no Palácio de Buckingham, Alicia Healey foi trabalhar para outras famílias importantes, como empregada doméstica, assistente pessoal e estilista. Além do perfil The Lady’s Maid no Instagram, com mais de 64 mil seguidores, a ex-funcionária real escreveu o livro Wardrobe Wisdom, sobre gerenciamento de guarda-roupa.
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