Diana x Meghan: entrevistas polêmicas mudaram as vidas das princesas
Após conversa de Oprah Winfrey com Meghan Markle e Harry divulgada no último domingo (7/3), críticas comparam a ex-atriz com Lady Di
atualizado
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Após a polêmica entrevista que Oprah Winfrey fez como casal Meghan Markle e príncipe Harry — e que foi ao ar no último domingo (7/3) —, pessoas do mundo inteiro se pronunciaram. Na Fox News, a escritora Lauren DeBellis Appell listou um paralelo entre a ex-atriz de Hollywood e a princesa Diana, falecida em 1997. Para ela, enquanto Lady Di era a “princesa do povo”, Meghan poderia ser rotulada como a “manifestante do palácio”.
Para começar, a mulher de Harry escolheu usar uma pulseira cravejada de diamantes de Diana para a entrevista, que durou aproximadamente 3 horas, mas foi editada para 1h30. Segundo Lauren Appell, ambas as princesas foram “confrontadas com o desafio de navegar e se adaptar aos seus novos papéis na família real, que provavelmente foram um pouco opressores e um tanto isoladores”. Porém, para a escritora, cada uma lidou com a situação de maneira diferente.
Lauren Appell fez ataques a Meghan dizendo que é um pouco difícil se colocar no lugar de alguém reclamando por horas usando um vestido de mais de R$ 26 mil da grife Armani. “Ou ouvir Harry dizer que sem os milhões de sua mãe ele não seria capaz de sustentar sua família. Sim, Deus me livre, ele pode ter que conseguir uma daquelas coisas chamadas ‘trabalho’ como o resto do mundo está assistindo”, acrescentou.
A escritora também criticou a forma como a duquesa de Sussex protestou o fato de ter sido injustiçada enquanto o avô de Harry de 99 anos, príncipe Phillip, estava no hospital após passar por um procedimento cardíaco. Por outro lado, na opinião da autora, Diana tinha uma lista de queixas, “mas o mais perto que ela chegou de transmiti-las foi em uma entrevista à BBC em 1995, onde ela fez referência ao relacionamento extraconjugal do príncipe Charles com Camilla Parker-Bowles, dizendo ‘havia três de nós nisso casado”.
“Ela (Diana) não revelou exatamente nenhum segredo do palácio naquela entrevista. O príncipe Charles não se esforçou muito para ser discreto com Parker-Bowles, com quem se casou em 2005”, comparou Lauren Appell.
De acordo com a crítica, Lady Di “escolheu forjar seu próprio curso e emergiu como uma das mais amadas membras da realeza”. “Ela defendeu esforços de caridade e humanitários em nome das pessoas afetadas pela AIDS, lepra, câncer e desabrigados. Quem pode esquecer a foto da princesa abraçando um paciente de AIDS de 7 anos durante sua visita ao Harlem em 1989. Foi sua humildade e empatia pelos outros que a levou a ser apelidada de ‘princesa do povo”, falou.
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Já Meghan optou pela abordagem oposta, conforme explica a escritora. “Ela se casou com alguém da família e então entregou sua tiara menos de dois anos depois para eventualmente voltar para a Califórnia com Harry”, disse. “Enquanto isso, estão surgindo relatos de que a Comissão de Caridade para a Inglaterra e País de Gales estão investigando se a antiga instituição de caridade de Harry e Meghan, Sussex Royal — que eles fecharam depois de se mudar para os EUA no ano passado — foi mal administrada e obedeceu à lei de caridade”, revelou.
Lauren Appell também defende que, quando o duque e a duquesa de Sussex deixaram a família real, parece que eles também se divorciaram da realidade, algo que a princesa de Gales nunca fez. “A princesa Diana tratava de conectar e servir aos outros; intencional e repetidamente, ultrapassando as paredes do palácio para chamar a atenção e ajudar as pessoas necessitadas. Depois de assistir a esta entrevista, fica claro que Meghan está se preparando para servir a si mesma”, atacou.
“Aqueles de nós que se lembram da princesa Diana só podem dizer que a duquesa de Sussex poderia aprender muito com ela. Uma pulseira não faz uma princesa.”
Lauren Appell
Outro lado da moeda
Sob ponto de vista diferente, a escritora Kate Williams, do The Guardian, afirmou que o comportamento em relação a Meghan mostra que a Inglaterra não aprendeu nada com o tratamento da princesa Diana. A autora se referiu às dolorosas experiências de Lady Di dentro da realeza.
“Como disse Harry em um clipe amplamente divulgado antes da exibição da entrevista, ele temia que a história se repetisse. Sua mãe havia falado sobre os pensamentos suicidas que experimentou durante a gravidez de Harry e sobre a falta de apoio que recebeu. Como Diana, Meghan se sentiu presa e sozinha, e disse que às vezes não tinha permissão para sair para almoçar com amigos”, argumentou a escritora.
Kate Williams lembrou do acidente de carro da princesa de Gales que um júri decidiu que foi em parte culpa dos paparazzi. “O público britânico jurou que isso nunca mais aconteceria. No entanto, parece que não aprendemos nada com sua morte. Se fazer o trabalho é tão miserável, e se a cobertura da imprensa é tão incessante e injusta, que uma jovem confiante, vibrante e bem-sucedida é reduzida às lágrimas, não precisamos mudar de emprego?”, questionou.
Para a opinante, “todas as mulheres que se casam com membros da família real são atacadas.” “Mas Meghan está pior, porque a cobertura dela foi impregnada de racismo”, acredita.
“Muito mais centímetros de coluna foram dedicados a criticar suas escolhas de roupas, esmalte de unhas e até mesmo sua barriga do que as acusações feitas contra o príncipe Andrew. Jornalistas questionaram a identidade racial de Meghan e sugeriram que ela e Harry merecem ter sua cidadania revogada”, disse a escritora.
“Enquanto o FBI diz que o príncipe Andrew não respondeu aos pedidos de entrevista (afirma que Andrew nega), a família real iniciou uma investigação sobre o alegado bullying de Meghan”, relembrou Kate Williams.
“Meghan e Harry são populares e carismáticos. Eles encantam o público e se conectam com as multidões. Eles teriam sido embaixadores de enorme sucesso em viagens reais. Mas talvez esse sempre tenha sido o problema. Como Diana, cujo brilho sobre o príncipe Charles em sua turnê australiana foi recentemente dramatizado em The Crown, Meghan e Harry teriam deslumbrado demais e ofuscado outros membros da realeza”, pensa a autora.
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