Dia da Visibilidade Trans: conheça ONG criada pelo médico João Darques
O cirurgião plástico João Darques é a mente por trás do Transformação, projeto que no prazo de um mês virará ONG
atualizado
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Autor de Por que a plástica pode ajudar a cura você?, livro considerado a “bíblia” da autoestima da mulher pela crítica, o cirurgião plástico João Darques é a mente por trás do Transformação, projeto que no prazo de um mês virará ONG. Entre tantas ações oferecidas na iniciativa, uma delas é a cirurgia em pacientes que almejam fazer a operação de redesignação sexual. Neste domingo (29/1), o Brasil comemora o Dia Nacional da Visibilidade Trans e, nada mais justo do que conversar com o médico que tanto contribui com a comunidade que integra o movimento LGBTQIA+.
Com mestrado, especializações e prêmios no extenso currículo, João conversou com a Coluna Claudia Meireles a respeito do projeto que completa cinco anos, razão para dispor em breve do título de ONG de impacto social. Desde o início da iniciativa até então, o especialista fez entre 60 a 100 cirurgias sociais. Na ocasião, o paciente procura o Instituto Darques, fixado no Edifício Dr. Crispim, na Asa Norte. Na clínica, o pro bono e o serviço cirúrgico são oferecidos. Os interessados devem pagar os custos da parte hospitalar.
O médico já traçou como meta ir além das operações cirúrgicas e não mede esforços para conquistar os objetivos. Por meio do Transformação, pacientes e pessoas trans em situações de vulnerabilidade social recebem instrução profissional, por exemplo, cursos preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). João Darques está em conversa com o Ministério Público para a criação de uma central de denúncias para casos de violência e auxiliar a comunidade a ter os mínimos direitos.
O projeto criado por João não recebeu o nome de batismo por acaso. “Transformação. Trabalhamos com a feminilização e masculinização do corpo, da forma. Na questão da formação, tem o cursinho pré-Enem. A ação é tudo isso relacionado”, define o cirurgião.
Ele acrescenta: “Constituir tudo isso é o nosso plano”. Outro propósito do médico é um banco oferecer microcrédito para as pessoas trans darem o pontapé no próprio negócio. A meta do profissional de saúde é apresentar um leque de possibilidades para a comunidade.
Alguns pacientes do cirurgião ingressaram em letras e direito na Universidade de Brasília (UnB) devido ao incentivo da iniciativa. No futuro — próximo —, João Darques almeja que a ONG tenha um lugar de acolhimento para pessoas trans.
Com a finalidade de cumprir todos os objetivos, o médico destacou: “Precisamos de apoio, apoio mesmo. Nós fazemos um trabalho lindo. A gente necessita de capital para custear”. Ao longo da entrevista, ele aproveitou para chamar a atenção de empresas que “queiram contribuir” com os 8% do imposto.
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“Tem pessoas que não tem como pagar a parte hospitalar nem com desconto. As empresas podem ajudar, tirar 8% e reverter para esses lugares, a exemplo da ONG”, defende João.
O Instituto Darques oferece atendimento personalizado e psicológico a fim do paciente se preparar para as mudanças decorrentes dos procedimentos. Conforme ressalta o médico, as operações são um meio de cura de um “corpo vulnerável”. Ele deseja aumentar a equipe de profissionais.
Atualmente, a trupe dedicada para as operações conta com João Darques como médico; três fisioterapeutas, sendo duas com mestrado em tecido pela UnB; uma enfermeira; uma técnica em enfermagem. Também tem o médico Paulo Bonadio na área de hiperbárica, modalidade terapêutica de alta tecnologia indicada para tratamentos de feridas com difícil cicatrização. Segundo fundador do Transformação, todos os membros da equipe dão “um pedacinho de si” para ajudar no final, como reduzir os valores de um atendimento.
Mensagem
No Dia Nacional da Visibilidade Trans, a Coluna Claudia Meireles pediu para o médico João Darques deixar uma mensagem para a comunidade. Além de mostrar a importância da inclusão, o cirurgião lamentou que uma mulher trans preta tem a expectativa de vida de 37 anos em solo brasileiro. “O Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis em todo mundo. Me dói assistir pacientes morrendo por falta de cuidado e por falta de amor”, ressalta.
“Isso me dói muito. Entendo o meu lugar, porque eu nunca fui trans, mas eu divido a aquela dor. Não roubo o lugar de fala delas. Mas com meu estudo e letramento, sou um agente proeminente para o desenvolvimento e criança de um mudo melhor. Que a gente consiga abarcar toda a probabilidade de corpo. No Dia da Visibilidade Trans, olhe para si e eu clamo a vocês que querem ajudar, existe um caminho e o caminho é a minha a ONG agora”, declarou o autor de Por que a plástica pode ajudar a curar você?.
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