Descubra suplemento eficaz para “reverter” o envelhecimento do cérebro
Doutor em química biológica, Lucas Cintra explicou sobre o suplemento e abordou um estudo que analisou a reversão do envelhecimento cerebral
atualizado
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Ir até a geladeira e esquecer o que iria pegar dentro. Não gravar os próprios dados pessoais, a exemplo do RG, CPF e número de telefone. Estacionar o carro e, ao voltar, não lembrar onde deixou o veículo. Esses são apenas alguns cenários enfrentados por quem tem a memória ruim. Caso sofra com a condição, eis um suplemento eficaz que pode vir a te ajudar e turbinar o funcionamento do cérebro: o magnésio l-treonato.
Para saber mais detalhes da substância considerada “poderosa” pelos cientistas por conseguir reverter o envelhecimento cerebral, a Coluna Claudia Meireles conversou com o farmacêutico Lucas Cintra, doutor em química biológica pelo Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais da Universidade de Franca (GPNUF), em São Paulo. De acordo com o especialista, esse tipo de magnésio está associado a um metabólito natural da vitamina C, chamado de l-treonato.
Penetrar no cérebro
Conforme Lucas explica, a associação do magnésio e l-treonato é a que melhor penetra no cérebro e permite a atuação do mineral na região. “Os vasos sanguíneos cerebrais possuem o que chamamos de barreira hematoencefálica, a qual dificulta a entrada de várias substâncias no órgão mais importante do sistema nervoso”, elucida o doutor em química biológica com foco em química de produtos naturais.
O farmacêutico alega que para ocorrer a penetração de compostos no cérebro, muitas vezes é necessário optar por algumas modificações estruturais nas moléculas, razão de juntar magnésio ao l-treonato. “Essa associação visa transpor esta barreira e adentrar na região com o maior facilidade”, certifica. Estudos mostraram que o consumo do suplemento contribui positivamente com múltiplos domínios cognitivos.
Estudos
Segundo uma pesquisa do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, o magnésio l-treonato se concentra no cérebro e, consequentemente, reconstrói as conexões neuronais e favorece a neuroplasticidade, capacidade do órgão em se manter flexível para o aprendizado, memória e função cognitiva. O estudo foi feito em ratos de laboratório.
Publicada no Journal of Alzheimer’s Disease, em 2016, uma pesquisa sobre o suplemento contou com a colaboração de cientistas de universidades da China e dos Estados Unidos. Ao longo da investigação, os experts observaram que os participantes do estudo tiveram melhorias na função executiva e na memória de trabalho após seis semanas de tratamento com o magnésio l-treonato. “Ambas [as funções] estão associadas com o córtex pré-frontal”, esclarece Lucas Cintra.
Com o dobro de tempo de uso da substância, o grupo de ensaio obteve o aperfeiçoamento da memória episódica, relacionada ao hipocampo. Ao fim da apuração, os cientistas descobriram que o magnésio l-treonato favoreceu a reversão do envelhecimento cerebral em um período considerável. “No teste de função executiva, houve uma melhora aproximada de 9 anos, o que pode ter um efeito significativo na qualidade de vida do indivíduo”, garante o especialista à coluna.
“Estas observações [dos estudos] sugerem que os mecanismos de ação do magnésio l-treonato podem agir em diferentes escalas de tempo e em distintas áreas do cérebro”, pondera o farmacêutico. Com base nas pesquisas científicas, existem evidências de que o composto contribui com a qualidade do sono e a memória recente de pacientes com Alzheimer, além de ser o coadjuvante em outras doenças degenerativas.
Benefícios
Aos interessados em consumir a substância, Lucas listou uma série de vantagens: “Devemos citar a diminuição do declínio cognitivo, observado normalmente com o passar do tempo. A progressão na conexão entre os neurônios tende, assim, a melhorar a capacidade de aprendizado, memória e concentração. Também colabora com a cognição em pessoas com déficit de atenção”. O especialista deixa como aviso: quem enfrenta quadros de depressão, ansiedade e síndrome do pânico pode se beneficiar com o uso do magnésio l-treonato.
No estudo em que reverteu o envelhecimento cerebral em 9 anos, os participantes ingeriram 1,5 g de magnésio l-treonato. “A dose usual é de 500 mg, uma vez ao dia, podendo chegar até a dose utilizada na pesquisa”, recomenda o doutor em química biológica. De acordo com Lucas, costuma-se consumir o mineral antes de dormir, já que um dos efeitos é a melhoria do sono. “Mas nada impede a ingestão em outro horário”, orienta.
Por ser benéfico para a saúde, há quem acredite que o consumo do magnésio l-treonato está liberado. Entretanto, não é bem assim, pois existem contraindicações, conforme endossa Lucas Cintra: “Pessoas com insuficiência renal, que passem por diálise e com níveis de ureia e creatinina elevadas devem evitar a ingestão”, defende. O doutor em química biológica complementa: “De qualquer forma, vale sempre buscar a orientação de um profissional da saúde especializado em suplementação”.
Primordial
Caso não saiba, o magnésio tem papel essencial no bom funcionamento do organismo, atesta o expert em química de produtos naturais: “Depois do cálcio, é o cátion (íon de carga positiva) mais abundante dentro das células, sendo necessário para mais de 600 enzimas do corpo, cada uma delas desempenha uma função essencial, ou seja, não há como funcionar sem o mineral”.
Durante a entrevista, Lucas elencou as funções mais primordiais do magnésio, como: produção e utilização de energia; metabolismo de carboidratos; síntese de DNA e de proteínas; ativação da vitamina D; e controle do excesso de glutamato (importante neurotransmissor cerebral). “São apenas alguns exemplos das ações desse mineral no corpo”, cataloga.
Ao adquirir o composto, Lucas deixa como instrução a observar “as considerações de quem já comprou e utilizou”. Ele também alerta para analisar o histórico do laboratório responsável pelo desenvolvimento da substância. “Se é bem avaliado de um modo geral pelos usuários”, aconselha o doutor. Além do magnésio l-treonato, há outros alimentos e suplementos essenciais para a saúde do cérebro, a exemplo do ácido alfa-lipóico, ômega 3, zinco, pirroloquinolina quinona (PQQ) e vitaminas do complexo B, segundo o farmacêutico.
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