Descubra os perigos para a saúde ao tomar creatina adulterada
A médica Vivian Bastos, a nutricionista Priscila Reis e o educador físico Tauan Gomes destacaram os riscos do consumo da creatina adulterada
atualizado
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Nos últimos meses, tem sido comum se deparar com notícias sobre creatina adulterada. Nessa quinta-feira (28/11), por exemplo, a Polícia Civil deu início a uma operação que mira a empresa Soldiers. Focada em suplementos alimentares, a marca é capitaneada pelo casal Yuri Silveira de Abreu e Fabiula Freire, autointitulados como “o rei e a rainha creatina”.
Um relatório da investigação apontou que a empresa fez uso de técnicas precárias para dissolver a creatina empedrada, e isso expõe a matéria-prima a riscos graves de contaminação. Em outubro, a Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) avaliou 88 marcas do suplemento e 18 delas foram reprovadas.
Para entender os perigos para a saúde de consumir creatina adulterada, a coluna Claudia Meireles conversou com três profissionais da área, sendo eles, a médica pós-graduada em nutrologia Vivian Bastos, a nutricionista Priscila Reis e o educador físico Tauan Gomes.
Creatina adulterada
De acordo com a médica integrante do Instituto Nutrindo Ideais, a legislação brasileira permite variação máxima de até 20% da quantidade de creatina especificada no rótulo. “Dessa forma, é necessário que [o suplemento] apresente, pelo menos, 80% de pureza”, explica.
“A creatina adulterada pode conter qualquer tipo de farinha e, por não sabermos exatamente o ativo presente, não temos como afirmar o mecanismo de ação da mesma”, complementa Vivian.
Segundo Tauan Gomes, a creatina com formulação alterada costuma trazer substâncias que não estão de acordo com a composição original do suplemento, como a impureza ou a falta de qualidade da matéria-prima monohidratada. A nutricionista Priscila Reis lista a série de compostos “indesejados” que tendem a constar na fórmula adulterada.
Substâncias tóxicas
A especialista em nutrição menciona que a creatina adulterada pode conter metais pesados, a exemplo de chumbo, cádmio e mercúrio. “São comumente encontrados em suplementos de baixa qualidade e tendem a causar intoxicação e efeitos graves no organismo, com problemas renais, hepáticos e neurológicos”, ressalta.
A nutricionista sustenta que a creatina adulterada pode incluir também aditivos e contaminantes químicos, como bactericidas e pesticidas; carboidratos e açúcares; estimulantes, a exemplo de cafeína e outras substâncias estimulantes não especificadas.
Em relação à cafeína, Priscila Reis esclarece sobre o composto ser adicionado “para aumentar a sensação de energia podem gerar efeitos colaterais, como taquicardia e insônia”. Carboidratos e açúcares são inseridos com o objetivo de “baratear o produto”.
Perigos
A médica Vivian Bastos detalha que consumir creatina com a formulação alterada tendem a resultar em graves sintomas. “O consumo de suplementos adulterados vão de intoxicações até mesmo a morte, uma vez que não sabemos o que de fato está sendo utilizado”, pondera a expert em nutrologia.
Especialista em nutrição clínica, Priscila Reis salienta que a creatina adulterada “traz sérios riscos à saúde”. “Intoxicação por metais pesados gera danos a órgãos vitais, como rins e fígados, além de sintomas de cansaço, dores de cabeça e alterações neurológicas”, enfatiza.
O estômago sofre as consequências da ingestão do suplemento com composição alterada. “Aditivos de baixa qualidade podem causar dores estomacais, náuseas e outros desconfortos”, cita Priscila. O educador físico Tauan Gomes reitera quanto a creatina adulterada provocar “desde a frustração pela falta de resultado esperado passando pela sobrecarga metabólica”.
Tauan reforça a respeito do suplemento adulterado ocasionar inchaço no corpo e outras condições, por exemplo, aumento de pressão arterial, arritmia cardíaca, insônia e ansiedade.
“Outros sintomas adversos ocorrem no sistema cardiovascular e no nervoso central causados pela possível adulteração de substâncias tóxicas não declarada”, reforça.
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