Descubra os perigos de aplicar óleos essenciais de forma errada
A coluna conversou com duas especialistas da área da saúde para esclarecer os perigos do uso incorreto dos óleos essenciais
atualizado
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O uso de óleos essenciais tem se popularizado nos últimos anos. Esse tipo de produto tem sido apontado como um aliado no alívio do estresse, para ajudar quem deseja ter uma boa noite de sono e até para melhorar o aspecto da pele. No entanto, a aplicação indiscriminada desses compostos, que são altamente concentrados, pode causar algumas reações adversas, especialmente em pessoas com a pele mais sensíveis, gestantes e crianças.
Para esclarecer os principais riscos, a coluna consultou a dermatologista Regina Buffman e a fisioterapeuta Raquel Furquim, especializada em massoterapia com formação na Índia, Tailândia e Japão. Cada uma das profissionais detalhou os cuidados necessários para ninguém correr perigo ao utilizar esses cosméticos, como esses produtos são classificados pela Anvisa.
Óleos essenciais e reações adversas na pele
Segundo a dermatologista Regina Buffman, o uso inadequado de óleos essenciais pode provocar diversas reações. O motivo tem a ver com a sua composição, formada por químicos naturais altamente concentrados.
“Na hora de utilizar o produto na pele, a indicação é que eles jamais sejam aplicados sem serem diluídos em outros cremes. Isso pode causar irritação, vermelhidão, coceira, dermatite de contato e, em casos mais graves, queimaduras…”, alerta.
Além de serem altamente concentrados, alguns dos óleos essenciais também são fotossensibilizantes, ou seja, reagem de forma incomum quando são expostos à luz do sol ou fontes luminosas. “Quando se trata dos produtos com essa característica, como os óleos cítricos, pode ocorrer uma condição chamada fitofotodermatose, que resulta em manchas e queimaduras”, destaca a especialista.
Na hora de diluir o produto, Raquel Furquim complemente com algumas dicas importantes. “Eles devem ser diluídos em um óleo carreador, como óleo de coco, gergelim e amêndoas, antes da aplicação tópica. A concentração ideal varia de 1% a 3% de óleo essencial para o uso seguro”, explica.
Aromaterapia é indicada para todo mundo?
Apesar de ter virado tendência fazer um spa day em casa, as especialistas da área da saúde reforçam que esse tratamento não é para qualquer um. Segundo elas, quando se trata de gestantes e crianças, o uso de óleos essenciais deve ser extremamente cauteloso, preferencialmente sob orientação médica.
“Até mesmo com recomendação é preciso evitar certos óleos. Alguns podem elevar a pressão arterial das mulheres durante a gravidez e causar contrações uterinas indesejadas”, afirma Regina Buffman.
A especialista em massagens terapêuticas Raquel Furquim esclarece quais produtos devem ser retirados da rotina de autocuidado, especialmente nos primeiros meses de gestação. “É importante evitar os óleos de sálvia, canela, alecrim e cânfora, por exemplo”, comenta.
Para aqueles que são adeptos a aplicar a rotina de relaxamento nas crianças, o risco de alergias e irritações pode ser bem maior.
“Caso tenha recomendação médica, o ideal é utilizar concentrações mais baixas e, de preferência, entre 0,5% a 1%, e sempre diluídos. Além de diminuir as doses, não recomendo o uso de óleos como hortelã-pimenta, eucalipto e cânfora em bebês e crianças pequenas, pois podem causar problemas respiratórios”, revela Furquim.
Outra preocupação importante é para quem faz o uso dos óleos essenciais como um tratamento oral.
“Apesar de ser natural, com a dose errada o produto pode facilmente se tornar tóxico. A ingestão deve ser feita sob orientação de um profissional qualificado, como um aromaterapeuta clínico e, mesmo assim, não é amplamente recomendado”, revela Raquel Furquim.
Saiba como utilizar os óleos em difusores
Além da aplicação tópica, utilizar os óleos essenciais nos difusores também requer alguns cuidados. De acordo com Raquel, é preciso ter moderação quando for preparar o ambiente para o relaxamento.
“O ideal é que se adicione de três a cinco gotas de óleo essencial em 100 a 150 ml de água ou de acordo com as instruções do fabricante do difusor. Além disso, é importante limitar o tempo de exposição a 30 a 60 minutos por vez e manter o ambiente ventilado para evitar o risco de intoxicação”, encerra.
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