Descubra a dieta OMAD, que divide opiniões entre defensores e críticos

Quando o assunto é dieta, um dos temas mais lembrados é o jejum intermitente, que consiste em se abster da alimentação durante longos intervalos de tempo. A prática tem sido muito debatida entre profissionais da saúde, e o número de adeptos cresce exponencialmente.

O jejum intermitente possui variações. As principais formas são: o jejum de 16 horas, que priva o consumo de alimentos entre 14 e 16 horas, incluído o período do sono, e retorna à ingestão nas 8 horas restantes do dia; o jejum de 24 horas, feito por um dia inteiro por duas ou três vezes por semana; o jejum de 36 horas, que consiste em ficar um dia inteiro e metade do dia seguinte sem comer; e o jejum que libera o consumo por cinco dias da semana normalmente e, em 2 dias, reduz a quantidade de calorias.

Contudo, há uma outra versão dessa dieta. Embora ela tenha ganhado muitos fãs, também despertou críticas de especialistas da área. É a OMAD (One Meal a Day) que, em português, é traduzido como Uma Refeição ao Dia. Segundo o Exploding Topics, recurso que verifica as tendências nas ferramentas de busca, as procuras pelo termo na internet obtiveram um pico considerável.

Pelo nome, já dá para subentender a principal ideia da novidade. Mas, afinal, como ela funciona e o que os profissionais da nutrição pensam sobre sua execução? Vale a pena tentar?

Classificada como uma dieta extremista, a OMAD equivale a jejuar por 23 horas seguidas e consumir uma refeição em uma janela de 60 minutos, sendo, essa última, feita no mesmo período todos os dias. Água, café ou chá, sem açúcar ou adoçantes, estão liberados a qualquer momento.

Tema de livro

Logan Wolf, autora do livro One Meal a Day – Intermittent Fasting (Uma Refeição por Dia – Jejum Intermitente, em português), defende o regime e sugere que a refeição do dia seja feita na parte da noite. Sua obra literária é focada no emagrecimento.

“Seu peso volta repetidamente após dietas e rotinas? A obesidade extrema está atrapalhando seus esforços para perder peso? Se você respondeu sim a alguma dessas perguntas, o Jejum Intermitente de Uma Refeição Por Dia (OMAD) é a solução para seus problemas”, convida a autora na publicação.

Nas palavras de Wolf, a OMAD é segura e sustentável. “Você pode perder peso com OMAD mesmo se não for capaz de fazer exercícios extenuantes ou seguir uma dieta alimentar”, diz na sinopse. “O jejum intermitente OMAD ajuda a modificar a maneira como você alimenta seu corpo e permite que você inicie o processo de perda de gordura interna e se livre da gordura da barriga. Você pode seguir a rotina OMAD mesmo se tiver uma agenda apertada e não puder reservar tempo para exercícios”, complementa.

Regras do jejum

Quanto à refeição realizada no momento da quebra do jejum, sua quantidade deve ser a mesma que a de outra refeição convencional, e não em porção maior. Essa é uma instrução importante, apesar de parecer difícil, já que uma pessoa com muita fome pode acabar exagerando na dose.

Outro “porém” é a qualidade. Segundo os defensores da OMAD, a dieta é capaz de fazer emagrecer mesmo que a refeição não seja saudável, pois a ingestão de calorias é bem mais baixa que a de um dia comum. Todavia, os profissionais da saúde enfatizam que nosso corpo precisa de nutrientes, e alimentos saudáveis devem ter preferência no desjejum.

Benefícios

Apoiadores da OMAD acreditam que sua prática ajuda na prevenção de doenças e regula o nível de glicose no sangue. Outra vantagem seria o tempo livre dado ao indivíduo, uma vez que ele terá menos trabalho para planejar o que vai comer durante o dia todo.

Outro lado da moeda

Ao buscar na internet informações sobre a dieta, certamente você encontrará opiniões divergentes, além de poucos estudos e teses sobre o conceito. Especialistas da área de nutrição alertam para a restrição de muitas horas sem ingestão de calorias e seus riscos para a saúde, principalmente em pessoas que fazem jejum por conta própria e sem acompanhamento profissional. Um plano de alimentação sempre deve ser recomendado de acordo com o estilo de vida do paciente.

Fome, desejos incontroláveis, falta de energia e fadiga são algumas das desvantagens do jejum OMAD. Também há uma redução da massa muscular e a carência nutricional de vitaminas e minerais, o que afeta o sistema imunológico.

Vale estar atento, ainda, ao efeito sanfona, que é quando a pessoa emagrece com a dieta, mas acaba desistindo e volta a se alimentar como antes.

Também, de acordo com um estudo da Nutrients, a restrição calórica excessiva pode causar problemas hormonais no organismo, tanto na queda da testosterona para os homens quanto na desorientação do ciclo menstrual para as mulheres.

Por fim, pessoas que já experimentaram a versão do jejum relatam que, no período de adaptação, há ocorrências de dores de cabeça, tontura e fraqueza no corpo.

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