Médica avalia pele do rei Charles e a causa do envelhecimento
A médica Amanda Todt analisou a pele do rei Charles III, novo monarca do Reino Unido. Ela indicou procedimentos estéticos
atualizado
Compartilhar notícia
Com a morte da rainha Elizabeth II no último dia 8, o primogênito da monarca, Charles, ascendeu ao comando do trono britânico. Com 73 anos, ele é a pessoa mais velha a ser proclamada rei no Reino Unido. Nos últimos dias, especialistas têm avaliado os desafios dele como novo rei, as razões para o soberano dar tantos “pitis” e, agora, a médica pós graduada em dermatologia Amanda Todt analisou a pele da majestade a pedido da Coluna Claudia Meireles.
De acordo com a expert, o rei Charles III dispõe de um fototipo de pele baixo, isto é, uma cútis muito clara e que sofre mais com os danos solares, em especial, o fotoenvelhecimento. “Isso se demonstra nele pelas rugas finas”, explica. Embora a cútis do soberano enfrente com maior grau os efeitos da radiação solar, a expert notou que a derme dele não apresenta manchas. “O que pode indicar o uso do protetor solar”, endossa.
Outra percepção abordada por Amanda Todt na pele do rei Charles é o tom mais rosado e até mais avermelhado na região das bochechas e nariz em determinados momentos. Segundo a profissional, a coloração no centro da face indica o aumento da reatividade vascular, em outras palavras, a dilatação dos vasinhos da cútis. A característica está entre os sinais da rosácea.
Rosácea
Para bater o martelo no diagnóstico, a especialista precisaria fazer algumas perguntas ao rei, no caso, se ele tende a ficar com a derme mais vermelha quando faz algum esforço físico, em momentos de estresse ou quando consome bebida alcoólica, principalmente vinho. Outro questionamento é se a vermelhidão demora mais do que 30 minutos para cessar.
Amanda esclareceu detalhes a respeito da condição dermatológica: “A presença de eritemas e telangiectasias na região central da face, acompanhadas de pápulas e pústulas (bolinhas vermelhas ou com pus), geralmente não oferece dificuldade no diagnóstico da rosácea. O paciente pode fazer um diário das pioras (e das remissões) relacionando isso às suas atividades, alimentação, estresse e outros fatores”.
A médica frisa que a origem da rosácea ainda não é conhecida. Entretanto, há uma predisposição individual mais comum em brancos e descendentes de europeus, grupos em que o rei Charles se encaixa. Também existe o fator genético. “Pode-se dizer que 30% dos casos tem uma história familiar positiva”, ressalta Amanda. O estresse influencia na condição dermatológica, além de outros fatores psicológicos, como o estresse.
Sobre a condição que afeta mais de 10% dos brasileiros, a especialista destaca que a rosácea se caracteriza por uma pele sensível, geralmente mais seca. “Começa a ficar eritematosa (vermelha) facilmente e se irrita com ácidos e produtos dermatológicos, no geral”, enfatiza. Ela acrescenta: “Aos poucos, a vermelhidão tende a permanecer e aparece os vasos finos (telangiectasias), pápulas e pústulas, lembrando a acne”, salienta.
Por conta da rosácea, surgem sintomas oculares, de olho seco e sensível à inflamação nas bordas palpebrais, a chamada blefarite. “Podemos perceber os olhos do rei mais avermelhados”, verifica Amanda Todt. Conforme averigua a expert, o caso de Charles não evoluiu para rinofima. “É uma condição mais comum nos homens em que há o aumento gradual do nariz por espessamento e dilatação dos folículos”, atesta a profissional.
Antienvelhecimento
Diante da avaliação da médica a respeito da derme do soberano Charles, fica como alerta a importância de prevenir o envelhecimento da cútis em todas as quatro camadas: óssea, muscular, de gordura e a pele. “Diria que o rei poderia ter recorrido a diversos procedimentos a fim de que os sinais do envelhecimento hoje fossem mais amenos”, garante a expert.
Na avaliação da profissional, Charles poderia ter estruturado com preenchimento as olheiras e o suporte malar, região abaixo das olheiras. “Esse ponto é um dos primeiros a sofrer com a reabsorção óssea”, assegura Amanda. Ela também defende o uso da toxina botulínica pelo monarca, mas com um adendo: “Se ele tivesse feito desde mais jovem, conseguiria prevenir as rugas muito marcadas da testa e pés de galinha”.
Na avaliação da especialista, o ultrassom microfocado fortaleceria a musculatura da face de Charles. O procedimento ajuda na sustentação e traz o efeito lifting de forma natural. “Seria muito interessante”, recomenda. Mais um conselho da médica está em “abastecer o banco de colágeno anualmente com um bioestimulador”. A técnica age de forma preventiva, de modo a reduzir a flacidez e dar viço para a pele.
Segundo Amanda, Charles deve recorrer aos benefícios do laser, luz pulsada ou LED para amenizar a rosácea. Os métodos ajudam a melhorar a qualidade da pele, como poros, textura e manchas. Por fim e não menos importante, a médica aconselha o rei a adotar uma rotina de skincare adequada para a cútis sensível. “Seria de extrema importância”, orienta.
Conselhos
Ao fazer uma última avaliação na cútis do monarca Charles III, Amanda afirma: “Não consigo identificar nenhum procedimento estético. Para mim, o rei apresenta claramente todos os sinais de envelhecimento para sua idade”. Se pudesse dar um conselho ao soberano, a médica traz na ponta da língua duas sugestões: “Procurar um dermatologista a fim de tratar a rosácea e lembrá-lo de que nunca é tarde para cuidar da pele.”
Sobre a especialista
Em Brasília, a médica atende na Clínica Mariana Correa, no Lago Sul, e na Clínica Metáh, no Sudoeste. Amanda é pós-graduada em dermatologia pelo Instituto BWS. Ela mudou no início do ano para a capital federal. Anteriormente, atuava em São Paulo, mais precisamente no Grupo Taiz Campbell, na Clínica Mais do médico Newton Moraes e no Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas em Medicina Capilar, de Ana Carina Junqueira.
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.