Dentista Ricardo Machado Cruz tira dúvidas sobre o uso do Invisalign
Mestre em ortodontia pela UFRJ e doutor em biologia animal e genética pela UnB, o especialista detém o título de Top Doctor pela Invisalign
atualizado
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Até pouco tempo, os usuários de aparelhos ortodônticos idealizavam dispor de uma alternativa transparente, removível e sem braquetes. Saiu vitorioso do tratamento quem nunca passou pela situação das peças soltarem ou quebrarem. Sem contar a insatisfação de usar as ligas elásticas para auxiliar na movimentação dos dentes e no estabelecimento de uma mordida correta. Pois, agora, esse sonho tornou realidade. O Invisalign responde pela façanha de dar fim às queixas dos pacientes insatisfeitos com os métodos convencionais.
Por integrar discrição e tecnologia avançada, o Invisalign despertou a atenção dos pacientes que buscam o sorriso perfeito sem precisar fixar os tradicionais aparelhos de metal. Até quem não se preocupava com a saúde dos dentes resolveu fazer uma visitinha ao dentista. Mas, será que a novidade faz jus ao sucesso? Para pôr fim aos questionamentos, a coluna Claudia Meireles conversou com Ricardo Machado Cruz, mestre em ortodontia pela UFRJ e doutor em biologia animal e genética pela UnB.
Com o título de Top Doctor pela empresa Invisalign, Ricardo comanda a clínica Machado Cruz Odontologia Especializada, situada no Lago Sul, em Brasília. Uma dúvida unânime dos pacientes do especialista após pegarem um alinhador nas mãos durante a primeira consulta é: “Como esse ‘pedaço de plástico’ vai movimentar meus dentes?”. A princípio, as pessoas ficam inseguras em relação à eficiência do tratamento, de acordo com o expert.
Além de explicar que o sistema de alinhadores de plástico é usado de forma sequencial, o dentista orienta os usuários assistirem ao vídeo Invisalign Manufacturing, no YouTube, para conhecerem a tecnologia agregada ao método. “Todos ficam espantados”, confessa Ricardo. Ao longo do tratamento, o paciente usa uma série de placas sequenciais transparentes, mais conhecidas como alinhadores. Os aparelhos cobrem as coroas dos dentes e devem ser trocados a cada uma ou duas semanas.
Confira o vídeo abaixo:
Duração
“Cada alinhador consegue movimentar os dentes por uma média de 0,25 milímetros. Assim, lentamente, as placas começam a alinhar as estruturas”, esclarece o mestre em ortodontia. Outra dúvida dos pacientes é quanto à velocidade e duração do tratamento ortodôntico inovador. Nas consultas, Ricardo costuma enfatizar que depende do problema a ser solucionado. Tecnicamente, casos mais simples são mais rápidos, enquanto os complexos levam mais tempo. Por exemplo, mordidas cruzadas e dentes inclusos.
“Por enquanto, ainda não há evidências científicas para dizer que o tratamento com alinhadores é mais rápido se comparado com os aparelhos fixos tradicionais”, pondera o dentista. Segundo ele, quanto mais rapidamente surgirem os resultados, melhor. A razão? “Seria difícil contar com a colaboração e a adesão do paciente para usar de forma adequada os dispositivos por um longo período”, entrega o expert.
Batizado de Comprehensive, o produto mais duradouro da Invisalign pode ser utilizado por, no máximo, cinco anos. Geralmente, o paciente termina o tratamento com um número ilimitado de alinhadores antes do tempo. “Dentre as vantagens, dá para interrompê-lo e voltar a qualquer momento dentro do prazo ou retomar a fim de corrigir alguma recidiva sem custos adicionais”, esclarece o dentista. Há ainda o Express que resolve casos com sete placas tecnológicas em um ano. No tempo de até dois anos, o Lite soluciona os problemas ortodônticos com 14 alinhadores. Já o Moderate aumenta para 20 placas e três anos.
Mitos e verdades
No interrogatório dos pacientes, Ricardo esclarece alguns mitos em relação ao Invisalign. Do ponto de vista do doutor em biologia, o maior de todos é sobre usar o alinhador apenas na hora de dormir. “Não funciona. Tem de seguir a orientação de utilizar até 20h por dia”, reforça. No quesito cor, pode haver alguma alteração na coloração dos alinhadores com o uso. Algo que, com as trocas semanais ou, no máximo, quinzenais, não será um problema.
Para evitar o amarelamento do material, recomenda-se não comer ou beber enquanto estiver com os aparelhos transparentes. “Somente água”, indica Ricardo. Tirar as placas também evita que restos de alimento fiquem entre o plástico e os dentes. Outro ponto está em manter o Invisalign em perfeito estado, para que ele atue com eficiência. “Desenvolvido com o plástico Smart Track, os alinhadores têm uma boa resistência e não se deformam com facilidade, mas a frequência do hábito de mastigar irá danificá-los ou rasgá-los, com certeza”, endossa.
De acordo com Ricardo Machado Cruz, bebidas são consideradas vilãs para os alinhadores. Chás, café ou chimarrão tendem a causar manchas nos dentes e colorir os aparelhos. “Prejudica a transparência, uma das maiores virtudes do método”, salienta. Se as bebidas tiverem açúcar na composição ou corante, podem causar cáries, quando represadas por um longo período entre o material e os dentes.
Não são só os adultos que podem desfrutar dos benefícios do método. Crianças e adolescentes foram integrados, com sucesso, ao grupo de usuários. No início da tecnologia, os tratamentos eram oferecidos somente a quem tivesse todos os dentes permanentes. Com os avanços, o cenário mudou. Há produtos da Invisalign dedicados aos pequenos com idades entre 6 e 10 anos. O método visa melhorar a forma dos arcos e posicionar os dentes conforme nascem. Depois de cumprir tal fase, entra em ação os recursos para ajudar a dentição permanente.
Conselhos
Ricardo sempre indica os usuários guardarem os alinhadores na caixa apropriada, antes de qualquer refeição. Ele recomenda não deixar as placas transparentes sobre a mesa, pia, cômoda ou enrolados em guardanapos. Segundo o dentista, a pior das hipóteses é jogar o aparelho no lixo, como já aconteceu com pacientes. “Se perder um par de alinhadores em uso, terá de pedir um par extra. As placas levarão até 15 dias para chegar, o que atrasa o tratamento e acarreta um custo extra desnecessário”, destaca o profissional.
Embora não avalie como necessário, o mestre em ortodontia orienta escovar os dentes e só depois recolocar os alinhadores. Em relação à higienização das placas, vale enxaguar antes de guardar na caixa própria a fim de que não fique com saliva. Se a situação ocorrer, os dispositivos apresentarão mudança de cor e cheiro desagradável. “Quando estiver na rua e não for possível, pode removê-los da boca e colocá-los diretamente na caixa. Na primeira oportunidade, lave-os em água corrente”, aconselha o dentista.
Existem também produtos específicos para fazer a limpeza dos alinhadores, geralmente à venda em farmácias. São líquidos ou pastilhas efervescentes com propriedade de antissepsia. Um lembrete aos futuros adeptos da tecnologia: Ricardo frisa que somente ortodontistas com cursos de credenciamento pela empresa podem oferecer tratamentos com Invisalign: “De preferência, o profissional precisa atualizar-se com frequência em cursos e congressos. Esse campo da ciência evolui com rapidez”.
Sobre o especialista
Com mais de três décadas de formação em Odontologia pela Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Machado Cruz concluiu o mestrado em Ortodontia na UFRJ, em 1995, e o doutorado em Biologia Animal e Genética pela UnB, em 2006. O dentista lecionou em instituições de ensino superior em Brasília e no Rio de Janeiro. Atualmente, o expert é membro do Comitê Executivo da World Federation of Orthodontists (WFO), órgão máximo da especialidade.
Na WFO, Ricardo também atua como representante das Américas do Sul e Central. Ele atende os pacientes em sua clínica homônima, a Machado Cruz Odontologia Especializada. O espaço fica na QI 9 do Lago Sul, em Brasília. Com a certificação de Top Doctor pela Invisalign, o dentista oferece tratamentos a crianças, adolescentes e adultos. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO), o especialista presidiu a Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR Nacional).
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