“Dedos de salsicha”: o que é o inchaço nas mãos de Charles III?
Desde a morte da rainha Elizabeth, fotos de Charles III, proclamado rei da Inglaterra, tem chamado atenção em todo o mundo
atualizado
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Desde a morte da rainha Elizabeth, fotos de Charles III, proclamado rei da Inglaterra, tem chamado atenção em todo o mundo, devido ao inchaço de suas mãos. A causa dessa condição nunca foi divulgada pela família real, mas essa não é a primeira vez que Charles aparece assim.
Howard Hodgson, autor da biografia Prince Charles, The Man Who Will Be King, de 2018, já havia comentado sobre o assunto. Ele menciona um trecho de uma carta que o então príncipe teria enviado a um amigo após o nascimento de seu primogênito, William. “Eu não posso dizer o quão animado e orgulhoso estou. Ele tem ‘dedos de salsicha’ como os meus”, diz a publicação.
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Em 2019, os súditos repararam no inchaço de Charles III nas imagens de jornais durante uma viagem que ele fez à Índia com Camilla. Também, no ano passado, um vídeo do novo rei da Inglaterra no sul de Londres circulou na internet e preocupou alguns fãs. “Nunca notei as mãos do príncipe Charles até esta foto. Ele está bem? Elas estão tão inchadas”, afirmava uma publicação no Twitter.
De acordo com o Google Trends, o termo “dedos inchados do príncipe Charles” teve picos de busca nos últimos 12 meses em quatro países: Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Mas, afinal, o que causa essa condição frequente na vida do atual rei da Inglaterra e de outras pessoas pelo mundo?
Segundo Wallace Marrazzo, cirurgião vascular da Clínica Renoir Especialidades Médicas, muitos fatores desencadeam o inchaço nas mãos. Pessoas idosas, principalmente, podem apresentar essa alteração. “O paciente idoso vai perdendo muita musculatura e não se movimenta tanto. Ele fica muito tempo sentado, com os braços pendentes e isso, somado ao calor (que aumenta a vasodilatação), dificulta o sangue de subir para os ombros, tendendo a inchar”, pontua o médico.
Uma forma de evitar essa ocorrência, de acordo com o especialista, é fazer exercícios de abrir e fechar as mãos, ou apertar bolas terapêuticas pequenas, como também, ao correr ou fazer caminhadas, elevar os braços ocasionalmente. Hidratar-se bem e executar atividades físicas em horários mais frescos também são recomendados.
Marrazzo afirma que o primeiro passo é procurar um cirurgião vascular, que passará um exame de doppler para avaliar a parte circulatória, arterial e venosa. “Caso ele não encontre algo relevante nessas análises, ele pode solicitar outro exame para averiguar a parte linfática. Com certeza, entraria em contato com outros especialistas, como o reumatologista ou até mesmo o ortopedista, pois o inchaço pode ser multidisciplinar”, destaca ele.
Inflamações nas articulações, como artrite e gota, também geram inflamação. No entanto, se elas vierem com dores no trajeto da veia, conforme o cirurgião aponta, deve-se procurar um pronto socorro. “Essa flebite pode evoluir para trombose ou até mesmo embolia pulmonar”, ressalta.
“Se houver inchaço do nada, que não regride, indica-se ir a um cirurgião vascular para descartar doenças mais graves”, recomenda Wallace Marrazzo.
Marrazzo cita ainda o uso de medicações que causam inchaço, como também a ingestão baixa de água, que deixa o sangue mais viscoso e propenso a doenças trombóticas. Condições linfáticas, especialmente após traumas ou câncer, que acarretam em retenção de líquido, são outra possibilidade. Porém, nesses casos, o inchaço não concentra-se apenas nas mãos, mas também nos pés ou nos joelhos, por exemplo. “Retém líquido de maneira global”, fala ele.
O profissional também declara que, às vezes, não há uma causa aparente para a condição apresentada pelo rei Charles III. “Pode ser uma falha de bomba muscular, uma paralisia naquele membro, uma lesão neurológica que acarretou na fraqueza ou na paralisia”, ensina Marrazzo.
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