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De calor à irritabilidade: médica revela 10 sinais da perimenopausa

A perimenopausa costuma surgir dos 48 aos 52 anos, embora alguns estudos mostrem que os sintomas podem começar antes dos 45

atualizado

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Mulher madura de frente para o ventilador - Metrópoles
1 de 1 Mulher madura de frente para o ventilador - Metrópoles - Foto: Getty Images

À medida que as mulheres envelhecem, especialmente na meia-idade, há uma diminuição dos óvulos nos ovários, o que leva a mudanças no ciclo menstrual. Desde alterações no sangramento mensal a sintomas diversos, esses efeitos são conhecidos como transição menopáusica ou perimenopausa.

Quem explica isso é a endocrinologista Paula Pires. Ela conta que, durante a fase de transição, os ciclos menstruais irregulares são, muitas vezes, acompanhados por grandes variações nos níveis de hormônios como o FSH e o estradiol. “Isso significa que, em um exame de sangue, pode-se encontrar altos níveis de FSH e baixos níveis de estradiol, indicando que a mulher está em processo de menopausa”, afirma.

A perimenopausa costuma surgir na vida da mulher dos 48 aos 52 anos. Contudo, alguns estudos mostram que os sintomas podem começar antes mesmo dos 45 anos. “Essas mudanças fazem parte de um processo natural na vida da mulher e é importante que ela tenha informações e apoio durante essa fase de transição”, frisa a médica.

Sintomas

De início, é possível notar alguns sinais da perimenopausa, conforme a médica ilustra, a exemplo do intervalo entre os períodos menstruais, que pode variar em pelo menos 7 dias. “Normalmente, esse intervalo é de 25 a 35 dias durante os anos reprodutivos. Mas, na transição menopáusica, pode se estender para 40 a 50 dias. Ou, em alguns casos, os ciclos podem se tornar mais curtos, como acontece no final dos anos reprodutivos”, diz Paula.

Mulher madura deitada em cama com a mão no rosto olhando para a janela - Metrópoles
A perimenopausa costuma surgir na vida da mulher dos 48 aos 52 anos

“Durante essa fase, os níveis de FSH (um hormônio que ajuda a regular o ciclo menstrual) geralmente são altos”, observa.

Após a fase inicial, é normal começar a notar mudanças mais significativas, como ciclos menstruais pulados, períodos sem menstruação (amenorreia) e uma maior quantidade de ciclos nos quais não ocorre a ovulação.

“Essa fase, chamada de transição tardia, pode durar de um a três anos antes de a mulher chegar à menopausa, que é quando os períodos menstruais param definitivamente”, alega. “Vale lembrar que cada mulher é diferente”, salienta a especialista.

Os principais sintomas da perimenopausa, de acordo com artigos científicos atuais e de qualidade, incluem:

  1. Mudanças no padrão do ciclo menstrual, como períodos mais curtos ou mais longos, e variações na intensidade do fluxo;
  2. Sensações súbitas de calor, geralmente acompanhadas de sudorese, que podem ocorrer durante o dia ou à noite;
  3. Episódios de sudorese intensa durante a noite, resultando em desconforto e perturbação do sono;
  4. Dificuldades para dormir ou manter o sono, afetando a qualidade do descanso;
  5. Flutuações de humor, incluindo irritabilidade, ansiedade e, em alguns casos, depressão;
  6. Redução da lubrificação vaginal, que pode causar desconforto durante o sexo e outros sintomas urinários;
  7. Redução do desejo sexual, que pode estar associada a outros sintomas como secura vaginal;
  8. Sensação de dor ou desconforto nos seios, que podem se tornar mais sensíveis;
  9. Alterações hormonais podem levar ao aumento da frequência ou intensidade das dores de cabeça;
  10. Algumas mulheres relatam dificuldades em manter ou perder peso, bem como mudanças na distribuição da gordura corporal.

Tema pouco conhecido

Diferentemente da menopausa, a perimenopausa ainda é um assunto pouco conhecido pela população. Na opinião da endocrinologista, isso acontece por vários motivos. Um deles é o medo de envelhecer e a ideia de que a menopausa é algo negativo. “Muitas mulheres acabam evitando discutir o tema”, considera.

Mulher negra sentada em sofá abanando o rosto com papel - Metrópoles
Sensações súbitas de calor são sintomas da perimenopausa

“A sociedade valoriza muito a juventude, o que pode levar as mulheres a se sentirem desencorajadas a falar sobre essa fase da vida”, ressalta a especialista.

Paula acredita, também, que a educação sobre saúde feminina geralmente foca mais na menstruação e na fertilidade, deixando de lado a perimenopausa. “Até mesmo os profissionais de saúde podem não saber muito sobre a perimenopausa, dificultando a ajuda às mulheres que passam por essa fase”, complementa.

Outro fator se deve aos sintomas da perimenopausa mudarem de mulher para mulher, o que pode confundir algumas pessoas e fazer com que não percebam que estão passando por essa fase.

Por fim, a médica pontua que, embora haja mais estudos sobre a menopausa, a perimenopausa ainda não é tão pesquisada. Consequentemente, muitos acabam achando que não se trata de algo tão importante.

Menopausa versus Perimenopausa

A perimenopausa e a menopausa em si são diferentes. Segundo a profissional, após anos de irregularidades menstruais, as mulheres eventualmente experimentam a cessação permanente da menstruação ou menopausa clínica. “A menopausa final é definida retroativamente após 12 meses de amenorreia, ou seja, após 1 ano sem menstruar nada”, esclarece.

Ilustração de relógio despertador com sistema reprodutivo feminino no local onde ficam os ponteiros - Metrópoles
A educação sobre saúde feminina geralmente foca mais na menstruação e na fertilidade, deixando de lado a perimenopausa

Paula Pires recomenda consultar com um endocrinologista e/ou ginecologista para acompanhar cada caso.

Dicas para amenizar os sintomas

Os sintomas da perimenopausa podem ser exacerbados por uma série de fatores, conforme indicado em estudos científicos e mencionados pela médica. São eles:

  • O estresse físico e emocional pode amplificar sintomas como ondas de calor, distúrbios do sono e alterações de humor;
  • O excesso de peso está associado a uma maior intensidade dos fogachos, sudorese noturna e alterações de humor, possivelmente devido à resistência à insulina e à inflamação;
  • A inatividade física pode contribuir para o ganho de peso e agravar sintomas como fadiga, depressão e ansiedade;
  • Dietas ricas em açúcar, cafeína e alimentos picantes podem desencadear ou intensificar ondas de calor e outros sintomas;
  • A ingestão de álcool pode piorar a qualidade do sono e aumentar a frequência dos fogachos;
  • Fumar está relacionado a um aumento na gravidade dos sintomas da menopausa, incluindo ondas de calor e ressecamento vaginal;
  • Problemas preexistentes relacionados ao sono, como insônia, podem ser exacerbados durante a perimenopausa;
  • Doenças como hipertensão, diabetes e distúrbios da tireoide podem afetar a gravidade dos sintomas;
  • A hereditariedade pode influenciar a experiência da menopausa e a intensidade dos sintomas, com algumas mulheres relatando uma história familiar de sintomas mais severos;
  • Altas temperaturas ambientais, roupas muito quentes ou ambientes abafados podem intensificar as ondas de calor.

De acordo com a endocrinologista, os fatores citados acima podem, é claro, variar de pessoa para pessoa, e a combinação de diferentes influências pode afetar a experiência da perimenopausa. “A compreensão desses fatores ajudar as mulheres a gerenciar melhor os sintomas e a buscar intervenções apropriadas”, fala. “E, o mais importante, na minha opinião, é se preparar para essa fase!”, acrescenta.

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