Criptoativos: o que é uma carteira de custódia?
No universo dos criptoativos, costumamos dizer que, se alguém cuida da custódia da sua conta, significa que você não é o dono dela
atualizado
Compartilhar notícia
Quem será o proprietário da sua conta no Facebook e de todas as informações que você mantém em sua conta “gratuita” no Google? E quem tem posse da sua conta bancária? Embora o conteúdo seja seu, quem será que controla o acesso a ela? E em quem você confia para mantê-la segura?
Historicamente, os sistemas financeiros forçaram as pessoas a deixarem seus ativos sob a custódia de outros. No universo dos criptoativos, costumamos dizer Not your keys, Not your coins, ou seja, se alguém cuida da custódia da sua conta, significa que você não é o dono dela.
As pessoas, frequentemente, confiam os ativos sob tutela de bancos, gestores de investimentos e exchanges centralizadas. No entanto, depositá-los nas mãos de outras pessoas pode trazer desvantagens. Por isso, as criptomoedas são a melhor solução para esse problema, pois nos dão a oportunidade de estar no controle de nossos próprios ativos digitais e futuros financeiros.
“Quando você tem controle total sobre seus ativos não precisa se preocupar com as escolhas de terceiros. Isso significa que você está no comando e toma suas próprias decisões a respeito do que fazer com eles.”
Carteiras cripto, como a MetaMask, são chamadas de autocustódia pelo seguinte motivo: você é o único que pode acessar sua Frase de Recuperação Secreta. Não há custodiantes que lhes deem permissão para controlar seus ativos ou impeçam que você interaja com eles. A rede está sempre ativa e disponível, mas também significa que você — e somente você — é responsável pela segurança de seus ativos. Por isso, devem ser feitas boas escolhas.
Quem tem acesso a sua Frase de Recuperação Secreta é dono dos seus ativos digitais. Quando você usa o MetaMask, você tem o poder sobre seus ativos, pois ele não armazena nenhum dado sobre sua carteira, ou seja, ninguém pode emprestá-los sem permissão ou entrar no back-end.
O objetivo de carteiras de custodia é dar a todos os usuários a capacidade de retomar o controle de sua identidade e as interações com seus ativos financeiros e escolher qual planejamento para o futuro.
Não importa onde você esteja, qual rede você prefira ou quais tokens esteja interessado, a MetaMask fornece uma solução de autocustódia para financiar e gerenciar sua carteira. Se o indivíduo mantiver seus ativos nela, será o responsável e ninguém mais poderá gerenciá-la.
Entretanto, é preciso ficar esperto para alguns detalhes, pois o blockchain é seguro, mas seu computador pode não ser. Se a pessoa detém um valor significativo em uma carteira conectada à internet, como a MetaMask, deve considerar o uso de uma carteira de hardware — dispositivo físico que funciona como carteira sem conexão à web e mantém as chaves privadas armazenadas com segurança dentro deles — para que não tenha seus ativos furtados por algum hacker.
Portanto, podemos concluir que assumir a custódia de nossas próprias contas é a melhor solução, já que os serviços que são oferecidos gratuitamente têm como modelo de negócio a venda de nossos dados e a influência sobre o conteúdo que visualizamos. Essas empresas manipulam o fluxo de informações e a forma como interagimos, visando apenas o lucro.
Embora o uso da tecnologia blockchain não seja gratuito, ele é caracterizado pela abertura, transparência e igualdade, pois todos são proprietários de seus próprios dados. Dessa forma, é importante lembrar de nunca fornecer sua Frase de Recuperação Secreta a ninguém, especialmente se afirmarem estar tentando ajudá-lo.
(*) Caroline Kalil é consultora de direito digital, investidora de criptomoedas, colecionadora de NFTs com certificação em KYC Blockchain Professional pela Blockchain Council, e blockchain development pela Consensys, além de autora do e-book O Metaverso Simplificado
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.