Criança faz dieta? Nutricionistas indicam o melhor plano alimentar
A coluna Claudia Meireles conversou com dois nutricionistas para entender qual o melhor plano alimentar para as crianças seguirem
atualizado
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Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2024, metade das crianças brasileiras vão ter problemas de sobrepeso em 2035. Os dados alarmantes causam uma onda de preocupação entre pais e responsáveis que, muitas vezes, não sabem qual o melhor plano alimentar para os pequenos seguirem. Afinal, crianças precisam se preocupar com dieta? A coluna conversou com dois nutricionistas para entender essa questão.
Realizando uma ronda para saber os melhores hábitos alimentares para a saúde, encontramos a Dieta Mediterrânea, eleita pelo sétimo ano consecutivo como o melhor plano alimentar pela U.S News & World Report’s de 2024.
“Na verdade, a dieta mediterrânea não é considerada exatamente uma dieta, ela incorpora alimentos de verdade ao dia a dia das pessoas. Entre os principais alimentos, estão grãos integrais, pescados, frutas, vegetais, legumes, gorduras saudáveis como nozes, azeite e salmão, além de especiarias”, comenta Thaiz Brito, nutricionista e colunista do Metrópoles.
Dieta mediterrânea para crianças
Uma pesquisa divulgada pelo jornal JAMA Network verificou que o padrão mediterrâneo dietético pode ser adotado não só por adultos, como também por crianças e adolescentes. Os pesquisadores fizeram uma revisão de nove estudos anteriores, que incluíram 577 participantes, de 3 a 18 anos.
Os resultados da adoção da dieta mediterrânea na rotina dos pequenos foi surpreendente. Depois de oito semanas com refeições baseadas no padrão da região, os estudiosos verificaram uma redução significativa da pressão arterial e do colesterol total dos jovens.
Para o nutricionista Omar de Faria Neto, esse modelo alimentar deveria ser seguido por todos, do início ao fim da vida. “Adotar esse tipo de alimentação vai ajudar a prevenir doenças futuras, alergias, alteração da glicose e colesterol. Além disso, vai suprir as necessidades de proteínas, vitaminas e minerais”, explica.
Afinal, criança faz dieta?
Quando pensamos em aderir a uma dieta, logo vislumbramos inúmeras restrições alimentares. Quando se trata de crianças, quais são os riscos de impor para os pequenos que estejam sempre atentos ao que pode ou não pode comer? Para Thaiz, a preocupação com dieta é coisa de adulto.
“Não há a menor necessidade de adotar uma dieta específica para crianças e adolescentes, exceto por uma motivação de problemas sérios de saúde ou obesidade. No entanto, é preciso garantir que os menores tenham uma rotina alimentar saudável, com atenção às reduções de ingestão de biscoitos, refrigerantes, batatas fritas, achocolatados, entre outros”, comenta.
Se estiverem pensando em adotar a dieta mediterrânea para crianças e adolescentes, Omar afirma que não há qualquer risco ou restrição, pelo contrário. “O único risco que as crianças vão ter é de ficarem ainda mais saudáveis. Essa dieta garante que os pequenos tenham uma verdadeira reeducação alimentar”, explica.
Como fazer os pequenos comerem bem?
Se por um lado, os adultos encontram dificuldades em manter uma dieta balanceada, imagine fazer com que uma criança coma bem sem dificuldades?
Para a nutricionista Thaiz, a melhor estratégia para garantir mais saúde às crianças começa pelo exemplo dos pais e responsáveis. “As crianças não vão ao mercado sozinhas, tampouco compram os próprios alimentos. Sendo assim, também não adianta os pais disponibilizarem alimentos saudáveis à mesa e consumirem apenas fast food e outros itens não saudáveis na frente dos filhos. É preciso normalizar dentro de casa um padrão de alimentação saudável”, alerta.
Omar de Faria Neto concorda plenamente. “É preciso evitar comprar besteiras para casa. Se tiver comida de verdade, como ovos, frutas, verduras, legumes, castanhas, carne, lácteos, batata, mandioca, entre outros, que são alimentos do mediterrâneo, é isso que será consumido pelas crianças e adolescentes”.
Outro ponto importante que Thaiz Brito ressalta é que não precisa acabar com os momentos divertidos e deliciosos para as crianças. “Uma alimentação consistentemente saudável é diferente de uma alimentação restrita. Em ambientes de socialização, em menor frequência, alguns alimentos menos saudáveis serão consumidos, mas não devem fazer parte da regra, sim da exceção”, finaliza
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