Conheça um suplemento que ajuda a ganhar massa e turbina a imunidade
O nutricionista Clayton Camargos esclarece mitos e verdades sobre um famoso item que integra a rotina alimentar de muitas pessoas
atualizado
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Se você é uma pessoa ativa e antenada nos cuidados com a saúde, provavelmente já ouviu falar de um suplemento muito comum entre atletas, nutricionistas e outros profissionais da área: a glutamina. Trata-se de um aminoácido muito encontrado nos músculos, mas que também pode ser produzido a partir de outros aminoácidos, conhecido por promover e manter a hipertrofia, melhorando a performance do atleta e a recuperação após exercícios físicos.
Além de promover o crescimento muscular, a substância, dizem os adeptos, evita a perda de massa magra e melhora o desempenho no treino. E mais: também dá um boom na recuperação muscular, reforça o sistema imune e aprimora o funcionamento do intestino, além da memória e da concentração. Mas será que todos esses efeitos estão comprovados?
A coluna Claudia Meireles conversou com o nutricionista Clayton Camargos, idealizador do Calendário Metafísico, para saber mais sobre o famoso pó de cor branca que integra a rotina alimentar de muitas pessoas. Especialista na área, ele entregou mitos e verdades sobre o ingrediente.
De acordo com o profissional, a glutamina é o aminoácido mais abundante no corpo humano. “Trata-se de uma das moléculas que formam a proteína necessária para nutrir e reparar tecidos diversos, como pele, unhas, músculos, órgãos”, ensina o nutricionista. Segundo ele, como cerca de 80% da glutamina é produzida pelo organismo, ela é classificada como um aminoácido não essencial. Já os outros 20% vêm da alimentação, por meio do consumo de proteínas (carne, frango, leite, ovo ou leguminosas, por exemplo), garantindo “quantidades necessárias para que todas essas funções sejam cumpridas”.
Clayton costuma prescrever o suplemento aos pacientes, visto que ele promove o transporte de amônia e nitrogênio entre os tecidos, mantém o equilíbrio entre ácido/básico e contribui para a absorção dos nutrientes. A glutamina serve, ainda, como fonte energética para que as células do sistema imune presentes no intestino se multipliquem, conforme explica o especialista.
Para o profissional, o ingrediente também é indicado a pacientes com quadros de catabolismo severo (perda de massa magra), como acontece com quem sofreu queimaduras graves, que realizou cirurgias grandes ou tem alguns tipos de câncer. “Nesses casos, a glutamina é ministrada no hospital, via oral, em doses elevadas ou endovenosa”, informa.
Alerta
Embora muito se discuta que a substância auxilia no ganho de massa magra e no reforço da imunidade, Clayton Camargos ressalta que não existem evidências científicas que confirmem esses benefícios para uma pessoa saudável – ou mesmo para atletas de esportes de longa duração (como corrida, triatlo e ciclismo), nos quais a atividade física prolongada afeta a imunidade.
“Devido à ausência de comprovação dos benefícios da glutamina para pessoas saudáveis, não existe uma recomendação diária definida pela Anvisa. Por isso, é importante consumi-la apenas sob recomendação de um profissional especializado, sendo que a dose indicada pode variar entre 5 e 20 gramas por dia”, afirma o nutricionista.
Clayton acrescenta que, geralmente, a ingestão desse aminoácido é prescrita durante ou após os exercícios ou logo ao acordar ou antes de dormir, momento em que o “corpo vai trabalhar no reparo dos tecidos e na recuperação das diversas funções do organismo”.
Outra questão muito levantada é se a glutamina é capaz de dar energia ao organismo. Entretanto, de acordo com o profissional, também não há estudos científicos confiáveis confirmando essa tese.
Em suma, o ingrediente é um grande aliado. Porém, embora seja prescrito com frequência pelos profissionais, Clayton destaca que seu consumo não é receitado para menores de 18 anos, gestantes e mulheres que estão amamentando.
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