Conheça seis jovens que se destacam no empreendedorismo da capital
De produtora de eventos a doces saudáveis, brasilienses se lançam no mercado com ideias inovadoras
atualizado
Compartilhar notícia
Há quem ache que conduzir uma marca é uma função destinada apenas a pessoas maduras e com muitos anos de prática. No entanto, essa máxima vem sendo muito questionada. Cada vez mais jovens têm se mobilizado com ideias disruptivas e bastante promissoras a fim de contribuir com a sociedade por meio de um novo produto. Diante das carências do mercado, essa geração encara diferentes oportunidades e tenta criar a própria jornada. O resultado? Marcas de sucesso.
Em Brasília, o caminho não é diferente. Jovens empreendedores estão aqui para provar que mentes principiantes também são brilhantes. Seja qual for o ramo — desde culinária até presentes personalizados —, está cada vez mais fácil encontrar opções criativas para satisfazer necessidades.
A seguir, a coluna Claudia Meireles apresenta seis jovens brasilienses que embarcaram na jornada do empreendedorismo e merecem destaque.
Conheça:
Tiz e Carol Cunha Campos
A dupla de irmãs Tiz e Carol Cunha Campos, de 25 e 23 anos, respectivamente, costumavam produzir docinhos fit saborosos. Depois de muitos pedidos — por parte de amigos e familiares —, elas decidiram comercializá-los. Foi assim que, em outubro de 2020, nasceu a marca C&T Healthy Bites, “para matar a vontade de docinhos de uma forma mais saudável e equilibrada”.
As brasilienses contam que a idealização e confecção das receitas fica a cargo de Carol. “Inclusive, ela está indo fazer uns cursos na Europa por um período. Por isso, infelizmente vamos suspender a produção por um tempo”, antecipa Tiz Cunha Campos. “Mas voltaremos na Páscoa com um menu ‘de babar'”, acrescenta a jovem, que é responsável por atender os clientes e produzir conteúdos para as mídias sociais, como o perfil no Instagram @cthealthybites.
Ver essa foto no Instagram
“Parte do nosso propósito é produzir tudo de forma artesanal e com muita atenção a cada detalhe. Acreditamos que, nesse momento, enquanto a marca ainda é pequena, estarmos próximas e com a ‘mão na massa’ na produção é fundamental para alcançar a entrega que buscamos: um produto feito com muito amor e qualidade!”
Tiz e Carol Cunha Campos
As irmãs entregam que outro motivo que as levou a criar a C&T foi o costume de se alimentarem de forma mais saudável e balanceada. “Prezamos muito por esse estilo de vida, que envolve exercício físico e alimentação de qualidade. Mas, em especial, em 2015, adotamos uma dieta sem glúten, quando a Carol descobriu ser celíaca. Desde então, desbravamos esse ‘mundo’ fit para descobrir receitas saudáveis e gostosas, e assim fomos incorporando-as em nossas vidas”, comenta Tiz Cunha Campos.
As sócias almejam que outras pessoas possam aderir a esse estilo de vida que elas adotaram, o que contribui ainda mais com a saúde de uma forma “bem gostosa”.
Tiz Cunha Campos e Natália Alckmin
Além da empreitada com a irmã, Tiz Cunha Campos embarcou em uma jornada inovadora com a amiga brasiliense Natália Alckmin, de 24 anos. Elas fundaram, em março de 2021, a produtora de eventos No Ipê. “Resolvemos convidar nossos irmãos Gabriel e Zeca para entrarem no time e trabalharem mais de perto com a gente. Nós quatro, portanto, formamos a diretoria”, explicam as idealizadoras.
De acordo com as jovens, a empresa nasceu com o intuito de “reconectar pessoas”. “Da mesma maneira que os ipês da cidade mudam a paisagem da seca, nascemos para mudar o mercado de eventos de Brasília, restabelecendo conexões enfraquecidas durante a pandemia de uma maneira, segura proporcionando aos nossos seeds uma pausa nessa loucura que estamos vivendo”, dizem elas.
A No Ipê já realizou dois eventos sociais de pagode. O último, em outubro de 2021, foi um sucesso. Chamada Oi Sumida, a festa realizada em parceria com o grupo de pagode Grupô bombou entre os brasilienses.
Isabela Fialho
Também nascida na capital federal, Isabela Fialho tem uma emocionante história para contar. Fundadora da marca Keep Sweet, a jovem de 24 anos busca transformação social, para além de empreender. Segundo ela, o projeto é um clube de assinatura de doces e bebidas. “Todo mês, nós enviamos para nossos clientes uma caixa com um tema diferente, com diversos produtos de diferentes regiões, e ajudamos um projeto ou instituição social daquele lugar”, fala.
A iniciativa veio em 2017, quando Isabela passou por problemas de saúde que a fizeram ficar de cama. Conforme o Metrópoles divulgou no ano passado, dois erros médicos a fizeram ficar paraplégica, quadro que, felizmente, se reverteu em seguida. “Na época, eu recebia muita visita, e queria fazer alguma coisa. Eu não conseguia ficar parada. Então, comecei a fazer bombons para agradar às pessoas que iam lá em casa”, revela.
No fim daquele ano, a brasiliense entrou de férias e, a fim de manter-se ativa, passou a vender os docinhos especialmente para o Natal. “Foi um sucesso! Eu não esperava. Foi muito legal”, destaca.
Enquanto estava hospitalizada, Isabela tinha em mente que ajudaria pessoas que passassem por situações parecidas com as dela. Foi quando, na Páscoa seguinte, seu irmão Rafael a lembrou de auxiliar alguma instituição. “Encontrei, em Ceilândia, um abrigo para 50 deficientes mentais e físicos que foram abandonados pela família. Isso era exatamente o que eu estava procurando”, diz.
“São adultos que nasceram ou adquiriram a deficiência e que não tiveram a rede de apoio que eu tive”, descreve Isabela Fialho.
A empreendedora destinou parte das vendas dos bombons de Páscoa à entidade. Ela ainda conseguiu levar mais de 40 pessoas para visitarem o abrigo. “Fizemos uma festinha, organizamos doações e fomos uma rede de apoio para eles”, conta. Esse foi o pontapé para o surgimento da Keep Sweet.
“Eu só consigo trabalhar se for por um propósito, se tiver algo social envolvido. Por que, para mim, não faz sentido trabalhar só por dinheiro”
Isabela Fialho
Em março de 2021, a iniciativa se transformou em um clube de assinaturas, com parte da renda revertida em auxílio para instituições de diferentes regiões. “Já ajudamos o Abrigo dos Excepcionais de Ceilândia, Alma Lavada, CUFA, Amor Aquém, Associação Fala Mulher, entre outras”, exemplifica.
Isabela adianta algumas próximas ações da Keep Sweet: “Estou reestruturando a empresa, vão vir muitas novidades. Esse ano será promissor”, finaliza.
Maria Paula Leite
Aos 24 anos, Maria Paula Leite compartilha com seus seguidores do Instagram um estilo de vida saudável e criativo.
Acostumada a mostrar o preparo de receitas fit no perfil, a arquiteta brasiliense mal sabia que isso tomaria outro rumo. “Sempre elaborei doces saudáveis para mim. Faço dieta desde os 18 anos e procurava por quitutes sem açúcar e de boa qualidade em lojas de produtos naturais. A maioria deles me causava estufamento e dores na barriga, por conta da quantidade de adoçante. Então, comecei a fazer para mim e para as pessoas próximas. Assim, fui aprimorando minhas receitas”, lembra.
Certo dia, Maria Paula fez um bolo de cenoura para o namorado, que logo ofereceu à mãe. “Minha sogra gostou muito e me incentivou a vendê-los”, diz. Assim surgiu a Maria Leite Confeitaria Saudável, na Páscoa de 2021, que, com a ajuda da sogra, começou com ovos de chocolate saudáveis.
De acordo com a jovem, o resultado das vendas foi tão bom que ela decidiu seguir no projeto com a confecção de bolos no pote. “São doces saudáveis sem glúten, sem lactose e sem açúcar, feitos com ingredientes de qualidade e muito carinho”, apresenta.
“Vejo que muitas pessoas que querem ter mais qualidade de vida sofrem para deixar de comer aquele docinho diário. E é um prazer poder proporcionar a experiência de comer um quitute supergostoso sem prejudicar sua saúde e bem-estar!”
Maria Paula Leite
A arquiteta conta que ela mesma realiza o preparo das delícias fit. “É um grande prazer para mim, mas entendo que, em breve, vou precisar de uma equipe”, fala. “Agora, já estou planejando expandir minha capacidade produtiva para atender à crescente demanda que venho recebendo”, acrescenta.
Segundo Maria Paula, a campeã de vendas é a torta banoffee. “É de biscoito de castanha de caju, banana (sempre madura), doce de leite artesanal e merengue; tudo sem açúcar, sem lactose e sem glúten. Além de deliciosa, é linda! E todas as tortas são decoradas com flor comestível”, detalha.
Outro item queridinho é o bolo de cenoura com brigadeiro no pote. “Todo mundo ama e é a quantidade certa para matar aquela vontade de doce durante a semana!”, indica.
A empreendedora divide com os leitores como concilia o trabalho de arquiteta com a empresa de doces:
“No começo, era uma bagunça. Eu saia do escritório correndo e ia para casa fazer doce toda vez que alguém pedia. Agora, já tenho noção dos dias que têm mais saída, então divido a produção. Aproveito o domingo para fazer alguns que vão vender no começo da semana. Para o final de semana — que é quando mais tem demanda —, eu tiro a sexta para ficar por conta disso. Mas, claro, tem dias que acabo fazendo à noite mesmo (e perdendo umas horinhas de sono). Esse começo de vida adulta não é fácil”, brinca.
As datas comemorativas são uma grande oportunidade para Maria Paula. “Nós sempre elaboramos um cardápio especial com doces típicos da época. A demanda cresce bastante. Na Páscoa do ano passado, por exemplo, tive que recusar encomendas, pois não conseguiria atender todas sozinha. Este ano, estou me organizando para conseguir atender todo mundo”, afirma.
Marcela Merheb
Quem diria que pintar lembranças para o noivado da irmã resultaria em uma nova empreitada. Assim foi com Marcela Merheb, que abriu um ateliê em 2020 para personalização de porcelanas e vidros para presentear ou para uso pessoal. “Comecei a pintar como hobby, mas percebi que os dias mais prazerosos eram os que eu tirava para fazer isso”, comenta a brasiliense de 27 anos.
Embora seja formada em arquitetura, Marcela enxergou um propósito maior na marca autoral. No entanto, ela garante que a graduação não foi em vão. “O curso me influenciou e me ajuda muito com o processo criativo das minhas peças”, assegura.
A criação do Ateliê Marcela Merheb veio de uma procura muito grande por peças personalizadas, conforme explica a proprietária. Dentre as peças, estão lembranças, kits, pratos e canecas. Tudo é feito carinhosamente por ela. “Conseguir produzir em grande escala é o meu maior desafio. Como são peças feitas à mão, demandam muito tempo. Mas tenho planos para aumentar a equipe e conseguir expandir a produção”, finaliza.
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.