Confira um guia definitivo de intercâmbio com dicas de 4 brasilienses
A coluna conversou com os viajantes, que dividiram suas experiências e deram dicas de sobrevivência para quem tem o intercâmbio nos planos
atualizado
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Quem nunca desejou deixar a vida com a qual está acostumado para trás e partir para uma aventura que envolva um lugar e pessoas completamente novos que atire a primeira pedra. A esse pequeno “surto de coragem” também pode ser dado outro nome, mais comumente usado: intercâmbio.
Criado ainda na década de 1960 e com uma maior diversidade de programas desde meados dos anos 1980, trata-se de um período de experiência em um país estrangeiro, que pode ser com fins estudantis, educacionais ou culturais (ou os três juntos).
Muito buscada em todo o Brasil, a experiência também faz a cabeça de diversos brasilienses. Para o programa de high school (o ensino médio norte-americano), estudo de línguas ou para experiências de trabalho, muitos jovens da capital federal já carimbaram seus passaportes em busca de novos horizontes por meio de intercâmbios.
A coluna conversou com quatro destes aventureiros — cada um com seu destino e objetivos —, que dividiram suas experiências e deram dicas de sobrevivência para quem tem o intercâmbio nos planos.
Confira:
Reino Unido
Quem sonha em fazer intercâmbio geralmente carrega consigo desde sempre a vontade de desbravar o mundo — e com Maria Victoria Venâncio, de 19 anos, não foi diferente. Em 2017, com apenas 15 anos, a brasiliense embarcou em uma experiência de um ano no Reino Unido.
Por ser um destino ao qual nunca tinha ido, a cidade escolhida por Maria Victoria foi Londres. Além disso, a jovem afirma sempre ter amado a cultura inglesa e suas particularidades.
Quando questionada sobre o maior aprendizado da estadia, Victoria foi categórica ao dizer que é impossível escolher apenas um.
“Minha maior dificuldade foi ficar longe da minha família, mas nada acontece dentro da sua zona de conforto. A parte mais mágica da vida acontece quando você se arrisca, foi um ano cheio de aprendizados”, diz.
Se a brasiliense pode dar uma dica para quem está pensando em fazer intercâmbio, a dela é bem simples: “Vai”. “Mesmo com medo e inseguranças, só vai. Foi o melhor ano da minha vida e pra sempre vou ser grata por ter ido. Também aconselho escolher uma cidade que você sonha conhecer”, finaliza.
Austrália
Depois de uma experiência na cinzenta Londres, vamos direto para um lugar que emana energia de praia, sol e prática de esportes ao ar livre: Austrália. A cidade de Gold Coast foi a escolha de Karen Curi, de 19 anos, para se aventurar.
Após ser incentivada por sua mãe, a jovem foi, em 2020, passar um ano no país da Oceania. O que pesou na escolha foi, além das belezas naturais, a qualidade de vida por lá. “A Austrália foi considerada o segundo melhor país para viver no mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU)”, explica.
Apesar de ter sido alfabetizada em inglês, Curi conta que o aperfeiçoamento da língua foi apenas uma das vantagens da viagem. “Fiz 18 anos lá. Vivi uma cultura diferente, fiz amigos pelo mundo, me tornei independente e vivi momentos inesquecíveis”, relembra.
Estados Unidos
Halloween, eventos esportivos com líderes de torcida e baile de formatura. Apesar de parecer a descrição de um filme, trata-se do clássico “sonho americano”, que enche os olhos de tantos adolescentes. Foi para viver isso que Roberta Rosso, de 20 anos, foi passar um ano inteiro nos EUA.
À época com 15 anos, Roberta morou na cidade de Tulsa, no estado de Oklahoma, onde fez o tradicional high school. Apesar da dificuldade inicial em “se soltar” ao falar inglês, a brasiliense garante que o período a ajudou a ser fluente. “A fluência vem com a prática e o intercâmbio é a melhor oportunidade para praticar”, afirma.
Ter ficado em uma host family (famílias americanas que recebem intercambistas em suas casas) foi o que mais ajudou Roberta a sair da zona de conforto.
“A minha família americana me mostrou que, independentemente das diferenças culturais, é possível se adaptar em um país novo, e também que as relações pessoais ultrapassam qualquer barreira cultura”, diz.
Para quem também quer se aventurar, ela dá algumas dicas:
1 – “Esteja aberto a novas experiências. As oportunidades são infinitas e com certeza você vai desfrutar do máximo que puder se estiver aberto a isso”
2 – “Não tenha medo de errar. Ninguém espera que você tenha o inglês perfeito ou que saiba tudo sobre a cultura daquele país. Se permita errar e aprender”
3 – “Tenha as expectativas alinhadas. O intercâmbio te proporciona muitas emoções, mas há dias bons e dias ruins. Desafios aparecem, mas são eles que nos fazem crescer”
Irlanda
Para além da experiência estudantil, trabalhar e viver a vida adulta em outra cultura também é uma aventura e tanto. Com isso em mente, Alexandre Berquó, de 30 anos, vendeu tudo que tinha e partiu para a Irlanda sem data de volta.
Alexandre embarcou para o intercâmbio em janeiro deste ano, e está lá desde então, com pretensão de ir também para outros países. Com o sonho antigo de desbravar o mundo guardado há alguns anos, ele decidiu tirar os planos do papel quando a ideia bateu à porta novamente.
“Sempre tive vontade de conhecer o mundo lá fora, e agora, finalmente, estou colocando isso em prática”, conta.
Sobre os perrengues, o brasiliense garante que são inevitáveis, afinal, “você não está indo passear na Disney, sabe?!”, afirma. Dentre alguns que já aconteceram no que ainda é apenas o início da experiência, Alexandre conta sobre a dificuldade de encontrar acomodação.
“A demanda de pessoas está enorme! Quase fiquei sem ter onde morar logo na segunda semana. Mas hoje já estou com dois empregos, estudando e aprendendo bastante”, diz.
Sem pânico! Apesar das vivências turbulentas, o jovem garante que, com o tempo, a rotina só tende a melhorar. “É manter o foco e ter muita paciência. Muita mesmo! Aos poucos, tudo fica mais tranquilo”, garante.
Por fim, Alexandre dá uma dica que parece simples, mas muita gente ignora antes de partir para uma experiência fora do país. “Estude a cultura, a geografia, as leis e a língua do país que você vai. Tudo isso ajuda demais”, finaliza.
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