Como fazer uma autoanálise e deixar para trás o que não serve mais
Monnike Falcão Guedes conversou com a coluna sobre o desafio de se libertar do passado e viver o novo
atualizado
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Desde o momento em que nos deparamos com o confinamento imposto pela pandemia de Covid-19, passamos a refletir ainda mais sobre o mundo e o impacto das circunstâncias que rodeiam cada área de nossas vidas.
Certamente, os últimos anos foram transformadores. Muita coisa mudou, incluindo o nosso comportamento, os relacionamentos, a saúde, entre outros aspectos importantes. Entretanto, há quem ainda guarde lembranças que impedem de seguir adiante. Por isso a necessidade de fazer uma “auditoria” de vida para colocar na balança quais melhorias podemos ter em nossa rotina e quais as mudanças essenciais para um novo capítulo. O resultado? Renovação!
Sócia e diretora da unidade ambulatorial da clínica de psicologia e psiquiatria Verse, Monnike Falcão Guedes conversou com a Coluna Claudia Meireles sobre o desafio de se fazer uma autorreflexão, com o intuito de se libertar do passado e poder, enfim, viver o “novo”. A empresária tem vivido uma nova fase: casou-se, deixou o cargo de sócia da loja brasiliense Ateliê das Duas (com quem dividia o posto ao lado da amiga Camila Nereu) e, agora, dedica mais tempo à fé que pratica na Igreja Internacional da Reconciliação – IIR.
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“Eu procuro sempre ouvir, atentamente, ao que Deus tem para cada fase da minha vida. Existem momentos que temos que abrir mão de algo que já é um ‘ambiente seguro’ para nós, para permitir que o novo possa agir. Este rompimento, muitas vezes, nos trás insegurança, medo. Eu acredito que, geralmente, o crescimento demanda algum sacrifício, mas também nos proporciona amadurecimento”, anuncia.
Corpo são, mente sã
A empresária destaca o preocupante cenário mundial de saúde mental. “Na Europa e Japão, os casos de suicídio aumentaram sensivelmente. Já o Brasil é o país com maior número de pessoas ansiosas e o quinto em casos de depressão”, informa.
“Acredito que as pessoas estão sofrendo com vários transtornos mentais, mas que, com o cuidado e atenção de profissionais de saúde mental, de forma preventiva e imediata, pode-se minimizar as consequências desses adoecimentos, propiciando qualidade de vida e bem estar”
Monnike Falcão
De acordo com a sócia e diretora da Verse, o ser humano está cercado de muitas variantes que influenciam o bem-estar mental, entre elas, genéticas, psicológicas, ambientais, espirituais e sociais. “Mas posso afirmar que sofremos com aquilo que não conhecemos”, diz ela.
“A nossa percepção de felicidade está superestimada. Vivemos numa busca desesperada da felicidade permanente, mas não nos damos conta que, ao buscarmos esses momentos ‘perfeitos’, esquecemos de viver o hoje, o aqui e agora. O excesso de futuro pode gerar ansiedade, e o excesso de passado, pode gerar depressão”, declara a empresária.
Conforme Monnike explica, o conhecimento é peça chave no processo de cura. “Não nos é ensinado como agir com as nossas emoções básicas, como raiva, medo e tristeza. Aprendemos matemática, mas não a reagir diante de alguma perda ou situação aversiva”, considera.
Diante desse cenário bastante comum, a empresária, inclusive, lançou um projeto em sua clínica intitulado Versinho: Descobrindo as emoções. Segundo ela, a iniciativa ensina as crianças a identificarem, capacitarem e lidarem com as emoções.
Já para os adultos, Monnike comenta a respeito da utilização de livros para discussões em grupo na unidade de internação psiquiátrica da Verse, no Lago Oeste. Para ela, essa atividade permite que a pessoa saia do mundo dos pensamentos e passe a ter uma postura ativa e resolutiva. “Fácil? Não. Mas é absolutamente possível”, assegura.
Autoanálise
Quanto à necessidade de se fazer uma autorreflexão para adotar mudanças e atingir uma vida melhor, a empresária afirma que, diariamente, isso deveria se tornar um hábito. Como efeito, o indivíduo poderá trabalhar a autoestima, o autocuidado, a segurança e a atitude.
“Existem várias maneiras de colocar isso em prática, e cada um irá encontrar a qual melhor se adapte. Pode ser ouvindo música, tendo um momento espiritual, meditando, lendo, treinando, ficando em silêncio, etc”, aconselha Monnike Falcão Guedes.
Viver o novo
Deixar o que não nos pertence mais para trás é uma tarefa árdua, mas isso pode, ainda, incluir pensamentos negativos, desmotivadores, que nos tiram a paz e minam o nosso dom de seguir em frente. Entretanto, para Monnike, na verdade, o nível de dificuldade depende da pessoa. “Cada um tem o seu tempo e as suas singularidades. E respeitar o momento individual é fundamental”, defende.
Ela lista alguns truques:
- Não ficar pensando naquilo que te magoou;
- Não estimular pensamentos negativos por meio de músicas;
- Ficar ao lado de pessoas que te valorizem;
- Evitar qualquer tipo de ação que fere o saudosismo;
- Focar no presente, respirar fundo e seguir em diante.
Por outro lado, de acordo com a empresária, memórias não são, necessariamente, ruins. “Depende da perspectiva de cada um. Existem coisas em nosso passado que servem para nos fortalecer, mesmo tendo nos causado algum tipo de dor”, esclarece.
Aos que buscam mudar seus pensamentos a fim de uma vida melhor, Monnike sugere o livro Saia da Sua Mente e Entre na Sua Vida, de Steven C. Hayes. A obra aborda a terapia de aceitação e compromisso (ACT) para promover o bem-estar e a mudança. “O livro ensina técnicas excelentes para nos autoconhecermos e adotarmos mudanças em nossa vida”, conta.
Agora que anotamos as dicas, vamos colocá-las em prática?
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