Como é o passeio de trem no Brasil eleito um dos mais lindos do mundo
O passeio de trem oferece um leque de experiências inesquecíveis, como se sentir flutuando pelas nuvens sem ser dentro de um avião
atualizado
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Curitiba (PR) – O Brasil tem um dos passeios de trem mais bonitos do mundo, conforme elegeram os jornais The Guardian e The Wall Street Journal. O programa sobre trilhos fica no Paraná, mais precisamente na cidade de Morretes. Os visitantes costumam sair do município em direção à capital paranaense.
Além das paisagens paradisíacas, a atração oferece um leque de experiências, como se sentir flutuando pelas nuvens sem ser dentro de um avião.
A Coluna Claudia Meireles teve a oportunidade de fazer o passeio de trem. Antes do início da viagem pelos redutos exuberantes e intocáveis do Paraná, os passageiros conferem a montagem do “quebra-cabeça” dos vagões. Na ocasião, foram 27 deles.
No trajeto entre Morretes e a capital paranaense, os passageiros sobem mais de 900 metros acima do nível do mar. O itinerário durou mais de 3h30. Dentro da litorina da categoria boutique, a coluna aproveitou o tour em uma das aconchegantes poltronas. O passeio ocorreu no vagão batizado de Guardiões do Marumbi.
Um dos atrativos do vagão é a varanda central, que possibilita aos passageiros ver as maravilhas do percurso “livres de janelas”. A guia turística Caroline Feijó acompanhou os “viajantes” da vez. Ela contou a história da construção ferrovia, além de revelar curiosidades da rota que passa por 33 estações.
De acordo com Caroline, o planejamento de construção da ferrovia teve início em 1865; entretanto, passaram-se 15 anos até que o projeto efetivamente começasse a ser executado. A inauguração contou com a presença de dom Pedro II.
“A construção começou no ano de 1880 e finalizou em 1885. Ela é considerada até hoje uma das grandes obras de engenharia de todos os tempos. São mais de 40 pontes e viadutos, que ligam o litoral a Curitiba. A ferrovia foi construída de Paranaguá para Curitiba, porque os insumos chegavam em Paranaguá e iam pelo próprio trem, até onde tinham de ir”, explicou a guia.
O “carro” Guardiões do Marumbi foi inaugurado em dezembro de 2021. A decoração interna traz detalhes que homenageiam grandes nomes do montanhismo do Paraná. Inclusive, a denominação dada ao vagão se refere ao Pico do Marumbi, por onde o trem passa próximo e no qual há uma estação.
Segundo a guia, a ferrovia só passou a ser um programa turístico em 1997. O trem lotado leva em torno de 1,4 mil pessoas. Pela área preservada de Mata Atlântica, o veículo sobre trilhos anda a 35 quilômetros por hora, no máximo. Na região urbana, a velocidade reduz para 15.
Durante a excursão, os passageiros são recepcionados com uma taça de espumante. No serviço de bordo incluso, são disponibilizados café, água, refrigerante, cerveja, suco e chá gelado. Na metade do itinerário, todos recebem uma caixinha com o lanche. Em um dos trechos do percurso, os passageiros se sentem flutuando, já que não é possível ver o trem passando pelos trilhos.
Entre tantos momentos esperados, ver o pôr do sol é um dos ápices do passeio. Passar pelos túneis deixa um friozinho na barriga, mas a sensação logo vai embora com a paisagem que surge após o veículo sair do ambiente. Do alto, os passageiros veem a cachoeira Véu da Noiva. Vale mencionar, ainda, a passagem dos trens de carga: alguns chegam a ter 130 vagões.
Com a passagem do trem de carga, a locomotiva turística precisa fazer uma parada, pois o veículo comercial tem prioridade sobre os trilhos. Oferecido pela Serra Verde Express, o passeio de trem é um programa para toda a família; inclusive, um dos “carros” está adaptado para os pais de pet, em um vagão que recebeu o nome de Bove.
*A repórter viajou a convite da Serra Verde Express
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