Como conquistar inteligência emocional no ambiente de trabalho?
Segundo o expert em autoconhecimento Dary Avanzi, trabalhadores que lidam melhor com as emoções acabam se destacando nas empresas
atualizado
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Tem sido cada vez mais importante debater sobre saúde mental, autoconhecimento e inteligência emocional dentro do ambiente corporativo. Isso porque fatores psicológicos interferem diretamente no desempenho profissional e no convívio harmonioso com os colegas de trabalho.
De acordo com o especialista em autoconhecimento Dary Avanzi, em geral, trabalhadores que lidam melhor com as emoções acabam se destacando nas empresas e, consequentemente, têm mais chances de progredir na carreira. “A inteligência emocional muda a nossa percepção sobre a vida e sobre nós mesmos”, afirma o escritor.
Conforme Avanzi explica, não se trata de impedir que as emoções se manifestem, e sim de saber como entendê-las, controlá-las e expressá-las de forma apropriada. “A capacidade de identificar e gerir os próprios sentimentos se tornou um diferencial no ambiente de trabalho”, frisa o expert.
“Nas empresas, lidamos com diversas pessoas: chefes, supervisores, colegas, subordinados, público. Quando entendemos os nossos sentimentos, conseguimos criar relacionamentos mais profícuos. Isso é fundamental não só para progredir na carreira, mas também para ter dias de trabalho felizes”, diz Dary Avanzi, que também é autor de três livros sobre autoconhecimento e motivação.
O especialista confessa que só encontrou estabilidade na carreira após altos e baixos na vida profissional, quando investiu em conhecer a si mesmo. “Deixei de ser controlado pelas emoções para, em vez disso, geri-las”, revela.
Avanzi ressalta que, na prática, a pessoa emocionalmente inteligente é aquela que manifesta empatia pelas angústias do próximo, detém habilidades sociais e se autorresponsabiliza pelo o que faz. “São capacidades amplamente valorizadas no mundo do trabalho. A tendência, inclusive, é de que sejam ainda mais requisitadas. Por isso eu digo: seja para a vida pessoal ou para a carreira, invista em autoconhecimento. Os resultados vão além do que podemos mensurar”, aconselha o escritor.
Como investir em autoconhecimento?
Segundo o expert, o autoconhecimento é baseado em três pilares. Para ele, o primeiro é o mais importante, que é estar em solitude. “É um caminho sem volta. Digo isso porque só nós conhecemos quando partimos do pressuposto que iremos apenas nos ouvir e esse é o primeiro passo. Perceba que a maioria das pessoas acaba não fazendo nada sozinho, precisa ter alguém. Temos que romper essa barreira, tudo começa aqui”, opina.
O segundo pilar é a prática de atividade física. Tanto uma caminhada quanto uma corrida ou academia, isso gera no cérebro e no corpo estímulos que produzem mais serotonina e endorfina, neurotransmissores relacionados à sensação de bem-estar que ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade.
“Eu gosto de dizer que isso causa a chamada ‘estabilização afetiva’, e ganhamos muito com isso. É onde temos uma boa melhora na memória e capacidade de raciocínio rápido. Dessa forma, estamos em equilíbrio e conseguimos gerir melhor nossas emoções”
Dary Avanzi, especialista em autoconhecimento
Por fim, o terceiro alicerce é estar em movimento (não o movimento referente ao das atividades físicas, desta vez), mas buscar sempre novos ambientes, novas pessoas e ler muito. “Esses três itens são cíclicos e únicos para o processo”, ensina o escritor.
Aos que se questionam sobre terapias com profissionais da psicologia, Avanzi esclarece que a prática auxilia, sim, a intensificar situações pontuais de autoconhecimento, mas essa é a base principal da busca pela plenitude.
Como impedir que a saúde emocional afete negativamente a área profissional de cada um?
De acordo com o especialista, o cérebro humano tem, em média, por dia, 70 mil pensamentos, sendo que 80% deles são negativos e 20% positivos. “Imagine a briga diária que devemos romper. Essa pesquisa foi feita em Harvard, na década de 1990. E esse estudo mostrou algo surpreendente: para rompermos a negatividade, precisamos escolher ser felizes e olhar qualquer situação nova com os olhos da positividade”, diz.
Avanzi comenta que a música pode ser uma aliada nessas horas. “Ela libera emoções sensoriais e corporais em nosso cotidiano. Então, toda manhã no chuveiro, no carro, no ônibus, onde estiver, coloque aquela música que te deixa animado, feliz e radiante. Você perceberá que criou um campo energético positivo avassalador e será muito difícil você sair dessa energia”, instrui.
Outra recomendação é entregar amor a tudo o que fizer. “Nada resiste ao amor”, pontua.
O escritor também dá a dica de não responder e-mails ou ligar de imediato caso esteja em uma situação delicada. “Há coisas que precisam de tempo para serem respondidas. Responda apenas ‘irei verificar e lhe retornarei o mais breve possível’”, sugere.
Por último, o expert dá um conselho aos que estão em conflito com algum colega de trabalho: “Seja íntegro e chame-o para um café para quebrar essa corrente”.
Como não levar problemas do trabalho para casa?
“Esse é o maior problema dessa nova década”, introduz Dary Avanzi. “Com a informação explodindo em todos os meios de comunicação e, também, na palma de nossas mãos (com os smartphones), está ficando cada vez mais difícil, nos momentos de descanso, relaxar de verdade”, apresenta.
Para o especialista, as pessoas, em geral, estão “com o pavio curto, sem paciência em esperar alguns segundos, minutos ou horas para responder uma mensagem ou um e-mail”. “Esqueceram que temos outras atividades e não ficamos plugados a todo segundo”, opina.
“É cultural. Todos devemos entender melhor isso. Esse é o primeiro ponto”, complementa.
Segundo o profissional, é necessário ter uma rotina, tomar um banho quente, ouvir uma música tranquila, meditar, cozinhar (para quem gosta), ficar em solitude por alguns minutos, ler um bom livro, tomar uma taça de vinho e, o mais importante, ter uma boa noite de sono, de 6 a 8 horas por dia. “Quando dormimos, é liberada a substância noradrenalina, que estimula o sono mais profundo, chamado de REM. Ela está ligada a estímulos mentais e ao bom humor”, fundamenta.
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