Com Bolsonaro, príncipe do Bahrein lança iniciativa de tolerância religiosa
Membro da realeza barenita, Sheik Khalid Khalifa Duaji Alkhalifa representou o rei, responsável por desenvolver a declaração em prol da paz
atualizado
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Reforçar a paz para além das fronteiras do país de origem é um dos objetivos do presidente Jair Bolsonaro e do rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al-Khalifa. Em julho de 2017, o monarca elaborou a Declaração do Reino do Bahrein com cinco princípios. Na noite dessa quarta-feira (16/12), houve uma cerimônia de lançamento do documento na América Latina.
Realizado no Royal Tulip, o evento contou com a presença do chefe do Executivo do Brasil e do membro da realeza barenita, Sheik Khalid Khalifa Duaji Alkhalifa, também presidente da Delegação do King Hamad Global Centre for Peaceful Coexistence.
Autoridades prestigiaram a solenidade, considerada um marco nas relações bilaterais entre Brasil e Bahrein. Estiveram no evento, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; o presidente da Comissão de Relações Exteriores e da Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro; e o ministro do Turismo, Gilson Machado. Embaixadores de outros países também compareceram à cerimônia oficial, como o da Palestina, Ibrahim Alzeben.
Dividido em recepção e jantar, o evento surpreendeu os convidados. Durante o lançamento, as cores da bandeira do Bahrein – vermelho e branco – foram projetadas sobre a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. A homenagem na escultura teve transmissão ao vivo no telão da solenidade. Antes de Bolsonaro fazer as honras da casa, houve o momento do Hino Nacional. Em seu discurso, o presidente revelou que em breve o país localizado no Oriente Médio terá uma embaixada brasileira.
O anúncio da futura base diplomática fortalece os laços entre as duas nações após a Declaração do Reino do Bahrein ter sido lançada no Brasil. Escrito pelo rei Hamad bin Isa Al-Khalifa, o documento é pautado em cinco princípios, sendo eles: fé e expressão religiosa, liberdade de escolha, determinação da vontade de Deus, direitos e deveres religiosos, e expressão da fé. O texto mostra que todos os povos possuem papel ativo na criação de um ambiente inclusivo com intuito de promover a cooperação e o respeito mútuos.
Na declaração, o rei pede que a fé vire um alicerce para a paz mundial e repudia o terrorismo, o incentivo à radicalização e a violência sexual contra mulheres e crianças. No documento, o monarca faz uma movimentação em prol da tolerância. “Todo e qualquer indivíduo tem a liberdade de praticar a sua religião, desde que não faça mal ao outro, respeite as leis do país e aceite responsabilidade espiritual e material por suas escolhas”, afirma parte do texto.
Enquanto o Brasil é um estado laico (adota uma posição neutra no campo religioso), o Bahrein tem como religião oficial o islã.
Laços
Pela primeira vez na capital brasileira, Sheik Khalid Khalifa Duaji Alkhalifa aproveitou para conhecer alguns pontos turísticos. Ele visitou a Catedral de Brasília e a Igreja Ortodoxa Antioquina de São Jorge. O membro da família real barenita atua também como presidente da Delegação do King Hamad Global Centre for Peaceful Coexistence. Vale lembrar que o país árabe escolheu o Brasil para entrar na América Latina. O Bahrein conta com embaixada em Brasília desde 2018.
Antiga área do Reino Unido, o Bahrein tornou-se independente em 1971. Desde 2002, Hamad bin Isa Al-Khalifa está no cargo de rei e presidente. O petróleo detém o título de principal fonte de riqueza, em seguida, surge a tecnologia de ponta e serviços financeiros. O Brasil é o terceiro maior importador do país asiático. As relações comerciais chegaram à quantia de R$ 300 milhões. Fixada no Golfo Pérsico, a nação compreende 35 ilhas e mais 1,5 milhão de habitantes, conforme o Banco Mundial.
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