Coloproctologista cita alimentos que podem causar câncer no intestino
Maristela tem mestrado e doutorado pela Fmusp. A médica explica como alguns alimentos contribuem para o surgimento de câncer no intestino
atualizado
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De acordo com dados publicados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) em janeiro, o número estimado de novos casos de câncer de cólon e do reto para cada ano do triênio 2023 a 2025 deverá ultrapassar os 45 mil. Decorrente do surgimento de um tumor na região do intestino, a doença está intimamente relacionada à alimentação, conforme ressalta a coloproctologista Maristela Almeida.
“O tipo de alimento ingerido pode influenciar no aparecimento de câncer colorretal seja como fator de risco, seja como fator de proteção”, avalia a médica do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo. Maristela é formada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), desde 1985. Ela tem mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp).
Intestino
Em entrevista à Coluna Claudia Meireles, Maristela explica sobre o intestino delgado ser o responsável pela absorção de nutrientes, enquanto o grosso — sede da grande maioria dos tumores intestinais — fica a cargo de armazenar os resíduos que sobraram da alimentação e de absorver água. “Assim, o que se come tem muita influência no funcionamento desses órgãos”, elucida.
Quando os órgãos operam de forma errada, o indivíduo pode apresentar desnutrição e queixas frequentes de diarreia, flatulência e constipação, além de contribuir com o surgimento de tumores intestinais. Segundo a especialista em cirurgia geral e coloproctologia, genética, tabagismo, obesidade e sedentarismo são outros fatores associados ao aparecimento do câncer no intestino.
Alimentos
Existem alimentos capazes de aumentar a chance de uma pessoa ter câncer de colorretal, entre eles, estão os ultraprocessados, a exemplo de salgadinhos, refrigerantes, macarrão instantâneo e biscoitos recheados. A médica esclarece que essas opções são prejudiciais à função intestinal por apresentarem substâncias gordurosas e açúcares.
A doutora pela Fmusp reitera que os ultraprocessados afetam o funcionamento da região, no caso, alteram a microbiota e colaboram com a diminuição dos resíduos fecais, melhor dizendo, impactam na evacuação. Embora esses alimentos devam ser cortados das refeições, Maristela sabe que “nem sempre é possível evitá-los”.
A coloproctologista aconselha reduzir o quanto puder o consumo diário de alimentos ultraprocessados. “O ideal é ter uma dieta rica em fibras, pouco gordurosa e com bons nutrientes”, orienta Maristela Almeida. Outro alimento que ingerido em excesso tende a facilitar o desenvolvimento de câncer no intestino é a carne vermelha.
“O que mais influencia é a forma de preparo da carne. Quando submetida a altas temperaturas e a fumaça do churrasco, o alimento pode gerar substâncias consideradas cancerígenas”, explana a especialista. Questionada sobre qual a quantidade ideal do alimento para consumir por semana, a médica detalha: “O ideal seria por volta de 500 gramas, ou seja, um bife pequeno em algumas refeições”.
Álcool
Com doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp), Maristela salienta que, da mesma maneira que os alimentos trazem na composição ou geram substâncias cancerígenas, o álcool irrita a mucosa intestinal e provoca consequências. “Inflamação e alterações que predispõem ao câncer colorretal”, lista a médica.
A expert recomenda evitar o consumo de álcool pelo seguinte motivo: “Não se conhece os níveis seguros para a prevenção de câncer”. Os fast foods também apresentam perigo e elevam os índices do aparecimento de tumor no intestino pela “presença de gorduras, açúcares e pouca quantidade de fibras”.
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