Cirillo Luna, um ruivo em cena em Salve-se Quem Puder
O ator conta por que largou a odontologia para seguir a carreira em artes cênicas e fala sobre o papel na novela e o bullying por ser ruivo
atualizado
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Rio de Janeiro (RJ) – Recentemente, um novo personagem entrou em cena em Salve-se Quem Puder, novela das sete da TV Globo. Trata-se de Gael, vivido por Cirillo Luna. Na trama, ele é irmão de Bruno, interpretado por Marcos Pitombo, que, em fevereiro, passou pela coluna Claudia Meireles.
Feliz com o papel, o ator de 37 anos nos conta sobre a emoção de ter sido convidado para a novela, fala sobre o personagem, revela que já enfrentou bullying por ser ruivo e diz como seus pais reagiram à decisão de deixar a odontologia de lado para ser ator.
Confira!
Você está em Salve-se Quem Puder. E aí, que tal?
Esta é a primeira novela que faço até o fim, se Deus quiser. Então, estou superfeliz. Participar é muito legal em todos os sentidos, principalmente para crescermos profissionalmente.
Conte um pouco sobre seu personagem.
São dois irmãos que vêm do interior e são bem diferentes. Um é o Gael, que sou eu, e o outro é o Bruno, interpretado pelo Marcos Pitombo, mais tímido, reservado. A princípio, temos um mistério que não pode ser revelado. Os dois se apaixonam por Micaela, personagem da Sabrina [Petraglia], mas, na verdade, um deles está dando um golpe em parceria com a prima.
Você já passou pela situação de se apaixonar pela mesma garota que um irmão ou amigo?
Não, nunca.
Se isso acontecesse, como você reagiria?
É engraçado, pois não sei mesmo o que faria. Iria depender da situação, do momento de vida mesmo. Uma curiosidade é que meu personagem é o extrovertido na trama, e o Marquinhos, mais retraído. Já na vida real, eu acho que seria o contrário: eu sou mais “na minha”. Então, nessa situação, esperaria ou deixaria acontecer.
Você sabe a origem do seu nome?
Eu procurei a origem de “Cirillo” e já ouvi dizer que é grego, mas não confirmei. Soube também que tem origem italiana. O Luna, sobrenome, eu tenho certeza de que é italiano.
De onde você é?
Eu nasci em Campos de Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro, mas cresci em Macaé, onde fiquei até os 17 anos. Depois, vim para o Rio.
Sua família é ruiva como você?
Pior que não! (risos) É gene recessivo. Meu pai é moreno e tem a pele bem branca. Minha mãe tem cabelo castanho, mas pele bem branca também. Minha avó era um pouco índia. Já meu avô por parte de mãe tinha o cabelo muito branco desde os 22 anos e sempre falava isso. Parecia o Papai Noel. Talvez venha por parte de pai, porque tenho um primo que teve três filhos ruivos.
Rolou bullying alguma vez por você ser ruivo?
Isso é muito delicado. Na época que fiz O Escaravelho do Diabo no cinema, me fizeram essa pergunta. Não posso dizer que nunca sofri preconceito na vida. O que acontecia na infância eram algumas brincadeiras: “ferrinho”, “tomou banho de sol com peneira”, “tomou banho de água de salsicha”… Era um bullying leve.
Você acha que esse personagem chegou na hora certa?
Como eu estreei em novelas em 2008 (como o Pedro, de Viver a Vida), tem 12 anos que comecei profissionalmente a atuar. Tudo tem seu tempo certo. Não vou dizer que demorou. Temos que olhar para trás. Então, acho que eu não tinha mesmo maturidade, pois há a parte emocional também. É muita pressão. Não estava preparado emocionalmente.
E hoje?
Acho que, com os trabalhos que fui realizando, isso veio naturalmente. Me sinto mais seguro profissionalmente como ator para desenvolver um bom trabalho. Como eu já faço boas participações há muito tempo, agora já estou mais preparado.
Foi difícil fazer cinema?
Já faço teatro há muito tempo, mas o audiovisual foi um pouco mais complicado. Eu tinha essa vontade. Então, quando rolou O Escaravelho do Diabo, foi uma felicidade imensa, apesar das dificuldades.
Como você reagiu ao receber a notícia de que estaria em Salve-se Quem Puder?
Estou curtindo tudo. Quando recebi a notícia, liguei para o meu pai chorando!
Como é sua família?
Eu tenho um irmão mais novo, que é fisioterapeuta. Meu pai trabalhou na Petrobras e já está aposentado. E a minha mãe foi dona de casa. Aliás, minha mãe diz que o bisavô dela tinha um lado artista. O nome dele era José Cirillo, mas não era nada profissional.
Como a arte entrou para valer na sua vida?
Eu fiz odontologia. Quando estava no quarto período da faculdade, cursei teatro na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) com uma amiga. Estudávamos na UFF (Universidade Federal Fluminense), em Niterói. Estava em um estágio, na época, e ganhando algum dinheiro. Fui fazer e, quando acabou, a assistente de direção disse que o “bichinho” da arte tinha me mordido.
Paralelamente ao curso de odonto, me inscrevi em outros cursos de teatro. Aí, me formei, trabalhei durante um ano, fui mandado embora do emprego e falei: “É agora!”. Então, fiz artes cênicas.
E seus pais, o que acharam?
Eles surtaram! (risos) Minha mãe, principalmente. Mas foi muito difícil. Aí, meu pai me liberou para voltar ao Rio, pois eu estava sem emprego, e me ajudou a pagar a faculdade.
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