Chá de cúrcuma é proibido? Aprenda a usar o açafrão sem erros
A cúrcuma funciona como um potente antioxidante e anti-inflamatório, conforme ressalta a nutricionista Laura de Souza Silva
atualizado
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Classificada como superalimento, a cúrcuma é usada de diversas maneiras, desde especiaria e até como chá. As mil e uma utilidades são resultado do ingrediente contribuir com a saúde por dispor de potentes propriedades antioxidantes. Entretanto, a infusão da planta está na lista de proibições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O chá de cúrcuma não é liberado pela Anvisa para consumo e venda. Segundo a instituição, a planta — também conhecida como açafrão — não consta no Anexo I da Instrução Normativa (IN) nº 159, de 1º de julho de 2022.
A Coluna Claudia Meireles acionou a Anvisa, que esclareceu as razões pelo qual o uso do açafrão no Brasil está restrito como especiaria.
“O art. 5º da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 716, de 2022, que dispõe sobre requisitos sanitários do café, cevada, chás, erva-mate, especiarias, temperos e molhos, estabelece que as partes das espécies vegetais autorizadas para o preparo de chás são aquelas que constam no Anexo I da Instrução Normativa (IN) nº 159, de 1º de julho de 2022”, elucidou o órgão.
De acordo com a agência de vigilância sanitária, o documento detalha quais espécies vegetais estão permitidas para o preparo de infusões e o açafrão não aparece no anexo da IN. Para torná-lo autorizado no país, uma empresa que deseja comercializar o chá de cúrcuma deve apresentar os dados de segurança à Anvisa.
“Assim, para que a cúrcuma seja autorizada para o uso de chás, é necessária a avaliação da Anvisa de que este vegetal pode ser usado de forma segura para o preparo de chás, a partir de documentação científica apresentada pela empresa interessada”, esclareceu o órgão à coluna.
Rito
Em resposta, a Anvisa frisou existir na regulação um rito simplificado para avaliação de segurança de alimentos in natura, minimamente processados ou desidratados, como hortaliças, tubérculos, cereais e frutas, incluindo espécies vegetais para o preparo de chás e especiarias, que têm dados que sustentem seu histórico de consumo seguro como alimento.
“Este rito é aplicável à cúrcuma, uma vez que a mesma já tem tradição de uso como especiaria”, reiterou a agência.
Consumo da cúrcuma
Como o chá de cúrcuma é proibido pela Anvisa, a coluna conversou com a nutricionista Laura de Souza Silva para entender os benefícios do superalimento da família do gengibre. “Tem o potencial antioxidante (combate os radicais livres) de alta capacidade e, por isso, contribui de forma global para a saúde”, salienta.
A melhor maneira de aproveitar os efeitos positivos da cúrcuma para a saúde depende do que o indivíduo busca ao consumir, conforme alega Laura: “Quando visamos um benefício extra para uma pessoa com doenças autoimunes, atletas de alto rendimento e quedas graves imunológicas, as rodas maiores e concentradas são mais bem-vindas”, ensina.
De acordo com a nutricionista, quem almeja saúde e bem-estar por meio da ingestão da planta pode obter ao usá-la como tempero e sucos. A especialista em nutrição esportiva e estética orienta associar o consumo da cúrcuma com pimenta-do-reino. “Aumenta a biodisponibilidade e a absorção”, garante.
Aos adeptos de colocar o açafrão em várias refeições, Laura alerta quanto aos efeitos colaterais do consumo exagerado. “Pode haver irritação gástrica ou ficar com retrogosto, dependendo da forma de ingestão e da quantidade ingerida”, reitera. Embora o chá de cúrcuma seja proibido, dá para usar o ingrediente como especiaria em infusões.
“É recomendado. Nas infusões, a cúrcuma aumenta o potencial antioxidante da bebida”, sustenta a especialista. Além de ser uma rica fonte de antioxidantes, vale destacar que o açafrão funciona como um anti-inflamatório, propriedade derivada da curcumina, substância bioativa capaz de combater a inflamação a nível molecular.
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