Celso Junior: conheça a trajetória e novos projetos do fotógrafo
“Eu nunca trabalhei e vivi com outra coisa na minha vida que não fosse a fotografia”, contou o profissional em entrevista à coluna
atualizado
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“Cada um expressa a informação de uma maneira. Eu sempre contei histórias através da fotografia”. Essa frase expressa bem a carreira de um dos fotógrafos mais prestigiados da capital federal, e referência entre noivos e debutantes que desejam registrar o marcante momento sob a perspectiva do artista. A trajetória de Celso Junior começou há mais de 30 anos e reúne grandes coberturas e prêmios como fotojornalista.
O profissional nasceu em Ribeirão Preto, mas foi criado na cidade de São Paulo. De uma família muito humilde e com mais cinco irmãos, precisou buscar emprego aos 15 anos para ajudar nas despesas de casa. Por um acaso ou destino, a primeira oportunidade veio para trabalhar no jornal econômico DCI, como ajudante no setor de fotografias. “Eles começaram a me ensinar o processo de revelação dos filmes na época, não era digital como hoje. Era muita responsabilidade”, relembra.
Celso foi estudando todo o processo. Ao perceber o talento a ser lapidado, o noticiário começou a investir em cursos profissionalizantes. Segundo ele, no entanto, os maiores professores foram os funcionários do ramo com quem conviveu durante muitos anos. Diante de tanto esforço, foi promovido a laboratorista fotográfico e passou a revelar as fotos dos profissionais em papel. Foi nesse momento que ficou completamente apaixonado pela área e nunca mais parou.
Jovem, ele se dividia entre os estudos, o emprego e o desejo de aperfeiçoar-se. Fora do horário de trabalho fazia suas fotos para montar um portfólio. Com apenas 19 anos, foi promovido a repórter fotográfico.
“Eu nunca trabalhei e vivi com outra coisa na minha vida que não fosse a fotografia. Meu primeiro emprego, aos 15 anos, foi dentro do departamento de fotos e até hoje eu vivo disso”.
Jornalista de formação, Junior acredita que a graduação foi um complemento importante para o exercício de fotojornalista, pois “quando você faz parceria com o repórter, a matéria cresce e isso é muito importante”.
Grandes coberturas
Por causa do pai, também chamado Celso, o expert desenvolveu o sonho de trabalhar no jornal O Estado de São Paulo. Fazer parte do time era uma forma de honrá-lo. Em 1997, decidiu bater na porta do noticiário com o portfólio na mão. “Qual vai ser a chance e como que eu vou ter a oportunidade de entrar dentro desse prédio? Quem é que vai me colocar aqui dentro? Eu tinha isso como meta, como um sonho”, questionava-se ao passar na frente do prédio da empresa na década de 1990.
O que começou com trabalhos esporádicos tornou-se parte do quadro de funcionários fixos em 1998. “Eu passei 15 anos lá e até hoje eu tenho um carinho muito especial”, garante.
O primeiro contato com Brasília veio em 2002, na posse do ex-presidente Lula. Em 2003, mudou-se de vez para a capital. Dentro do cenário político, grandes eventos bateram à porta. Ao todo, foram mais de 50 países visitados.
Por meio do seu olhar sensível e minucioso, Celso acompanhou coberturas presidenciais na ONU, na Casa Branca, a Copa do Mundo da Alemanha de 2006 — um grande sonho de vida por amar futebol —, e a morte do Papa João Paulo II, que segundo o fotógrafo, foi o momento que marcou profundamente sua vida.
Além disso, cobriu a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, e as Olimpíadas do Rio, em 2016, para a Getty Images. Foi em cobertura de matérias especiais sobre guerras internas no Brasil — destaque para Os meninos do Contestado —, que ele conquistou 15 prêmios, entre eles o Esso e o Vladimir Herzog, considerados os mais importantes da categoria.
Cobertura de eventos
Com o passar dos anos, Celso Junior sentiu a necessidade de novos desafios, pois o fotojornalismo não estava fazendo os seus olhos brilharem como antes. Dessa forma, entrou no mercado de casamentos e eventos sociais, meio em que atua há 10 anos.
Para ele, fazer grandes coberturas jornalísticas e casamentos exigem o mesmo nível de responsabilidade. Trata-se, em suma, de trabalhar com os sonhos e expectativas das pessoas. Buscar novos desafios é uma forma de manter o prazer pelo trabalho vivo.
“Acho que como toda profissão, e a fotografia não é diferente, nós precisamos nos reinventar. Eu sempre levei muito em consideração o prazer pelo que estou fazendo, conciliando tanto o negócio, a vida pessoal e o meu prazer profissional”, explica.
A primeira oportunidade de fazer um casamento foi em São Paulo. Diante de toda a qualidade das suas fotos, não parou mais. Só em 2019, foram 72 casamentos. Com a pandemia da Covid-19, as cerimônias de 2020 e 2021 foram remanejadas. Maria Eduarda Oliveira e Thiago Fleury e Isabella Koenigkan e Pedro Baracat estão entre os enlaces fotografados por Celso.
Galeria
Com o objetivo de expor seus trabalhos e fazer fotografias inspiradoras que possam compor as paredes de clientes, Celso fundou a própria galeria, localizada no Lago Sul, durante a pandemia. Sem ter eventos para realizar, vender quadros com as imagens tornou-se uma saída incrível para algo que já fazia. Ver seus trabalhos nas paredes de outras pessoas é motivo de orgulho para Celso.
Em um espaço aconchegante, é possível encontrar obras que trazem cores, técnicas, arte e modernidade em cada detalhe. Celso Junior quer que cada pessoa que entre no espaço seja estimulada pela arte e crie um vínculo.
“Quero que o espaço tenha o espírito da arte, que não seja apenas fotografia”, explica o profissional, que almeja realizar exposições de artes e lançamentos de livros.
Confira alguns detalhes:
Celso conta com o filho, Gustavo Sarmento, e a esposa, Paula Santana, como sócios do espaço. Cuidado, qualidade e compromisso são qualidades que os profissionais da galeria prezam na hora de atender as necessidades do público. O plano é transformar a galeria em algo grandioso no futuro.
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