Caroline Kalil explica o que é metaverso e NFTs de forma descomplicada
Caso se defina como uma pessoa perdida quando o assunto é metaverso, saiba que não está sozinho. Caroline Kalil explica direitinho o assunto
atualizado
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Nos últimos meses, houve um bombardeio com as palavras metaverso, criptomoedas e NFTs. Alguma vez, você chegou a ler alguma notícia sobre esses assuntos? Bateu um papo a fim de entender esse universo? Notou que o Instagram, Facebook e WhatsApp adotaram o termo Meta no template inicial? Caso a curiosidade tenha sido acionada após uma dessas ações, certamente, procurou mais detalhes na web. Entretanto, o cérebro deu um bug provavelmente.
Caso se defina como uma pessoa perdida quando o assunto é metaverso, saiba que não está sozinho. A coluna Claudia Meireles integrava o grupo dos desnorteados até ter uma aula com Caroline Kalil, investidora de criptomoedas (moeda digital), colecionadora de NFTs e autora do e-book O Metaverso Simplificado. A publicação está disponível na Amazon. Antes de mergulhar no tema, vale explicar que a palavra meta significa além em grego.
Se pensa que o assunto é coisa de gamer ou de quem trabalha com tecnologia, fica o aviso que está equivocada. Segundo Caroline, a internet conhecida hoje começou a evoluir a um novo patamar, com compartilhamentos e interações inovadoras. Nas palavras da expert, “este mundo virtual” busca replicar a realidade: “Nele, não existirá um único lugar, mas sim vários ambientes virtuais em 3D, onde se poderá interagir com as pessoas igual no mundo real”.
Eis a questão: como este universo virtual vai se tornar realidade? A autora diz que cada usuário terá um avatar digital — ligado a sensores do corpo, por exemplo, óculos e luvas: “Os equipamentos vão proporcionar oportunidades de ter as mesmas sensações que você sente no mundo real”. Por aqui, as explicações de Caroline começaram a clarear o entendimento a respeito do metaverso, porém, o tópico não se resume a isso.
“Atualmente, existe uma série de novas tecnologias excitantes que, em teoria, gradualmente, se juntarão e formarão os blocos de construção de um futuro metaverso”, sustenta. No e-book, a especialista afirma que o futuro mundo virtual não será algo real, mas buscará passar a sensação de realidade. “Hoje, conseguimos ver projeções nas telas dos celulares, porém essas projeções, com essas interações ainda são bastante limitadas, dado o potencial”, enfatiza.
De acordo com Caroline Kalil, ainda não existe o metaverso como algo concreto, pois não há tecnologia suficiente para criar esse universo de forma imersiva. Para quem está engatinhando no processo de entender a tendência, a autora faz o seguinte pedido: “Tudo o que você puder imaginar terá nesse mundo virtual, como reuniões, trabalho, lojas, escolas, shows e estádios de futebol”.
Algumas experiências já estão em andamento, inclusive, de marcas conceituadas. Lojas virtuais passaram a funcionar no metaverso. Por exemplo, etiquetas começaram a testar provadores com realidade aumentada e vendas de produtos em NFTs. “Há um potencial enorme nesse universo digital paralelo tanto para as empresas quanto para os usuários”, argumenta Caroline.
NFTs
Segue o jogador Neymar Jr. no Instagram e viu que na foto de perfil dele há a ilustração de um macaco? Assim como o craque do PSG, os cantores Eminem, Timbaland e Justin Bieber aderiram à tendência, mas com outros ícones. Caso tenha se questionado por quais motivos eles trocaram os cliques do rosto por um desenho, Caroline explica sobre os NFTs, ou seja, os tokens não fungíveis: “É a representação de algo que não pode ser substituído, é individual, específico”.
“Uma nota de R$ 100 é fungível, por ser possível trocar por duas de R$ 50. Já a obra Monalisa, do pintor italiano Leonardo Da Vinci, é o oposto. Por ser única, não pode ser substituída por outra igual. Dessa forma, torna-se um NFT. Um NFT seria uma Monalisa”, esclarece.
I am an ape! #community #art #BoredApeYC pic.twitter.com/iOe3E0H2t6
— Neymar Jr (@neymarjr) January 20, 2022
Os “desenhos” usados por Neymar, Eminem e Justin Bieber nos perfis, na verdade, são NFTs. Quem possui um token não fungível tem uma “obra de arte”, conforme conta a autora. “É um objeto raro, único. Caso tenha a propriedade de um token, significa que você apresenta o direito sobre aquela obra”, acrescentou. Ou seja, o jogador do PSG e os cantores são os donos dos peças, que valem milhões.
No início do mês, Neymar desembolsou uma fortuna por duas obras de arte da coleção Bored Ape Yacht Club, considerado um dos NFTs mais valiosos do mercado. O jogador pagou a bagatela de R$ 6,2 milhões. Na segunda-feira (14/2), houve uma das maiores transações do segmento. Uma peça do acervo CryptoPunks foi vendida por US$ 24 milhões, o equivalente a R$ 123 milhões.
Por que os NFTs valem milhões? No universo das criptomoedas, o token é a representação de um ativo, registrado em uma blockchain — livro contábil que faz o registro de uma transação de moeda virtual. Esse banco de dados está imune à alteração. As celebridades têm adquirido as obras de arte, porque com o passar do tempo as imagens tendem a se valorizar e captar recursos. Ou seja, os donos lucram quando as peças são replicadas.
Benefícios
Segundo a autora, o metaverso já começou a gerar inúmeros benefícios. “A prova disso são os bilhões de dólares que a indústria de games movimenta anualmente”, frisa. Conforme salienta Caroline, o universo virtual inovador irá “elevar” os ambientes de trabalho e estudo a um novo patamar. Na avaliação da escritora, o ambiente será um “poderoso espaço de relacionamento com o consumidor para as empresas”.
“Até a telemedicina pode lucrar com isso. Com relação ao entretenimento, você tem a sensação de estar dentro de um filme, game ou de encontrar amigos à distância, ir a um show. Existem inúmeros benefícios disponíveis quando estamos conectados dentro do metaverso. A imaginação é o limite e acredito que esse universo interessa a todo investidor”, reforça Caroline Kalil.
Sobre a especialista
Recentemente, Caroline lançou o e-book O Metaverso Descomplicado (disponível na Amazon). Além de escritora, atua como investidora de criptomoedas e colecionadora de NFTs. Diante da alta demanda sobre os assuntos no escritório em que trabalha, ela decidiu explicar os termos de “forma didática e simples” a fim dos interessados entenderem como funciona o segmento e como ganhar dinheiro dentro da plataforma no metaverso.
“Sempre gostei e tive facilidade em lidar com tecnologia”, conta a especialista. Ela entrou no segmento como investidora de criptomoedas. Antenada e em busca de aprender a respeito do assunto, fez um curso chamado Blockchain Development, em Nova York. Em seguida, investiu em mais especializações.
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