“Cármen Lúcia para presidente do Brasil”, gritam empresárias em evento
A ministra do Supremo fez uma palestra no CCBB para o grupo Mulheres do Brasil
atualizado
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Após interromper uma briga entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso nessa quarta-feira (21/3), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, deu uma inspiradora palestra no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
A mulher mais poderosa do Judiciário brasileiro chegou pontualmente às 18h e não se pronunciou sobre o desentendimento dos colegas, ocorrido mais cedo no plenário. “Viemos aqui falar sobre empoderamento feminino”, enfatizou.
Na plateia, estavam representantes do grupo Mulheres do Brasil. Entre elas, as empresárias Luiza Helena Trajano, Janete Vaz e Chieko Aoki. Cármen Lúcia refletiu sobre a luta e as vitórias das mulheres na busca pela igualdade de gênero. “O preconceito contra nós ainda é grande em todas as instâncias”, disse.
A ministra começou o bate-papo citando o primeiro item do artigo 5º da Constituição: todos os homens e mulheres são iguais em direitos e deveres. “Estamos batalhando e vemos que ainda não somos respeitadas e nem vivemos em igualdade”, complementou.Enquanto a presidente do STF falava, as 500 empresárias permaneceram bem atentas. Cármen lembrou também que, apesar de as mulheres estarem conseguindo conquistar algumas posições de poder, ainda há espaço para avanços. “Esse quadro só vai mudar com a participação efetiva, eficaz e independente de todas nós. Ninguém vai nos dar isso de mãos beijadas”, falou.
Ao fim da palestra, a ministra convocou a plateia: “Vocês podem mudar o Brasil!” Cármen Lúcia foi aplaudida de pé, e algumas pessoas mais empolgadas até gritaram “presidente do Brasil” e “maravilhosa”.
Após Cármen deixar o palco, as convidadas se sentiram inspiradas pelas palavras de Trova do Vento que Passa, de Manuel Alegre, composição usada para encerrar o bate-papo:
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.