Calor e poluição: Cardiologista alerta para o risco de ataque cardíaco
No Dia Mundial do Coração, entenda por que o calor e a poluição podem aumentar o risco de infarto
atualizado
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Nos últimos meses, muitas cidades do Brasil têm enfrentado temperatura elevadas e convivido com a poluição resultante das queimadas que se alastraram pelo país. Com a péssima qualidade do ar e as ondas de calor, especialistas chamam atenção para os cuidados necessários para enfrentar a crise climática.
Neste domingo (29/9), celebra-se o Dia Mundial do Coração, que reforça a importância de mantermos hábitos saudáveis para evitar doenças cardíacas. Diante dos eventos e mudanças de temperatura, uma pesquisa da Universidade Sun Yat-sen, na China, buscou entender os riscos do calor extremo e da poluição para o sistema cardiovascular. O resultado trouxe à tona um alerta importante.
Efeitos do calor e poluição para a saúde do coração
Embora o calor extremo fosse associado a problemas de saúde, como insolação, exaustão e quadros respiratórios, os estudiosos descobriram, recentemente, evidências de que os efeitos das mudanças climáticas podem dobrar o risco de ataque cardíaco fatal.
Para tentar esclarecer o resultado da pesquisa, a coluna Claudia Meireles conversou com Carlos Rassi, cardiologista e coordenador do Centro de Cardiologia Sírio-Libanês, em Brasília.
“O artigo traz dados interessantes. O resultado revela que até 2,8% dos infartos agudos do miocárdio diante de temperaturas extremas associados a poluição (matéria particulada fina acima de 37,5mcg/m3) são causados exclusivamente por esses eventos. Os dados entram em consonância com as nossas impressões de que esse cenário é, sim, nocivo para a saúde cardiovascular”, revela.
Segundo o especialista, o calor extremo, quando associado à poluição elevada, pode causar desidratação, aumento da viscosidade sanguínea e elevação do risco de trombose.
“Para tentar manter a pressão arterial estável, o organismo tende a aumentar os batimentos cardíacos. Em conjunto, esses fatores podem culminar com aumento do risco de um infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral, principalmente em mulheres e em idosos”, alerta Carlos Rassi.
Cardiologista orienta como se proteger dos impactos da poluição e do calor
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que desenvolveu o “cardiomêtro” para conscientizar a população sobre o impacto das doenças cardiovasculares, cerca de 30% do total de óbitos no Brasil acontecem por conta de doenças cardiovasculares.
Levando em consideração os resultados da pesquisa chinesa e o cenário encontrado no Brasil, é preciso garantir medidas para alertar a população a redobrar os cuidados com a saúde. Se pensarmos na situação da capital do país, Brasília, desde a última contagem, na sexta-feira (27/9), já eram mais de 157 dias seguidos sem chuvas (no fim de semana, porém, alguns pontos do DF registraram chuvas).
Para tentar driblar os impactos negativos e evitar problemas futuros, Carlos Rassi lista algumas medidas essenciais a quem quer enfrentar essas condições. “Provavelmente, a medida isolada mais eficaz para proteger o sistema cardiovascular, nesses casos, é manter a hidratação adequada, por meio do consumo adequado de água e outros líquidos hidratantes”, emenda.
Outras orientações
Além de beber bastante líquido, o expert pede que haja cautela na hora de se exercitar. De maneira nenhuma é preciso parar com as atividades esportivas, mas é necessário ter cuidado quanto ao horário e exposição ao sol.
“Antes de mais nada, proteja-se do sol, principalmente nos horários mais quentes, próximos ao meio-dia. Na hora de praticar atividades físicas, evite o período das 10h às 17h, e use roupas leves, bonés e protetor solar”, recomenda.
Outra orientação do profissional de saúde é manter uma alimentação mais leve durante os períodos em que o clima é adverso. “Faça refeições leves, com alimentos frescos, como frutas e verduras, e evite alimentos muito gordurosos e calóricos”, reforça Carlos Rassi.
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