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Botox ou preenchimento: qual devo escolher? Dermatologista responde

Se você tivesse que escolher entre um e outro, qual seria a melhor opção? Descubra!

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Carla Oliveira dermatologista
1 de 1 Carla Oliveira dermatologista - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

Você já se pegou com dúvidas a respeito do botox e dos preenchimentos? Ou até já confundiu ambos os procedimentos? Se você já pensou em fazer alguma dessas intervenções mas ainda não sabe as diferenças entre elas, continue lendo esta matéria. A Coluna Claudia Meireles conversou com a dermatologista Carla Oliveira para sanar todas as dúvidas sobre o assunto e esclarecer, de vez, qual tratamento é ideal para cada tipo de indivíduo.

Descubra:

O que é botox e para que é indicado?

De acordo com a especialista, a toxina botulínica A (TB A) foi aprovada há mais de 20 anos para o tratamento de rugas e da “sudorese em excesso”. “Como o BOTOX® foi a primeira marca aprovada, tornou-se sinônimo do procedimento”, explica ela. No entanto, há várias outras marcas de TB A, como o Dysport ® e o Xeomin ®.

A aplicação injetável da toxina botulínica é capaz de relaxar os músculos faciais com precisão e suavizar as rugas de expressão temporariamente. “’Congelar’ o rosto é o oposto do que buscamos atualmente com o uso da toxina. E as técnicas de microdoses ou mesobotox tornaram possíveis efeitos mais naturais, principalmente para a demanda crescente do público masculino”, informa a médica.

Carla lembra que, antes, a técnica era mais indicada para pessoas acima de 40 ou 45 anos, com o intuito de “corrigir” as rugas. “Mas os melhores resultados são alcançados nos adultos jovens que iniciam as intervenções antes dos 30 anos, para prevenir os sinais do envelhecimento”, ressalta.

médica aplicando botox em paciente mulher
A toxina botulínica A (TB A) foi aprovada há mais de 20 anos para o tratamento de rugas e da “sudorese em excesso”

Nesse perfil de paciente, costuma-se fazer toxina preventiva, hidratação profunda com ácido hialurônico skinboosters, bioestimuladores de colágeno, ultrassom microfocado e lasers no planejamento da prevenção do envelhecimento ou “prejuvenation”, conforme a dermatologista diz.

“Uma pergunta diária que recebo dos pacientes mais jovens é ‘com que idade devo começar a aplicar toxina botulínica?’ Tem uma resposta diferente para cada paciente, mas podemos começar a avaliar por volta dos 25 anos. Aqueles hipercinéticos, expressivos, com assimetrias ou cicatrizes irão se beneficiar”, afirma Carla Oliveira.

Segundo a profissional, a toxina preventiva se popularizou e desmistificou a técnica como mero efeito “Cinderela”, por sua ação profilática em vincos e sulcos antes do seu surgimento. “Além de modelar sobrancelhas, levantar o olhar, definir o contorno mandibular e minimizar a aparência cansada, é possível suavizar até a papada com a TB A”, conta a especialista.

médica aplicando botox em paciente
A toxina preventiva se popularizou e desmistificou a técnica como mero efeito “Cinderela”

Carla argumenta que o primeiro passo da avaliação é a mímica facial, ou seja, as rugas e expressões que o paciente faz ao falar e sorrir. “Essa análise permite determinar que músculos devem ser tratados e é bem comum que, a partir dos 35 anos, a toxina também seja indicada no pescoço”, cita a médica.

Já o contorno facial pode ser definido com o lifting de Nefertiti, através da aplicação da substância em pontos alvo no músculo platisma e microbotox para a suavização da papada e do volume do pescoço.

De acordo com a profissional, quando, durante a consulta, o paciente realiza algumas expressões forçadas de braveza, espanto e sorriso, avalia-se a força dos músculos da face e do pescoço para definir técnicas e doses em jogo de equilíbrio

E os que preferem manter o movimento mais natural podem se submeter a uma combinação de preenchimentos do tipo skinbooster, que, de acordo com a expert, proporcionam hidratação profunda na área da fronte para suavizar as linhas, minimizando a alteração da mímica facial, mesmo nos populares pés-de-galinha e rugas de braveza.

O que são preenchimentos e para que são indicados?

Consoante à Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o preenchimento cutâneo é uma “técnica empregada para correção de sulcos, rugas e cicatrizes por meio da injeção de substâncias sob a área da pele a ser tratada, elevando-a e, assim, diminuindo sua profundidade”. Um dos principais objetivos dos preenchedores é repor o volume da face, melhorando seus contornos e formas.

preenchimento cutâneo
Um dos principais objetivos dos preenchedores é repor o volume da face, melhorando seus contornos e formas

Segundo Carla, as principais substâncias aplicadas na pele com essa finalidade são o ácido hialurônico, os skinboosters, hidroxiapatita de cálcio e policaprolactona. Além desses, há um produto “híbrido”, o HarmonyCa ®, que une dois ativos na mesma seringa, ácido hialurônico e o bioestimulador de colágeno hidroxiapatita. “Os bioestimuladores incentivam o próprio organismo a produzir colágeno, proteína fundamental para a firmeza e textura da pele”, constata.

Quando aplicado em áreas estratégicas da face, o preenchimento de ácido hialurônico vai muito além do tratamento de “bigode chinês”. Ao ser injetado em pontos de sustentação, ele é capaz de proporcionar efeito lifting facial.

Além disso, Carla propõe que é possível definir áreas como nariz, queixo e mandíbula, fora preencher rugas e sulcos. “Técnicas de preenchimentos na fronte podem aliviar ‘olhos fundos’ que já passaram por tratamento cirúrgico de pálpebras”, destaca.

Seringa preenchimento cutâneo
As principais substâncias aplicadas na pele com essa finalidade são o ácido hialurônico, os skinboosters, hidroxiapatita de cálcio e policaprolactona

Nas olheiras, o preenchimento com ácido hialurônico tem potência para suavizar a aparência cansada em adultos jovens que sofrem com uma alteração constitucional que as deixam mais profundas, mesmo com uma noite inteira de sono.

Na área do queixo ou mento, por sua vez, o mesmo tratamento repõe o volume dando projeção e pode até alongar o rosto, melhorando o contorno e a papada, além de adequar a proporção entre os lábios e o nariz.

Carla Oliveira frisa que o preenchimento não se destina somente à correção de sinais do envelhecimento, mas também combina prevenção e “embelezamento”. Ela apresenta a rinomodelação — que arrebita o nariz ou disfarça a curva do osso —, a projeção dos malares, das maçãs, do mento ou do queixo, o contorno mandibular e o preenchimento de lábios. Segundo a dermatologista, esses tratamentos deram origem ao “top model look”, padrão de beleza semelhante ao do rosto “verticalizado” e anguloso das modelos conquistado por meio de avanços da estética.

“A técnica é usada principalmente em pacientes mais jovens, que não apresentam alterações estruturais tão intensas. Significaria perder os seus traços individuais? Não, se for bem indicado. O profissional deve valorizar sua beleza natural, considerando sua singularidade e indicação. Em um rosto demasiadamente ‘magro’ ou a depender do formato e espessura da pele, poderia dar uma aparência menos saudável e esqueletizada. Logo, não deveria ser indicado”, sugere a profissional.

Preenchimento cutâneo
O “top model look” é uma técnica que alcança um padrão de beleza semelhante ao do rosto “verticalizado” e anguloso das modelos

Conforme a especialista expõe, com o envelhecimento, há perda volumétrica progressiva. “Então, devolvendo o volume facial perdido pela idade, melhoramos o contorno do rosto”, explica. “Hoje, isso é possível com a satisfatória durabilidade de até 18 meses dos géis de ácido hialurônico, a depender do local aplicado”, acrescenta Carla.

“A toxina botulínica e o ácido hialurônico são dois procedimentos consagrados na dermatologia, mas o portfólio aumentou com os bioestimuladores de colágeno injetáveis e tecnologias, como ultrassom, lasers e, claro, a melhora das técnicas e conhecimento da dinâmica da reabsorção óssea e dos coxins de gordura no envelhecimento”

Carla Oliveira, dermatologista

A médica defende que o envelhecimento não ocorre apenas na cútis, mas em três níveis: osso, sistema músculo aponeurótico superficial (capa do músculo) e subcutâneo. Logo, o produto escolhido é mais um passo essencial no processo de escolha de determinado gel de ácido hialurônico.

A partir dos 28 anos, o indivíduo perde cerca de 1% ao ano do ácido hialurônico do corpo, ficando mais difícil manter os tecidos hidratados, macios e flexíveis. Ao injetar microgotículas logo abaixo da superfície da pele, observa Carla, usa-se a capacidade do ativo de manter água no organismo para restaurar a composição natural da derme e melhorar a elasticidade.

“Os ácidos hialurônicos, a exemplo dos skinboosters, são mais fluidos e usados para linhas finas, hidratação profunda e efeito booster ou glow nos lábios, na pele da face, do pescoço e colo, além de suavizar cicatrizes de acne”, demonstra.

Mulher madura
A partir dos 28 anos de idade, o indivíduo perde cerca de 1% ao ano do ácido hialurônico do corpo

Outro produto à base de ácido hialurônico que não é nem preenchedor e nem skinbooster é o Prophilo ®. Quando injetado na cútis, ele promove a bioremodelação e regeneração dos tecidos, melhorando a qualidade da região, desacelerando o processo do envelhecimento e da flacidez sem volumizar.

Resumindo, tanto o botox quanto os preenchimentos proporcionam rejuvenescimento facial, “prejuvenation” e “beautification” (termos explicados mais abaixo). Porém, eles atuam em diferentes lugares e por meio de mecanismos distintos. “Basicamente, podemos simplificar que a toxina botulínica trata as marcas de expressão, ‘relaxando’ os músculos. Já os preenchedores são em forma de gel com efeito imediato e podem estruturar, volumizar e hidratar a pele profundamente”, esclarece.

“Uma grande diferença é que a toxina botulínica é aplicada no músculo, e o preenchedor é aplicado na pele”, entrega a médica.

Botox versus preenchimentos. Qual aderir?

Para Carla, a resposta chave para essa pergunta é a personalização dos procedimentos, seja com toxina botulínica, seja com preenchimentos. “A curadoria da pele contemporânea inclui restauração, ‘prejuvenation’ e ‘beautification’. O foco é corrigir, prevenir e embelezar sem perder a identidade. No nosso cotidiano do consultório, os pacientes já demandam naturalidade antes da perfeição”, exemplifica a dermatologista.

Segundo ela, os homens, por exemplo, procuram resultados menos impactantes por sessão e preferem efeitos mais discretos e gradativos.

Mulher fazendo procedimento facial em homem
Os homens procuram resultados menos impactantes por sessão e preferem efeitos mais discretos e gradativos

Ainda, os termos “beautification” e “embelezamento” valorizam a individualidade e suavizam as imperfeições mesmo em áreas sem envelhecimento. “Como exemplos temos a rinomodelação com ácido hialurônico e o uso da toxina botulínica para o reposicionamento das sobrancelhas e para o afinamento facial com relaxamento do músculo masseter, no casos de hipertrofia”, diz.

A profissional declara que a combinação dos procedimentos alcança resultados superiores, não só na eficácia, mas para aqueles que desejam alterar ao mínimo a expressão facial. “Existem rugas finas que não suavizam apenas com a substância que relaxa e podem melhorar com os preenchimentos tipo skinboosters associados”, ilustra ela.

Aos que optarem por manter o movimento facial e uma expressão facial mais natural, a especialista indica combinar TB A com preenchimentos tipo skinbooster na área da fronte, a fim de suavizar as linhas minimizando a alteração da mímica facial. “E podemos usar a técnica também nos populares pés de galinha”, complementa.

Olho
A combinação de TB A com preenchimentos tipo skinbooster ajuda no combate às rugas “pés de galinha”

A associação também é recomendada para quem deseja reduzir rugas ao redor dos olhos e da boca, além de melhorar a qualidade geral da pele.

Quanto desembolsar?

Carla Oliveira comenta que, embora a toxina botulínica tenha uma durabilidade média, sendo mais curta que os preenchimentos, seu custo é mais baixo. “Para uma região como o terço superior da face, o procedimento custa a partir de R$ 1,5 mil”, pontua.

Já o valor dos preenchedores de ácido hialurônico de reaplicação anual varia muito a depender do tipo de preenchedor e a quantidade de ampolas. “Mas o preço médio é a partir de R$ 1,4 mil por ampola”, finaliza.

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