Beber moderadamente é saudável para o coração? Harvard responde
Em artigo publicado no Harvard Health Publishing, pesquisadores avaliam se beber moderadamente pode trazer algum benefício para o coração
atualizado
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A bebida alcoólica em quantidade excessiva pode danificar, principalmente, o fígado, o cérebro e o coração, segundo a Harvard Health Publishing. Por outro lado, há cerca de 50 anos, alguns estudos começaram a sugerir que beber moderadamente poderia, por sua vez, trazer benefícios para o coração.
No artigo, eles definem o consumo moderado como dois drinques por dia para os homens e um para as mulheres.
Segundo o portal da faculdade de medicina de Harvard, essas evidências resultam de pesquisas observacionais envolvendo “centenas de milhares de pessoas cujos padrões de consumo e saúde foram acompanhados de perto por décadas”.
Os indivíduos foram divididos em três grupos: os que não bebiam, os que bebiam moderadamente e os que consumiam em excesso. Ao longo do tempo, aqueles que bebiam de forma equilibrada tiveram taxas mais baixas de doença arterial coronariana — incluindo menos ataques cardíacos — em comparação aos outros grupos.
“Isso faz sentido, já que outros estudos descobriram que a ingestão moderada de álcool faz com que o colesterol ‘bom’ aumente e o sangue coagule com menos facilidade – o que poderia explicar uma taxa mais baixa de ataques cardíacos”, disse Anthony Komaroff, interno especialista em medicina e editor-chefe da Health Letter.
Com base nos resultados, as atuais Diretrizes Dietéticas para os Americanos recomendam consumir bebida alcoólica apenas de maneira equilibrada. No entanto, eles ponderam que nenhuma das orientações sugere o consumo como forma de proteção contra doenças cardíacas. “Os estudos observacionais não podem provar o valor de um medicamento ou de uma prática”, afirma o artigo do portal de medicina de Harvard.
Limitações das pesquisas observacionais
O texto explica que, por mais que uma pesquisa observacional mostre que aqueles que ingerem bebida alcoólica de forma branda têm uma probabilidade menor de desenvolver problemas cardiovasculares em relação aos outros grupos, isso não significa que essa seja a razão para a menor taxa da enfermidade.
“Talvez os moderados sejam diferentes em algum outro aspecto (que os estudos não mediram) que os protege do desenvolvimento de doenças cardíacas”, avaliou Komaroff.
“Infelizmente, essas teses não podem ser feitas com perfeição e não podem levar em conta os fatores de risco que não foram descobertos ainda”, acrescentou.
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