Autoridades prestigiam pré-estreia do documentário Quando Falta o Ar
No Dia Internacional da Mulher, a produção evidencia a dedicação de mulheres fortes e poderosas que atuaram no SUS na pandemia
atualizado
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Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira (8/3), diversas iniciativas são lançadas em homenagem ao público feminino. Uma, em especial, merece aplausos por mostrar a dedicação de mulheres fortes e poderosas que atuaram no Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo da pandemia.
O empenho das heroínas protagoniza o documentário Quando Falta o Ar, elaborado pelas irmãs Ana e Helena Petta. A pré-estreia do longa-metragem reuniu autoridades na noite dessa terça-feira (7/3) no Espaço Itaú de Cinema, no Casapark.
Compareceram ao ilustre evento a primeira-dama, Janja Silva, e as ministras da Saúde, Nísia Trindade Lima; das Mulheres, Cida Gonçalves; e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, além de parlamentares e personalidades que atuam em prol do empoderamento feminino. Quando Falta o Ar narra a história de luta das profissionais do SUS que não mediram esforços para salvar vidas e cuidar dos pacientes durante o primeiro ano da pandemia, período em que ainda não havia a vacina.
O documentário chega aos cinemas nesta quinta-feira (9/3). A Coluna Claudia Meireles marcou presença na pré-estreia e conversou com as diretoras. Enquanto Ana Petta trabalha como atriz e cineasta, sua irmã, Helena, é médica infectologista. Para alcançar o resultado que queriam, as duas buscaram capturar diferentes ritmos e dimensões do cuidado das profissionais em saúde que muitas vezes se expressavam por meio do toque, do gesto e do olhar.
As diretoras, o produtor Manoel Rangel e a equipe de gravação acompanharam a rotina das heroínas de saúde em São Paulo, Bahia, Pernambuco, Pará e Amazonas. Em entrevista, Helena revelou ser emocionante conseguir reunir as personagens do filme no evento. “Várias delas nem se conheciam, porque filmamos uma em cada lugar, nunca tivemos essa oportunidade de juntá-las. Foi muito incrível”, ressalta. A médica definiu o ocasião como um grande encontro de mulheres.
“A presença de autoridades, a exemplo da primeira-dama e das ministras mulheres. Para nós foi a Semana Internacional das Mulheres, talvez, uma das mais especiais de nossas vidas”, considera Helena Petta.
O projeto de desenvolver o documentário surgiu quando Helena passou a conversar com amigos via Zoom e Skype.
Unanimidade, todos relatavam as situações vividas dentro dos hospitais na pandemia. Em bate-papo com a irmã, a médica chegou à conclusão ser necessário registrar o momento histórico: “Tinham mulheres trabalhando em diferentes tipos de serviço, em hospital, atenção primária, presídio e população ribeirinha. Fomos encontrando essas personagens e filmamos onde elas estavam. Durou uma semana em cada lugar”.
“Fomos em cinco lugares, porque não podíamos ficar muito devido a pandemia, ainda sem vacina. Por exemplo, a UTI do Hospital das Clínicas, só ficávamos três horas lá dentro, era perigoso para toda a equipe”, recordou a infectologista.
Ana Petta se sentiu tocada com a dedicação das profissionais de saúde em meio a tantos obstáculos, por exemplo, a vacina contra a Covid-19 ainda não era oferecida. “Apesar de todas as dificuldades, elas encontravam sempre um lugar de humanidade e de cuidado na relação com o paciente, sempre muito sensível”, garantiu. Não passou despercebido pela cineasta o quanto as mulheres era “conectadas” com a missão de cuidar e de salvar vidas.
“Essas profissionais, que são personagens do nosso documentário, merecem serem homenageadas por tudo o que fizeram pelo país e pelo SUS”, defende Ana.
Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, o documentário Quando Falta o Ar “é uma comemoração do SUS”. Na avaliação da gestora da pasta, o Serviço Único de Saúde é um patrimônio brasileiro. “É um grande orgulho. Nós precisamos preservá-lo e fortalecê-lo”, enfatiza. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também prestigiou a pré-estreia e teceu elogios ao sistema público de saúde.
Conforme destacou Luciana, o longa-metragem mostra a força das mulheres, que “sempre foram as protagonistas do SUS”. Primeira mente feminina a comandar o ministério, ela descreve a missão como “responsabilidade dobrada”. “A nossa determinação é fazer avançar políticas que tornem cada vez mais confortável as mulheres nesse front da profissão do conhecimento”, salientou a engenheira eletricista.
Para o cineasta Lino Meireles, o documentário tem um mistério.
Quando Falta o Ar não é um filme sobre a pandemia, e talvez seja este o seu segredo. Trata-se de um retrato da resiliência humana vivida por médicas do Sistema Único de Saúde e seus pacientes. Se tratar pessoas à beira da morte num momento em que a própria política do país tenta subverter o sistema de saúde já é uma tarefa colossal, imagine fazê-lo durante uma pandemia que matou mais de 680 mil pessoas. É essa resistência que o filme retrata, e por isso mistura momentos cômicos com momentos sofridos, alívio com tragédia. Um retrato e uma homenagem a pessoas tão incríveis
Lino Meireles
Presidente da Funarte, Maria Fernandes Marighella caracteriza a produção como “um peça da memória do Brasil”.
“Hoje nessa sala [de cinema] haverá uma grande celebração da vida, do que importa, das políticas e da cultura e da mulher. É uma obra feminista. Muito importante abordar o papel que mulheres tiveram à frente da saúde pública. Elas tomaram parte dos cuidados e da saúde pública, cuidando da linha de frente, como médicas, enfermeiras, auxiliares e técnicas”.
Confira os cliques:
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