Arquitetos de Brasília são selecionados em concurso internacional
Os arquitetos brasilienses Dante Uwai e Rafaela Gravia foram eleitos para representar o Brasil. Eles criaram cadeiras exclusivas
atualizado
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As edificações de Brasília são reconhecidas pelas formas abstratas e pelo design moderno e arrojado. Dois “filhos” da cidade almejam perpetuar o legado arquitetônico da capital federal pelo mundo e adicionar o próprio nome na história da arquitetura brasiliense, são eles: Rafaela Gravia e Dante Uwai. Eles foram selecionados na primeira edição do concurso The Architect’s Chair, orquestrado pela Buildner.
Entre tantos inscritos, os dois arquitetos brasilienses foram eleitos para representar o Brasil na competição internacional. Os participantes, como Dante e Rafaela, tiveram que criar cadeiras personalizadas e exclusivas que refletissem a própria filosofia e visões de design. As invenções dos selecionados estamparam a publicação impressa.
Gratidão
Enquanto Rafaela criou a poltrona intitulada Catê, Dante desenvolveu a cadeira U². De acordo com o arquiteto, uma palavra descreve o sentimento por ter sido escolhido no concurso: gratidão. “É uma oportunidade de mostrar a minha visão de mundo para um público internacional e dar mais visibilidade para o design brasileiro contemporâneo”, disse.
Rafaela alega ter ficado “bastante feliz e grata” ao ver uma de suas invenções em uma plataforma como a Buildner. “Muito importante ter arquitetos e designers brasileiros mostrando o trabalho que desenvolvemos no Brasil para o mundo”, salienta. À coluna Claudia Meireles, ela reitera que essa seleção motiva e gera uma movimentação entre os profissionais.
“A participação no concurso também é importante para incentivar outros brasileiros a se inscreverem e mostrarem o trabalho incrível que temos desenvolvido no Brasil ao mundo”, reforça Rafaela.
Criações
Para o concurso The Architect’s Chair — take a seat and make a statement (A cadeira do arquiteto — sente-se e faça uma declaração, em tradução livre), Dante optou por desenvolver uma cadeira em que o nome U² faz uma brincadeira com o formato do mobiliário. Conforme o profissional, a peça leva um “U”, porém em modelo “quadrado”.
Dante Uwai conta detalhes da estrutura do mobiliário: “É uma peça única metálica que dá a forma geral da cadeira, que é revestida por um tecido elástico. É um experimento que visa o oposto do pensamento ‘forma segue a função’. Enquanto o usuário não senta, a forma esconde a função, sendo percebida como uma escultura.”
“Ao sentar-se, o usuário modifica a obra e ela responde ao corpo, se deformando e assumindo a forma de poltrona”, prossegue o arquiteto, vencedor do concurso promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Ele foi o responsável por desenhar as medalhas que serão entregues nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon 2024.
Doutoranda em sustentabilidade pela Universidade de Brasília (UnB), Rafaela Gravia compartilha o processo criativo do mobiliário. “O desenho da Catê surgiu com a necessidade de uma poltrona confortável e versátil, que se adaptasse aos ambientes compactos contemporâneos”, explica a mestre em em tecnologia da arquitetura pela Unicamp, em São Paulo.
A arquiteta relata que o nome da peça deriva da catenária, isto é, uma curva suspensa fixada pelas extremidades. “Esse foi o princípio do desenvolvimento do design da poltrona”, explana. Rafaela Gravia desenhou o mobiliário em 2023 e decidiu inscrevê-lo para o concurso neste ano.
“A Catê, assim como todo o mobiliário que desenho, traz inspirações e referência de Brasília e de diversos locais e experiências que já tive. A leveza e minimalismo das peças que crio remetem à cidade e ao meu modo de pensar os espaços e a contemporaneidade”, avalia a arquiteta. Ela cria peças duradouras para produzir menos resíduos ao meio ambiente.
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