Aprenda a ler mais rápido e turbine a memória com o coach cerebral Jim Kwik
Treinador em aprendizagem número 1 do mundo, Jim ensinou técnicas para potencializar a memória a Oprah Winfrey, Will Smith e Bill Clinton
atualizado
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“Eu esqueci”. Quem nunca disse a expressão que atire a primeira pedra. Ao longo da vida, a frase acometeu desde as pessoas com memória de elefante a quem costuma deixar escapar as lembranças. A chave para recordar de tudo – obrigações, compromissos e até mesmo ideias – está no treinamento cerebral, defende Jim Kwik (coincidentemente, o sobrenome significa ágil, em tradução do inglês). Ele é o especialista em aprendizagem mais requisitado no mundo.
Com 47 anos, o treinador número 1 do globo passou mais da metade da existência (ou seja, 25 anos) ajudando pessoas a melhorar a memória, aprender a ler rapidamente, aumentar as habilidades de tomada de decisão e liberar ao máximo o potencial do cérebro. Jim palestrou para alunos de renomadas instituições norte-americanas, como a Universidade de Nova York, Harvard, Columbia e Stanford. “Se conhecimento é poder, aprender é uma superpotência”, definiu o expert em um vídeo de seu canal no YouTube. Na plataforma, há mais de 462 mil inscritos.
Treinador das celebridades
“Jim Kwik consegue obter o máximo de mim como ser humano”, afirmou o ator Will Smith. O norte-americano carrega como missão ensinar como aprender um conteúdo utilizando o menor tempo possível e sem esquecê-lo. Esta é a razão para ter como pupilos nomes do mais alto escalão de Hollywood e do Vale do Silício, sem contar as multinacionais que demandaram suas expertises, como Google, Nike, Paramount Pictures e até a Nasa.
Os atores aprendem a memorizar as falas de um personagem, músicos as letras e políticos os discursos, sem necessitar de um teleprompter a fim de transmitir credibilidade. Embora não goste de citar quem são os alunos, sabe-se que Jim é o coach das personalidades Oprah Winfrey, Steven Tyler, Jim Carrey, Bill Clinton, Richard Branson, Elon Musk e por aí vai. Para ativar e expandir a capacidade do cérebro, o treinador trabalha o princípio de desprender das limitações impostas por si próprio ou outras pessoas.
Os métodos práticos e inspiradores de Jim compõem o programa My Kwik Brain. Ele mostra como dar a volta por cima e se livrar das barreiras restritivas também no livro Limitless (Ilimitado, em tradução do inglês). Lançada em abril de 2020, a obra foi a primeira a liderar sete categorias de leitura da Amazon, sendo elas: educação empresarial; psicologia da criatividade e gênio; liderança empresarial; comunicação e habilidades; autoajuda motivacional; transformação pessoal; e melhoria da memória.
No livro, o treinador explica como desbloquear o potencial mental, ou melhor, ser ilimitado. O primeiro passo é esquecer tudo o que sabe sobre determinado assunto. Em seguida, se envolver e consumir o conteúdo, fase que requer esforço. Depois, colocar-se no estado de aprendizagem e concentração. Por fim, ensinar o que sabe, pois assim será capaz de fixar na mente. Na avaliação de Jim, as dicas potencializam a velocidade de trabalho do cérebro.
Leitura dinâmica
Líderes são leitores vorazes. A máxima pode ser confirmada, curiosamente, pelos hábitos do segundo e do terceiro homens mais ricos do planeta, Bill Gates e Warren Buffett, respectivamente. Enquanto a primeira personalidade bem-sucedida lê 50 livros por ano, a segunda passa de 5 a 6 horas por dia com os olhos fixos em jornais e nas centenas de páginas de relatórios corporativos. Ambos, se pudessem ter uma superpotência, desejariam ler mais rápido, conforme afirmaram em entrevistas.
De acordo com Jim, a leitura dinâmica não é mais uma habilidade agradável para dispor, mas, sim, uma necessidade a fim de obter vantagem na carreira e no crescimento pessoal. A partir de técnicas, o treinador ensina a acelerar a velocidade de leitura em mais de 50%, tornar a pessoa à prova de distrações e auxiliar na maior compreensão do conteúdo explorado. Considerado o treinador número 1 do mundo, a intenção do norte-americano é fazer os aprendizes lerem um livro por semana e 52 por ano.
1 – Abra um livro na página em que parou ou no início, caso for começar a leitura. Marque com um lápis ou caneta na margem da parte em que deixou de ler. Agora, mergulhe no texto para obter compreensão completa e absorva o conteúdo. Faça isso por 60 segundos e, em seguida, deixe uma marcação no término a fim poder contar as linhas lidas em 1 minuto. Qual o resultado?;
2 – Ao ler, tente usar um guia visual. Por exemplo, uma caneta, lápis, dedo, marca texto ou até o mouse do computador, porque a visão é atraída pelo movimento. Quando sublinha as palavras, consegue captar melhor as informações, enquanto os olhos costumam seguir o curso feito pelo dedo, atividade que ajuda no foco;
3 – Continue da parte em que parou no exercício 1. Desta vez, irá coordenar olhos e dedos na leitura. Lembre-se de sublinhar as palavras com o indicador direito e não precisa se concentrar na compreensão completa. Ao fazer a atividade durante 60 segundos, sentirá que leu mais rápido, garantiu o especialista;
4 – Outra dica está relacionada à posição do livro. Certifique-se da inclinação correta do objeto para conseguir ver todas as palavras sem precisar forçar a visão em alguma parte. Novamente, o treinador instrui ler da parte em que parou no exercício 1, agora com a angulação certa. Ao término, vale avaliar a progressão no número de linhas e a compreensão do conteúdo. O coach sugere praticar a cada leitura, ou seja, 45 minutos, tempo diário recomendado por Jim Kwik.
Confira mais dicas do especialista no vídeo abaixo dublado em português:
Lembrar o nome das pessoas
Leia atentamente as situações a seguir. Caso se identifique com alguma alternativa (ou todas), esse tópico foi escrito especialmente para você. Alguém já te disse quem é e, poucos segundos depois, o nome simplesmente desapareceu da sua memória? Costuma reconhecer o rosto das pessoas, mas não lembra de onde ou como ela se chama? O constrangimento é ainda pior quando recordam o seu nome e o abordam com intimidade.
Se depender de Jim Kwik seus problemas acabaram. Ele está prestes a dar fim a esses momentos embaraçosos com alguns truques capazes de fazer até os mais esquecidos lembrarem. Pode não parecer, mas o treinador já integrou o grupo intitulado de “sou horrível em gravar nomes”. Atualmente, o jogo virou para o norte-americano. Ao dispor de um cérebro treinado, o expert disse o nome de mais de 50 participantes de uma palestra, em ordem e sem conhecê-los antes. Aos interessados, seguem os comandos:
1 – O cérebro é como um supercomputador e falar consigo mesmo tem o efeito de ativar um programa a ser executado. “Se disser que não pode gravar nomes, sem dúvidas, não recordará como chama-se a próxima pessoa que conhecer”, explicou Jim. Em primeiro lugar, o treinador pede para eliminar pensamentos limitantes e negativos;
2 – Quando conhecer alguém pela primeira vez, diga o nome da pessoa nos cumprimentos ou no início da conversa. De acordo com o especialista, a atividade permitiu escutar a alcunha do indivíduo duas vezes. Outra razão para falar “olá, fulano” tem relação com não ser surpreendido. “Pronuncio logo, pois quero a certeza de ter ouvido corretamente. Não pretendo conversar por 20 minutos com a pessoa e, ao dar adeus, falar o nome errado, é melhor ser corrigido logo de cara”, disse Jim;
3 – Ao longo da conversa, use de três a quatro vezes o nome do indivíduo. “Você ficará incrível nos resultados, mas cuidado com os exageros”, entregou o expert cerebral. Ele recomenda perguntar o programa favorito ou sobre o nome da pessoa, principalmente, se for difícil de pronunciar. Nesses casos, questione o significado ou quem escolheu a alcunha;
4 – Na última dica, Jim traz uma frase do pensador chinês Confúcio: “O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu me lembro. O que eu faço, eu entendo”. O treinador orienta colocar uma fita imaginária na testa da pessoa com o nome dela e inseri-la em uma situação incomum. A intenção do norte-americano é estimular a criatividade. “Brinque um pouco. Assim que o cérebro funciona, com lembretes com o nome de cada pessoa”, sustentou.
Volta por cima
“Esse é o garoto com o cérebro quebrado”. Foi assim que um professor referiu-se a Jim aos 9 anos. O menino sofreu um grave acidente que ocasionou um traumatismo craniano quando tinha 5 anos. Por conta da lesão, passou a apresentar dificuldades de concentração e memória curta o que, consequentemente, interferiu em seu aprendizado escolar. Por anos, ele acreditou que não poderia ser tão inteligente quanto as outras crianças em relação à formação do colégio.
Quando criança, Jim via a escola como uma provação. Ele buscava refúgio em histórias em quadrinhos, em especial dos X-Men. “Eles [mutantes] eram mal interpretados e não se encaixavam. Eu poderia me relacionar. Eu até procurei a escola do professor Xavier”, rememorou o treinador. Em uma das gravações dos filmes de super-heróis, o fã da série aceitou o convite para compartilhar dicas de como turbinar o cérebro e técnicas de memória com o elenco e equipe.
“A primeira cena que eu vi filmar aconteceu na escolha do professor Xavier, o mesmo lugar que passei dias intermináveis procurando quando era criança. Foi um momento muito comovente para mim”, recordou o treinador cerebral.
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