Ano sabático, boxe e maturidade: leia entrevista do galã Caio Castro
No ar como o boxeador Rock em A Dona do Pedaço, ator deu entrevista à coluna e confessa curtir os músculos que tem mostrado na novela
atualizado
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Rio de Janeiro – Após interpretar D. Pedro I na novela Novo Mundo (2017), Caio Castro se permitiu tirar um ano sabático. Agora, no ar como o lutador de boxe Rock em A Dona do Pedaço, o ator está envolvido de corpo e alma no trabalho.
Sua dedicação, aliás, é tamanha, que ele foi a Los Angeles (EUA) para conversar com um dos maiores boxeadores de todos os tempos: Mike Tyson, com quem pegou informações valiosas para enriquecer seu papel. Os músculos exibidos em cena, aliás, têm arrancado suspiros de fãs. Além disso, tudo indica que o personagem de Caio vai se envolver com Agno, interpretado por Malvino Salvador.
Dedicação para brilhar não falta, até porque ele entrega que uma carreira internacional está nos planos. Leia e descubra tudo o que o ator pensa a respeito!
Você tem arrancado suspiros de fãs como um boxeador na novela. Como está sendo viver esse papel?
É uma grande honra trabalhar com o Walcyr Carrasco, que faz textos muito bem escritos. E os atores são pessoas que já conheço, na maioria. Então, rola uma relação de amizade.
O nome do personagem, Rock, vem de uma grande vontade da mãe dele, a Dodô (Rosi Campos), para que o filho seja um novo Rocky Balboa personagem de Sylvester Stallone no cinema]. Ela quer que ele vire o “Rocky do Brasil”! (Risos)
E o físico de boxeador, está curtindo?
Estou levando uma rotina de atleta para realmente me sentir como um. Claro que fiquei empolgado com o meu corpo e acho que isso traz uma possibilidade de atuação, de postura.
Você já tinha alguma familiaridade com o boxe?
Não, eu não tinha nenhuma conexão com o esporte. Com as artes marciais, sim. Afinal, sou faixa-preta de judô e faixa-azul de jiu-jitsu. Então, foi uma coisa nova quebrar a barreira das cordas de um ringue de boxe e passar para o lado de dentro, já que meu único contato era como espectador.
Como uma das minhas referências de infância é o Mike Tyson, fui para Los Angeles, treinei com pessoas que o treinaram e o conheci pessoalmente. Ele me contou que, quando subia no ringue, queria “matar” os adversários.
Você gostou da experiência no boxe?
Achei incrível, muito interessante. Do lado de dentro, praticando, é totalmente diferente do que a gente imagina quando está assistindo a uma luta.
Das coisas que o Tyson disse, o que mais te marcou?
O que fez virar uma chave na minha cabeça foi a pergunta que fiz sobre o que ele pensava dentro do ringue, em frente ao oponente. O Tyson pensou, olhou para a frente e disse: “Eu acreditava que iria matar aqueles caras”. Claro que não quero matar ninguém, mas é uma forma de encarar os desafios da vida. Se eu estou cansado do dia anterior, penso na frase e me supero.
Quando você soube que seu personagem poderia ter um envolvimento com o Agno, vivido pelo Malvino Salvador?
Eu soube pela imprensa.
E o que acha a respeito?
Vejo meu trabalho como uma arte, uma poesia, uma narrativa, que pode ser baseada em histórias reais ou não. A última coisa que eu quero fazer é entrar em discussão ou levantar algum tipo de bandeira e defender qualquer coisa.
E se pintar uma cena mais íntima com o Malvino Salvador na novela?
Uma cena de nudismo ou beijo homossexual tem que ter uma razão. Não pode virar uma simples cena gratuita, pois aí fica sem sentido, apelativo, só para chamar atenção. Se for pertinente, é algo mais do que necessário.
Você tem medo de cair no caricato com o personagem?
Eu tenho medo de outras coisas, e acho que é o medo que nos move. Ele não vai me parar de jeito nenhum. Se meu medo fosse ser caricato, eu lutaria contra isso.
E quais são os seus medos?
Meus medos são meus. (Risos)
Você fez Malhação com a Nathalia Dill e agora estão se reencontrando na novela. Como está sendo isso?
Conheci a Nathalia na minha primeira temporada de Malhação, em 2008, e, depois de muito tempo, voltamos a trabalhar juntos. O engraçado é que na primeira cena que fizemos em A Dona do Pedaço parecia que eu a tinha visto na semana anterior. Nada havia mudado.
Você ficou um tempo longe da TV. Se sente mais maduro?
É um ano em que me permito fazer o que quiser. Geralmente, quando fecho algum trabalho trago a responsabilidade de cumprir horários e de abrir mão de certas coisas que gostaria de fazer fora disso. Para mim, o período sabático é um respiro, um oxigênio. Às vezes, a gente precisa dar um passo para trás para dar um salto grande à frente.
Não é sua praia emendar trabalhos?
É uma maluquice emendar cinco novelas de uma vez. Biologicamente, é algo muito complicado. O desgaste mental que a gente tem em uma novela é muito maior do que o desgaste físico. É algo que consome. Então, sinto que é muito necessário tirar esse tempo, pois aí é possível enxergar as coisas de uma forma mais clara.
Você já comentou que trabalha com agentes lá fora. Está pensando em fazer algum trabalho no exterior, iniciar uma carreira internacional?
No momento estou pensando apenas em fazer a novela primeiro. Eu dou um passo de cada vez. Aprender a andar para depois correr.
E no futuro?
Penso no agora. Por enquanto, não estou pensando no futuro. Quero fazer essa novela com excelência. Mas não há nenhuma especulação do tipo: “Vou fazer uma coisa fora”. Não estou pensando nisso, não.