Andrew faz 62 anos. Veja análise do futuro do filho playboy da rainha
A série de escândalos protagonizados por Andrew engloba desde acusação de abuso sexual a briga com o irmão, o príncipe Charles
atualizado
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“Não me toque que eu sou da realeza”, disse o príncipe Andrew em uma briga com o cantor Meat Loaf. A confusão ocorreu em 1987. Anos depois, o duque de York tentou expulsar o irmão Charles da linha de sucessão ao trono britânico. A série de escândalos protagonizadas pelo filho da rainha Elizabeth não parou por aí e ganhou o maior capítulo: uma acusação de abuso sexual. Neste sábado (19/2), ele faz aniversário e completa 62 anos.
Não se sabe se Andrew tem muitos motivos para comemorar. Embora tenha firmado um acordo de milhões com Virginia Giuffre para encerrar o caso de estupro, o duque de York disse adeus, em janeiro, aos títulos e às regalias reais. Segundo experts, ele também está sem dinheiro. Os últimos desdobramentos da vida do membro da dinastia Windsor estremeceram a monarquia a ponto de ela ficar por um fio.
Tendo o aniversário de Andrew como “gancho”, a imprensa britânica fez uma análise se o príncipe deve desaparecer da vida pública ou continuar como integrante da realeza e contaminar “toda a família real”. Confira o que a mídia previu para o futuro do herdeiro mais encrencado da dinastia Windsor. Nascido em “berço de ouro”, ele deve ter refletido sobre desfrutar de um passado glorioso e, agora, viver um presente “sem pompa”.
“Desapareça”
Em um artigo opinativo, o jornal The Mirror publicou que Andrew “precisa reconhecer que sua vida aos olhos do público acabou”. Nessa terça-feira (15/2), ele e a acusadora de abuso sexual, Virginia Giuffre, assinaram um acordo extrajudicial, avaliado em R$ 84 milhões. Em comunicado, o duque de York pediu desculpas pelo ocorrido e por ter mantido vínculo com Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell, comandantes de um esquema de exploração sexual.
“A rainha pode estar quase tão aliviada quanto o próprio duque de York, cercado. O caso sórdido foi uma nuvem escura pairando sobre o Jubileu de Platina deste verão, que se dissipará agora que a ameaça de ação legal acabou”, escreveu o The Mirror no artigo. “Não há nada de honroso nesse acordo. Andrew deve desaparecer, para nunca mais ser visto em eventos públicos, ou toda a família real corre o risco de contaminação”, complementou.
Apelidado de príncipe Playboy devido ao estilo de vida extravagante, a revista Town & Country define o duque de York como o “garoto-propaganda pela abolição da monarquia”. Em uma reportagem sobre como o escândalo sexual em torno de Andrew abala “realmente” a Coroa, a publicação trouxe em números a impopularidade do filho da rainha e do príncipe Philip.
“Pesquisas recentes mostram que 81% do público britânico tem uma visão negativa dele e 70% acham que as alegações de abuso sexual de Virginia Giuffre contra ele (apesar de ele as ter negado repetidamente) prejudicaram a monarquia ‘muito’ ou ‘de alguma forma’”, publicou a Town & Country. Do ponto de vista da revista, a família real está tão preocupada com a reputação que cortaram o duque de York publicamente dos papéis reais de todas as maneiras possíveis.
Proteção da mãe
Em novembro de 2019, Andrew deixou a vida pública. Em janeiro, a rainha removeu os títulos reais do herdeiro após ser pressionada por oficiais veteranos. “Você pode tirar patrocínios, afiliações militares e apagar contas de mídia social, mas não pode fazer o mesmo com laços familiares”, continuou a revista. No artigo, a publicação recorda sobre o duque de York ser conhecido como o “filho favorito” de Elizabeth.
Em entrevista à Town & Country, a jornalista especializada em realeza Joe Little fez o seguinte apontamento: “Nunca concordei com isso, uma mãe com quatro filhos pode ter um favorito?”. Com a reputação “abaixo de zero”, o duque de York não consegue mais acompanhar a mãe em compromissos reais ou sentar ao lado dela na carruagem da Coroa britânica.
Longe dos holofotes e do radar da mídia, informantes garantem que Andrew “continua a ser um companheiro fiel” da mãe. O príncipe mora no Royal Lodge, propriedade a poucos metros do Castelo de Windsor, lugar onde a rainha passa parte do tempo. Ex-mordomo da princesa Diana, Paul Burrell sustenta a tese de que o duque de York “nunca fez nada de errado na visão” de Elizabeth.
Uma das razões para a rainha gostar tanto do herdeiro ganha força com a teoria do historiador Robert Lacey. Quando Andrew nasceu, ela se afastou dos compromissos e se dedicou exclusivamente à maternidade para acompanhar de perto o crescimento do filho, ao contrário do que fez com o primogênito, Charles. Em 2020, o duque de York iria ganhar da mãe uma festa de aniversário para 60 pessoas. Ao ser revelado, cancelaram o evento.
Danos
“Um dos aspectos mais intrigantes de como o cenário está se desenrolando é que o dano à família real é palpável e quase impossível de medir”, salientou a Town & Country. Em conversa com o The Mirror em outubro, o comentarista real Liam Gilliver destacou que a decisão da soberana de apoiar Andrew seria “um golpe para a própria popularidade”. “A reputação da Coroa está no gelo fino — e a rainha não é a exceção”, ponderou.
Para provar a tese, Gilliver trouxe dados de um levantamento britânico sobre manter ou acabar com a Coroa britânica. “As atitudes estão mudando em relação à monarquia, como visto na pesquisa YouGov de 2021, que revelou que 41% das pessoas com idade entre 18 e 24 anos pensavam que agora deveria haver um chefe de estado eleito em vez de um rei ou rainha”, relatou o especialista.
Passado, presente e futuro
“O outrora arrojado herói está lutando para evitar ser imortalizado como um vilão”, descreveu a Town & Country. Em uma pesquisa a respeito do grau de favoritismo dos integrantes da realeza, Andrew foi o único a ver o índice diminuindo. Em outubro de 2019, ele reuniu a opinião positiva de 22% dos entrevistados. Dois anos depois, o percentual reduziu para 8%. Já 70% das pessoas acreditam que ele causou danos à monarquia.
Em junho, a rainha festejará os 70 anos de reinado no Jubileu de Platina. Na avaliação da mídia e dos experts reais, a festa funcionará como um termômetro do futuro da monarquia e do príncipe. “Se a realeza conseguir se posicionar no centro de um momento de alegria e orgulho nacional, servirá como um poderoso antídoto para a ideia de que o escândalo em torno de Andrew está acelerando o declínio da instituição”, escreveu a Town & Country.
Detalhes da vida
Aos 22 anos, Andrew serviu na guerra das Malvinas como piloto de helicóptero. Na ocasião, o papel dele era atrair e desviar mísseis para longe dos navios britânicos, conforme explicou o The Mirror. Em 1986, o príncipe se casou com Sarah Ferguson, com quem teve duas filhas, Beatrice e Eugenie. O casal se separou em meio a polêmicas, em 1992, quatro anos depois, houve o divórcio oficial.
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