Ambientalistas marcam presença em exposição dedicada a Chico Mendes
A mostra lembra os 30 anos da morte do seringueiro que lutou em defesa da Amazônia
atualizado
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Na última quarta-feira (7/11), o Museu Nacional da República recebeu militantes de todo o país que lutam pela preservação da floresta Amazônica, para a abertura da exposição Chico Mendes, Herói do Brasil – uma memória à honra, um legado a defender. O evento lembra os 30 anos da morte do seringueiro. O ambientalista deixou um grande exemplo com relação à defesa da Amazônia e dos povos daquelas regiões.
“Chico Mendes é a grande referência da junção de três importantes lutas: sindical, política e ecológica. Nesse momento, é muito importante celebrar a história de quem conseguiu construir um projeto de aliança para todos os povos da floresta”, ressaltou Maria José Weiss, amiga de Mendes durante os anos de militância.
A inauguração da mostra contou com a presença da ambientalista e filha de Chico, Ângela Mendes; da atriz Lucélia Santos; do líder seringueiro Raimundo Mendes de Barros e de muitos outros defensores da causa. Depois da abertura, os convidados participaram de um coquetel ao lado do museu.
A exposição, que vai até 9 de dezembro, resume a memória do seringueiro a partir de fotos, documentos históricos escritos a punho por ele, mapas e utensílios usados pelos povos extrativistas da floresta. Nas paredes, o público encontra imagens e relatos de pessoas próximas a Mendes e de defensores que morreram lutando pelas preservação das terras da Amazônia nas últimas três décadas.
A atriz e militante Lucélia Santos teve papel importante na entrada de Chico Mendes nas rodas sociais do Rio de Janeiro, contribuindo para a divulgação de sua luta. “O projeto criado por ele, de reservas extrativistas, é o modelo mais aperfeiçoado e equilibrado de extrativismo e sustentabilidade. Não se pode, sob qualquer hipótese, perder de vista que isso tem que seguir para o futuro”, afirmou.
Organizada por Maria José Weiss, a exposição é uma realização do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro/DF) e do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Xapuri (STTR-Xapuri), em parceria com o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), o Memorial Chico Mendes, a Fenae, a Cooperação Alemã (GIZ) e o Museu Nacional da República.
Sobre o cenário atual e as incertezas que cercam o futuro político da pasta ambiental, Maria José comentou: “É aquela história: ‘até medo eu estou sentindo e não é pouquinho, não’. Mas nunca fugi e não é agora que eu vou abandonar a luta”. E completou: “Quando morre uma liderança, a gente acha que acaba a luta. Não acaba. Isso é o resultado do trabalho do Chico: 13% da Amazônia protegida”.
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