Conforme dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) de 2022, realizada pelo Ministério de Saúde, a prevalência de anemia em mulheres no Brasil é “elevada”, com o índice de 29,4%. Já o percentual de crianças menores de 5 anos com a doença atingiu 20,9%, ou seja, aproximadamente 3 milhões.

Para entender mais a respeito da anemia ferropriva — condição causada pela deficiência de ferro no organismo —, a coluna Claudia Meireles conversou com a nutricionista Fernanda Ferreira, de Cuiabá (MT). A pós-graduada em nutrição clínica e funcional listou quais alimentos devem ser consumidos por quem tem a doença.

Fernanda salienta que o ferro é essencial para a produção de hemoglobina, proteína presente nos glóbulos vermelhos responsável por transportar oxigênio pelo corpo. “Quando há uma falta de ferro, a capacidade do sangue de transportar oxigênio fica comprometida, levando a sintomas como fadiga, fraqueza, palidez e falta de ar”, frisa.

A nutricionista sustenta que a falta de ferro quando “severa” pode desencadear até problemas cardíacos. A especialista explica sobre a “dietoterapia para anemia ferropriva” envolver principalmente a ingestão de alimentos ricos do nutriente. Ela elucida que existem duas formas do ativo nos alimentos, o heme e o não heme.

Conforme a pós-graduada em nutrição clínica e funcional, o ferro heme é encontrado em carnes, ovos e peixes: “Apresenta alta disponibilidade, sendo absorvido pelo intestino em maior porcentagem de 10% a 30% do que o ferro não heme”.

Em relação ao ferro não heme, Fernanda detalha que o componente está presente em alimentos de origem vegetal, a exemplo de feijões, lentilhas, espinafre e cereais fortificados. “Esse tipo de ferro exige um esforço maior do corpo para absorvê-lo e, por isso, precisa ser consumido em maior quantidade”, cita.

Quanto aos alimentos a serem incluídos nas refeições de quem tem anemia, a nutricionista emplaca no topo da lista alguns tipos de carne vermelha, como bovina, suína e de cordeiro. “São boas opções e excelentes fontes de ferro heme, que é facilmente absorvido pelo organismo”, enfatiza.

A profissional de nutrição orienta comer espinafre, por ser uma verdura com quantidades significativas de ferro não heme. “O vegetal é uma fonte de folato e vitamina C, capazes de contribuir com a absorção do nutriente”, argumenta. Encerrando o trio de alimentos, Fernanda orienta comer frutos do mar.

“Peixes, como atum e sardinha, e mariscos, a exemplo das ostras, são boas fontes de ferro, especialmente o tipo heme”, recomenda a especialista.

Quem tem anemia, Fernanda Ferreira aconselha consumir alimentos ricos em ferro e combiná-los com fontes de vitamina C. “A junção promove uma maior biodisponibilidade no organismo, ou seja, gera melhor absorção dos nutrientes disponíveis nesses alimentos”, endossa.

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