Afinal, é preciso mesmo comer de 3 em 3 horas? Especialistas respondem
A ideia de comer de 3 em 3 horas se popularizou há um tempo com o intuito de auxiliar no controle alimentar e perda de peso. Mas ainda vale?
atualizado
Compartilhar notícia
Por muitos anos, confiamos na definição de que o ser humano precisa se alimentar de três em três horas. Infelizmente, a rotina corrida da população não facilita essa prática. Além disso, como fica a validade dessa afirmação no que diz respeito ao jejum intermitente, por exemplo?
Você é daqueles que precisa comer de tempos em tempos e não pode manter um intervalo muito longo de jejum? Ou, para você, o hábito de ficar horas sem se alimentar funciona muito bem? Foi pensando nesses diferentes cenários que a coluna Claudia Meireles conversou com as nutricionistas Marcela Novais e Sumaya Aissami, além do nutrólogo Vinícius Aguilera, para saber se a tese de ingerir alimentos de três em três horas ainda vale para os dias de hoje.
Segundo Marcela Novais, esse conceito se popularizou há um tempo com o intuito de auxiliar no controle alimentar e perda de peso. “A ideia seria distribuir as calorias ao longo do dia e evitar grandes volumes nas refeições principais”, pontua.
No entanto, a profissional ressalta que os estudos já comprovaram que não há uma vantagem metabólica clara em comer pequenas refeições a cada três horas em comparação com refeições maiores e menos
frequentes. “O que existe é uma necessidade de individualizar as condutas para cada organismo e objetivo de saúde e/ou estético”, afirma.
De acordo com a especialista, estudos indicam que a frequência das refeições não afeta significativamente o metabolismo basal ou o gasto calórico ao longo do dia para a maioria das pessoas. “O mais importante é o balanço energético total, ou seja, quantidade de calorias consumidas versus calorias gastas”, frisa.
Por outro lado, comer de três em três horas pode ajudar algumas pessoas a evitarem picos extremos de fome e a manterem níveis de energia estáveis ao longo do dia. Porém, isso vai depender de vários fatores, como o tipo e quantidade de alimentos consumidos em cada refeição.
“A frequência das refeições pode depender de preferências pessoais, estilo de vida e necessidades específicas de cada pessoa, como atividade física, horários de trabalho, e condições de saúde”
Marcela Novais, nutricionista especialista em saúde da mulher
Para Sumaya Aissami, nutricionista especialista em doenças intestinais, autoimunes e saúde da mulher, não existe regra, sabendo-se que, hoje, o mais é importante é a ingestão total de nutrientes, principalmente proteína, ao longo do dia, independente da janela alimentar.
“A forma que essa divisão vai acontecer pode ser estrategicamente pensada de acordo com a rotina de trabalho, preferência, capacidade digestiva, controle de fome, entre outras variáveis”, confirma a profissional.
Contudo, Sumaya observa que, em sua prática, a estratégia de três em três horas funciona bem para as pessoas que têm mais fome, principalmente no período noturno, além do desejo excessivo por doces e dificuldade de controlar porções. “É uma forma de manter o paciente saciado”, comenta.
Na concepção do nutrólogo Vinícius Aguilera, a regra, realmente, não vale mais para os dias de hoje, bem como não irá trazer mais resultados. “Comer de três em três horas trás a ideia de gerar menos fome trabalhando com menores porções na dieta. Mas isso vai também depender do objetivo de cada um”, reitera.
De acordo com o médico, para um processo de definição e emagrecimento, o importante é fazer uma restrição calórica, independente de quantidade de refeições e essas serem nutritivas. “Muitas pessoas realizam e se sentem bem com o jejum intermitente, que foge dessa regra e traz muitos resultados, não apenas estéticos mas também de saúde”, diz.
Já no quesito hipertrofia, para o nutrólogo, comer de três em três horas pode ser interessante, devido ao volume que o paciente precisa comer, facilitando essa ingestão. “O manejo dos horários varia de acordo com a rotina da pessoa”, acrescenta.
Por fim, Aquilera faz um adendo: “A melhor dieta ou estratégia é aquela que cabe na rotina do paciente e que faça com que ele atinja o resultado que busca e consiga manter os hábitos e esse resultado sempre.”
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.