7 alegações do processo que acusa o filho da rainha de abuso sexual
De ameaça a não cooperação com as investigações, o príncipe Andrew está sendo acusado no processo aberto por uma vítima de exploração sexual
atualizado
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A rainha Elizabeth II decidiu passar as férias de verão no Castelo de Balmoral, na Escócia, e descansar. Entretanto, os dias sabáticos da monarca não devem ser tranquilos conforme ela esperava. Nesta terça-feira (10/8), a notícia do processo de Virginia Giuffre contra o príncipe Andrew caiu como uma bomba na dinastia Windsor. A mulher acusa o filho da soberana britânica de abuso sexual, à época em que era adolescente, com apenas 17 anos.
As manchetes dos jornais britânicos trazem detalhes do processo. Virginia foi uma das vítimas do pedófilo e explorador sexual Jeffrey Epstein, de quem o príncipe era amigo. Ela abriu a ação judicial contra o duque de York, que hoje tem 61 anos. Segundo o documento, a mulher, atualmente com 38 anos, acusa o filho da rainha de abuso em várias ocasiões quando ainda era menor de 18 anos. O integrante da família real deixou a vida pública devido ao escândalo.
Andrew nega ter mantido contato com a então jovem. Entretanto, uma das provas é uma fotografia em que o herdeiro de Elizabeth está abraçado à Virginia. “Estou responsabilizando o príncipe Andrew pelo que ele fez comigo. Os poderosos e ricos não estão isentos de serem responsabilizados por suas ações”, disse a acusadora em um comunicado. Ela alega ter sido abusada sexualmente em Londres, em Manhattan e no Caribe.
Segundo o The Sun, o duque de York não tem imunidade diplomática que possa protegê-lo do processo movido pela vítima de Epstein em Nova York. Virginia deu início a ação sob a Lei das Vítimas de Crianças da América e destacou que foi “traficada para ele e abusada sexualmente por ele” no ano de 2001. Inclusive, a vítima afirmou que temeu perder a própria vida e sofrer ferimentos físicos.
1 – Andrew acusado de abuso sexual
No autos do processo, Virginia Giuffre declara que não consentiu com os atos sexuais com Andrew. Ela conta que ele a abusou “com propósito de satisfazer seus desejos” em várias ocasiões. A jovem de 17 anos foi forçada a fazer sexo com o príncipe em três situações, e todas teriam ocorrido na casa da namorada do pedófilo, Ghislaine Maxwell, em Londres; na mansão de Jeffrey Epstein, em Manhanttan; e na ilha privada dele no Caribe.
“Como tal, o príncipe Andrew é acusado de ser o responsável pelo abuso e pela imposição intencional de sofrimento emocional. O dano à suposta vítima foi considerado severo e duradouro”, traz o processo.
2 – “Regularmente abusada”
Os abusos eram frequentes por parte de Epstein e regularmente a jovem era emprestada a outros homens poderosos para fins sexuais, por exemplo, o príncipe Andrew. A ação judicial traz que Giuffre foi uma das vítimas do pedófilo bilionário entre 2000 e 2002. A princípio, recrutaram Virginia para fazer massagens nos amigos do magnata, entretanto forçaram a adolescente a manter relações sexuais com diversos homens, permanecer de plantão para desejo do explorador, e viajar com ele pelos Estados Unidos, além de outros cantos do mundo.
A ligação entre Jeffrey Epstein e príncipe Andrew começou por meio da namorada do pedófilo, Ghislaine Maxwell. Ela apresentou os dois em 1999. A socialite britânica supervisionava a rede de tráfico sexual do companheiro e aliciava menores de idade, como Virginia Giuffre. A mulher de origem francesa está presa desde julho do ano passado. Ela aguarda o julgamento no Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, em Nova York.
3 – Ameaçada
Forçada a fazer sexo sem consentimento com o filho da rainha Elizabeth II, sob ordem de Epstein e Ghislaine Maxwell, Virginia Giuffre sofreu intimidação para que ficasse em silêncio sobre a relação com o duque de York. “Em uma ocasião, o príncipe Andrew abusou sexualmente da autora da ação em Londres, na casa de Maxwell. Durante este encontro, Epstein, Maxwell e o príncipe Andrew forçaram a requerente, uma criança, a ter relações sexuais contra a própria vontade”, conforme traz os autos do processo.
O documento ressalta que Virginia foi “compelida por ameaças expressas e implícitas de Epstein, Maxwell e príncipe Andrew de se envolver em atos sexuais” com o herdeiro da rainha Elizabeth II. “[Ela] temia a morte e ferimentos físicos a si mesma ou a outro e outras repercussões por desobedecer Epstein, Maxwell e o príncipe Andrew devido às conexões poderosas, riqueza e autoridade deles”, explicaram na ação judicial.
4 – Mais uma vítima
Andrew é acusado de abusar sexualmente de Virginia Giuffre também na mansão de Epstein em Nova York. Durante o encontro, Ghislaine Maxwell ordenou que a adolescente e outra vítima se sentassem no colo do príncipe enquanto ele as tocava. Depois, o duque de York teve relações não consensuais com a menor de idade, na ilha particular do pedófilo em Little St. James, nas Ilhas Virgens Americanas.
5 – Encobrir
Terceiro herdeiro da rainha, Andrew não só abusou de uma menor de idade. Ele sabia quantos anos a adolescente tinha, “com base nas comunicações de Epstein e Maxwell”, e que Virginia Giuffre era uma vítima de tráfico sexual sendo forçada a fazê-lo conforme os desejos de Jeffrey Epstein e amigos. Ao que tudo indica, o duque de York conhecia detalhes do esquema do pedófilo bilionário.
6 – Livro secreto de Epstein
Embora negue veemente que tenha forçado Virginia Giuffre a fazer sexo e alegue desconhecer a fotografia ao lado da adolescente, há mais evidências que mostram o envolvimento do príncipe Andrew na série de crimes de Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell. Um livro secreto do pedófilo foi encontrado. Na ocasião, o explorador de mulheres tinha em torno de 12 números de telefone diferentes para contatar o integrante da realeza britânica.
No livro, Epstein organizava a série de abusos. Nas páginas, os investigadores encontraram uma série de contatos telefônicos e informações das jovens exploradas sexualmente. O pedófilo listou os números de meninas e mulheres de diversos lugares. A papelada inclui os registros de voos do bilionário acompanhados das “escravas” e de personalidades poderosas. Ele viajava no jato particular.
7 – Recusa em cooperar
Aberto por Virginia Giuffre, o processo acusa o príncipe de “fingir publicamente ignorância” sobre o esquema de tráfico sexual de Epstein e de não ajudar nas investigações criminais. Foi adicionado à ação judicial a entrevista de Andrew ao telejornal Newsnight, da BBC. Na conversa, o filho da soberana britânica contou a respeito da ligação com o pedófilo e afirmou que iria colaborar com as apurações. Entretanto, ele não contribuiu.
Diante da falta de colaboração do duque de York, até o então procurador-geral dos Estados Unidos, Geoffrey Berman, chegou a fazer declarações sobre o assunto: “O príncipe Andrew e seu advogado também se recusaram a cooperar com os advogados das vítimas do tráfico sexual de Epstein”. No processo, o ex-PGR revelou que o filho da rainha e os representantes legais rejeitaram os pedidos de ajuda, além de terem respondido às demandas com ataques “infundados” contra Virginia Giuffre.
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