O reverendo Ed René Kivitz, pastor em São Paulo, disse no seu sermão de domingo passado que precisamos atualizar nossa leitura sobre a Bíblia. Que a Bíblia é um livro de 3,4 mil anos, e não dá pra levar ao pé da letra tudo que está ali, precisamos contextualizar.

E disse isso referindo-se a mulheres, negros e o povo da diversidade sexual, gays, lésbicas, trans. Porque as normas do Levítico não se aplicam hoje. Na Bíblia, mulher não podia falar na congregação. Não podia nem sentar nos mesmos lugares que os homens.

A fala de Ed atravessa a de Francisco, em Roma. O líder católico disse que homossexuais são filhos de Deus. E precisam ter direitos iguais.

Pronto.
Bastou isso, pra que segmentos fundamentalistas das igrejas católica e evangélica incendiassem as redes, ameaçando os dois líderes religiosos, que, apesar das diferenças teológicas, dizem a mesma coisa:

Deus é amor.

Deus é amor, e não tem condição. O amor não tem hierarquia. Não tem barganha. Você ama um filho, e ponto final. Independentemente do que ele faça, seja, construa.

A conversa é curta, porque eu acho melhor falar menos.
A conversa é sobre religião.
Resumo:

Se uma religião faz você odiar alguém,
você precisa de uma outra religião.

Jesus falou em amor todas as vezes em que abriu a boca.
Francisco disse que o texto original do grego, sobre a cura de um homem no Novo Testamento, apontava para que este homem fosse casado com aquele que foi até Jesus pedir a tal cura. E Jesus não criou problemas. Fez o que tinha de fazer. Amar.

O amor escandaliza os religiosos.

Os religiosos querem controlar Deus. Querem controlar o amor.
E é por isso que o Deus dos religiosos é frágil. Tão forte que cria o universo em 7 dias, tão frágil que se desequilibra com um desenho.

Faca afiada, amolada, na mão de pessoas de fé cega.
Tirando a vida de inocentes. Mulheres. Negras. Brasileiras, inclusive. Que saem do subúrbio de Salvador, pra batalhar uma vida melhor, pra fugir da morte no Brasil, e morrem na mão dos religiosos.

Vocês matariam Jesus, se ele voltasse de novo.
Que a nossa fé seja curada da cegueira. E não precisemos mais usar facas.
Nem qualquer ameaça, pra destruir o outro.