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Nos reinventamos na pandemia, para o bem e para o mal

Nossa capacidade de reinvenção é impressionante. Vai do Marcelo D2 e seu novo trabalho ao Bolsonaro e seu abraço no Centrão

atualizado

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Nos reinventamos na pandemia. Uns pra melhor, outros pra pior.
De Marcelo D2 gravando dentro de casa a Bolsonaro casando com o Centrão, teve de tudo.

Eu tô impressionado com nossa capacidade de reinvenção na pandemia.

Para o bem, para o mal.
E Marcelo D2, por exemplo, se reinventa de maneira poderosa.

Assim tocam os MEUS tambores” é o último trabalho do rapper carioca, cofundador do Planet Hemp, preso na década de 1990 por acusações de apologia ao tráfico. Naquele tempo, debatemos seriamente a liberdade de expressão, e até hoje D2 é uma referência pra minha geração, carioca, da Zona Norte, da favela.

Referência, principalmente, sobre como se portar diante da censura. Diante das ameaças de silenciamento. “Os cães ladram, e a caravana não para”, título de um dos maiores álbuns do Planet Hemp.

Os cães ladram.
O bonde vai em frente.

Essa coragem de pegar um microfone e falar de maconha, desafiar a ira dos generais, desafinar o coro dos contentes, isso tudo está presente na caminhada do maconheiro do Andaraí, mestre da poesia, correria das ruas, fundamento do rap carioca, que não precisa de carimbo de ninguém.

Muito do comportamento e da obra de D2 define a forma como eu trabalho como escritor, desde quando ouvia Planet Hemp em fita k-7 no morro. Agora é o seguinte, parceiro, tamo nas cabeça, e ainda sem medo de peitar a matilha formada nesse país.

Enquanto Marcelo grava um álbum inteiro dentro de seu apartamento, e grava todos os clipes dentro dos cômodos com sua esposa Luiza Machado, utilizando equipamentos, mil tecnologias e o Twitch, plataforma por onde ele concretizou o projeto,

do lado de fora,

os pastores, militares e os moralistas tacam fogo no país.
Nesse caso, tão tacando fogo literalmente.

Com a pior moeda do mundo, o Brasil consegue o marco inédito de desvalorizar o real em 49,6% em 2020. Vamo arredondar? 50%, vai.

Brasil acima de tudo, e Deus acima de todos nos trouxe para a seguinte realidade:

A pior moeda do mundo.
33 milhões de brasileiros desempregados.
Mais de 10 milhões de brasileiros em insegurança alimentar grave, vulgo: passando fome.

Números recordes. Nem Luladrão de capa preta de Satanás, quando implantou o marxismo sanguinário no Brasil, desgraçou tanto a vida das pessoas. Nem Dilma quando mandou a gente aceitar a doutrinação comunista fez tanta miséria.

Se Deus tá acima disso aí, parceiro, é castigo, pra vocês aprenderem a votar.

Enquanto isso também, Bolsonaro manda 7,5 milhões pra Michelle direcionar em projetos de ONGs de igrejas, fortalecer vínculos com base de eleitores. Bolsonaro se ligou nessa picaretagem aí: cola com Centrão, dá dinheiro, bota Polícia Federal em cima, pronto: 2022 garantido.

Pois é. O antes “anticorrupção”, amigo de Moro, agora é Centrão, desde criança.
Reinvenções da pandemia.

* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.

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