Tribunais de Contas têm vagas previstas em Goiás, DF e na União
Analistas e auditores de controle externo têm remunerações entre R$ 8 mil e R$ 18 mil e cargas de trabalho de 30 horas semanais
atualizado
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No universo dos concursos, a área de controladoria atrai os candidatos que têm afinidades com números e processos de gestão. Em tempos de baixa arrecadação de impostos e necessidade de otimização dos recursos aplicados, o trabalho desses agentes fiscalizadores dos tributos se torna essencial para os municípios, estados, Distrito Federal e União.
O processo de seleção é considerado de alta complexidade, pois exige conhecimentos profundos de disciplinas como contabilidade e orçamento públicos e direito tributário. O esforço é bem recompensado. Analistas e auditores de controle externo têm remunerações entre R$ 8 mil e R$ 18 mil e cargas de trabalho de 30 horas semanais.
Três concursos estão na mira dos ansiosos: Tribunais de Contas do Distrito Federal (TCDF), de Goiás (TCE-GO) e da União (TCU). No órgão distrital, o processo está mais avançado. A banca organizadora foi escolhida, será o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe, antigo Cespe), e a expectativa aponta para publicação das regras ainda em 2019.
A tramitação e aprovação do projeto de lei que amplia o escalonamento de classes e padrão de salários do órgão na Câmara Legislativa pode atrasar o cronograma. A minuta foi aprovada na última semana e será apreciada pelos deputados distritais. A proposta é ampliar de três para quatro classes e haver, em cada uma delas, seis padrões de progressão. Assim, a remuneração inicial será reduzida de R$ 18,9 mil para R$ 16,6 mil, mantendo-se o valor para o topo da carreira, R$ 29,6 mil.
Em Goiás, o estudo de carência de pessoal elaborado pela comissão interna responsável pelos trâmites foi aprovado pela presidência do TCE-GO em janeiro, mas, até o momento, não houve avanço. Assim que houver o sinal verde, o passo seguinte será a abertura da licitação para escolha da empresa que vai elaborar as provas e cuidar da seleção – e, só então, acontecerá a publicação do edital.
O número de vagas ainda não foi divulgado. A remuneração, que foi atualizada recentemente, passou de R$ 7 mil para R$ 8,5 mil. O último concurso ocorreu em 2014, com oferta de 55 vagas para analistas, e foi organizado pela Fundação Carlos Chagas.
Considerando-se o atual cenário econômico do estado, o mais provável é que as provas só aconteçam no primeiro semestre de 2020. Isso porque o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (Democratas-GO), acordou com todos os Poderes a contenção total de gastos até julho do próximo ano.
O ministro José Mucio Monteiro, presidente do TCU, anunciou que está no orçamento de 2020 o reforço de 30 novos servidores, completando o trio de seleções previsto. O número é bem menor do que o último concurso, ocorrido em 2015, quando foram abertos 66 postos de auditor e técnico de controle externo com ganhos mensais de até R$ 14 mil.
Na época, o Cebraspe recebeu mais de 9,4 mil inscrições, gerando uma concorrência média de 142 candidatos por vaga. No atual quadro do TCU há pelo menos 390 postos aguardando profissionais, entre técnicos e auditores.
Preparação direcionada
Assim como ocorre com os Tribunais de Justiça, há uma raiz comum de matérias cobradas, o que ajuda no direcionamento da preparação dos candidatos: língua portuguesa, raciocínio lógico, orçamento público, administração pública, direito constitucional e administrativo aparecem em praticamente todas as provas e, por isso, podem ser consideradas o ponto de partida.
A etapa seguinte é se dedicar às matérias consideradas básicas para a área: controle externo, contabilidade geral e pública, e, na sequência, auditoria governamental e análise de demonstrações contábeis. Por último, a dedicação deve ser voltada para as disciplinas específicas apenas do concurso em questão.
À medida que se avança na teoria do conteúdo programático, os conhecimentos devem ser avaliados por meio de simulados com questões de provas anteriores. Os bancos de questões on-line são as fontes mais indicadas, por ser possível filtrar os tópicos em que o estudante deseja se validar. Em geral, atingir nível de acerto acima de 68% é um bom indício de boa competitividade.
Provas escritas
Há uma outra observação relevante: além das provas objetivas, o candidato tem que mostrar seus conhecimentos em provas discursivas, respondendo a questões sobre os assuntos das disciplinas específicas – em geral com 20 linhas, cada – e realizando elaboração de peças. Cada edital descreve os critérios de pontuação e os termos exigidos para elaborar os textos.
No mundo em que digitar se tornou mais comum do que escrever à mão, a dica é praticar a escrita nos mesmos requisitos. Pode parecer irrelevante, mas uma caligrafia ruim pode tirar pontos do candidato. Quem não tem esse costume pode começar com as redações tradicionais, dissertativas, para exercitar a argumentação e a estrutura, uma vez por semana. Se o edital tiver sido lançado, redigir manualmente sobre os tópicos mais recorrentes, duas ou três vezes por semana, é o mais indicado.