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Saiba quanto tempo é preciso estudar para ser aprovado em concursos

Candidatos costumam ignorar que o processo de aprendizagem demanda mais do que simplesmente horas na agenda

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Uma das perguntas mais recorrentes de concurseiros iniciantes é: “Quanto tempo preciso me dedicar por dia para conseguir ser aprovado?”. Por trás da dúvida, está a vontade de mensurar a extensão do esforço, da devoção ao projeto de passar nas provas. E, sem saber, também estão percepções equivocadas sobre o que é o processo de preparação.

Para se tornar servidor público, não é preciso apenas ter um bom aproveitamento nas avaliações, ao contrário do que os candidatos costumam ouvir. Aliás, o próprio processo de seleção não é um fim em si mesmo, mas uma etapa da escolha de uma carreira profissional. E esse é o primeiro erro: acreditar que bastam as provas e tudo está resolvido.

De igual maneira, comprar a ideia de que o estudo pode ser medido em horas dedicadas é um engano e um desvio do próprio propósito de assimilar os conteúdos.

Há diversos outros fatores determinantes para garantir que as informações que estarão nas questões sejam aprendidas com efetividade, como o conhecimento prévio, a tranquilidade no momento de assistir a uma aula ou ler um texto, a concentração, o vínculo emocional positivo com o procedimento, as técnicas escolhidas e as motivações que validam a atitude.

Um conjunto de elementos que, se não observados, tornarão o tempo um inimigo em vez de um aliado. Comparar o período em que se é concurseiro com os mesmos moldes de preparação de um maratonista é bastante válido.

Atleta
Entretanto, a regra continua sendo a comparação com um atleta de corridas de explosão e velocidade. A prova disso está na corrida por cursos todas as vezes que um edital é divulgado, mesmo com toda a informação de que o período até as provas costuma ser insuficiente para se tornar competitivo e que o ideal é começar com antecedência.

Ao contrário do que acontece com um curso regular, estudar para concursos só tem dia para começar. Não há qualquer garantia prévia de que a data da homologação seja o prazo final da jornada. A falta de marcos temporais alimenta um estado ansioso e inseguro que afeta a rotina, atrasando a chegada ao ponto de aptidão que se quer alcançar.

É importante entender também que o contexto do planejamento de uma agenda semanal de estudos, por exemplo, é diferente do cenário em que ela é vivenciada. Por melhor que seja a determinação e o compromisso assumido, há possibilidades reais de que nem tudo previsto seja executado, tendo em vista os outros papéis vividos pelo concurseiro. A flexibilização não pode ser confundida como sendo uma atividade leviana, mas como uma maneira de se manter persistente no propósito.

Curva de aprendizagem
Dispor de muito ou pouco tempo ao longo da semana faz pouca diferença durante a etapa inicial da preparação. Sob uma perspectiva comparativa, as variáveis tempo e aprendizado parecem duelar. Há uma demanda grande de horas para pouco avanço no volume do conteúdo. Isso acontece em razão dos ajustes que são necessários de organização, planejamento e definição de estratégias.

A fase seguinte, de execução do plano deliberado, também pressupõe um gasto maior de horas para os testes e os ajustes até que se encontre o estado mais constante de desempenho, permitindo o aumento da velocidade tendo em vista que o método foi lapidado e personalizado.

Superados esses aspectos de definição do controle de qualidade da preparação, que varia pouco de um concurseiro para outro, será viável ditar um ritmo mais acelerado, ponto em que a disponibilidade de agenda gera diferencial

Enfim, a resposta
Passado pelas reflexões indispensáveis, é possível voltar à pergunta inicial e, também, à sua resposta: não há uma regra pré-definida e padrão do tempo necessário. Em contrapartida à potencial frustração, existem pré-requisitos que podem atender à resposta individual.

O primeiro ponto a ser atendido é identificar as horas disponíveis e viáveis diante das demais demandas cotidianas. Em seguida, criar blocos de dedicação, com duração entre uma e duas horas, e distribuí-los ao longo da semana.

Por fim, decidir o que será estudado em cada um dos blocos, separando o material antecipadamente. Esse é o tripé do tempo necessário para cada um. A prática desse método vai permitir determinar o tempo demandado para estudar para parte do conteúdo conforme o formato escolhido, criando marcos temporais.

O aprendizado não ocorre por decurso de tempo. Ele só se torna possível a partir do encadeamento de atitudes que criem um terreno fértil para sua realização. Durante a prova, nenhum avaliador vai desejar saber quantas “horas-líquidas” foram despendidas e, sim, se a resposta escolhida estava certa ou errada.

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